sábado, 27 de dezembro de 2014

Subsídio Escola Dominical - CPAD - O TEMPO DA PROFECIA DE DANIEL




O TEMPO DA PROFECIA DE DANIEL por Adaylton Almeida Conceição



Este estudo é baseado em Daniel 12, que nos traça uma linha do tempo profético. O seu objetivo é compreender a redenção de Israel e Jerusalém. De forma adjacente, ele permitirá também mais conhecimento sobre o fim dos tempos e sobre a grande tribulação.

Para não gerar confusão na aplicação das profecias, é preciso distinguir os judeus, as nações e a igreja de Deus. São três povos com identidades bem distintas. Os judeus buscam sinal, os gregos sabedoria, a igreja prega Cristo crucificado, disse o apóstolo Paulo em I Coríntios 1:22, 23. A posição identitária da igreja é oposta tanto a judeus, que vêem escândalo em Cristo, quanto a gregos, que vêem loucura.

Esta distinção em três povos está muito clara em I Coríntios 10:32. “Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus.” A igreja não é nem gentílica, e nem judaica, é um povo especial, separado, adquirido, comprado”. (I Pedro 2:9,10, Apocalipse 5:9, 14:3) Ora, o que é comprado não pertence mais ao antigo proprietário. 

Assim, os judeus que vieram para a igreja não pertencem ao judaísmo, mesmo que sejam judeus por natureza, e nem os gentios comprados para a igreja pertencem ao paganismo, mesmo que naturalmente sejam gentios. Esta distinção perdurará até o final do milênio. No fim do milênio, o Messias entregará o reino a Deus, e Deus será tudo em todos. Esta distinção é importante para a aplicabilidade das profecias.

Cada profecia de Daniel, não importa onde comece, acaba com a volta de Cristo, finda com o retorno de nosso Senhor. Assim, o livro de Daniel nos enche de esperança.

Daniel 12:1 – “Nesse tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no 

Nesse tempo. Continuação do capítulo 11, aponta de volta para 11.36-45, o tempo da ascendência do anticristo, durante o período final da tribulação. O arcanjo Miguel ministrará com atenção especial em proteger Israel. “Teu povo” significa o povo israelita de Daniel, que pode ter esperança mesmo diante da aflição sem precedentes, a Grande Tribulação.

É importante notar que os capítulos 10, 11 e 12 constituem uma visão, não três. Todas as profecias de Daniel revelam o fato de que o falso sistema religioso romano será o ator principal na cena de encerramento do Conflito dos Séculos.

Em Daniel há um livro fechado, mas em Apocalipse há um livro aberto. “Segurava na mão um pequeno livro aberto. Pôs o pé direito sobre o mar, o esquerdo sobre a terra.” (Apocalipse 10:2) Daniel é o “Apocalipse” do Antigo Testamento e o Apocalipse é o “Daniel” do Novo Testamento.

A GRANDE TRIBULAÇÃO

Quando Miguel Se levantar, haverá um tempo de angústia sem precedentes. Em Mateus 24:1, lemos acerca de uma tribulação sem comparação antes e depois.

Há muitos estudos sobre o tema da Grande Tribulação, e lamentavelmente, muitas vezes, em vez de esclarecer, confunde mais as pessoas. Lendo alguns escritos sobre o tema, vemos que muitos  não faz distinção entre “as tribulações e sofrimentos geral do povo de Deus”, e o período específico da Grande Tribulação como está escrito no Antigo e no Novo  

O conceito de “tribulação” supõe um tempo de pressões, aflições, angustias de coração e perturbações em geral. Em conseqüência, uma situação de tribulação é uma experiência comum da raça humana que resulta do seu pecado e rebelião contra Deus e do conflito entre Deus e Satanás no mundo.

Durante a Grande Tribulação, veremos que o povo judeu (Israel) terá um papel preponderante. Também veremos que a besta fará um pacto com os judeus, ainda que as Escrituras não especifica muito bem as condições desse pacto, mas nos deixa ver que é algo como “ promessa de proteção”. Esse pacto será interrompido depois de três anos e meio      (Daniel 9.27), e ela ( a besta) começará a persegui-los. Tal fato dará inicio a Segunda parte do período dos sete anos da Grande tribulação. A Grande Tribulação tem como principal objetivo o povo judeu, porem o resto do mundo também sofrerá (Jeremias 25.29-32). Deus entrará em juízo com seu antigo povo para prová-lo. Lendo Ezequiel 20.33-38, vemos que Deus diz em duas oportunidades, que entrará em juízo com os judeus.

Em Deuteronômio 4.29,30, Israel é advertida a fim de que se voltasse ao Senhor, quando se encontrasse no período de tribulação dos últimos dias. Este tempo específico é objeto atenção especial pelo profeta Jeremias. Em Jeremias 30.1-10, prediz que o tempo de tribulação será precedido pelo regresso parcial dos filhos de Israel a sua terra: “ Pois eis que vem os dias, diz o Senhor, em que farei voltar do cativeiro o meu povo Israel e Judá, diz o Senhor. 

Tornarei a trazê-los à terra que dei a seus pais, e a possuirão” (v. 3). Logo depois, nos versículos 4 – 7, vemos a descrição do período de tribulação que virá sobre  eles depois de regressarem à terra prometida.

É importante ressaltar que em Isaías 10.5. 14.25. 30.31. 31.8. Miquéias 5.5,6 o Anticristo aparece sob o nome de “ O Assírio”, talvez porque na época das profecias mencionadas de Isaías e Miquéias, a cidade de Babilônia ficava no mundo assírio. Na época de Isaías e Miquéias, a Assíria era império mundial.

A Grande tribulação abarca um período de sete anos, dividido em duas fases de três anos e meio. A descrição mais detalhada da Grande Tribulação se encontra  em Apocalipses 

A Grande Tribulação, também conhecida como “os quarenta e dois meses” ( Apoc. 11.2; 12.6; Dan. 7.25), será  o tempo da justiça divina (Apoc.  15.6). As forças da natureza que operam nos céus entrarão em convulsão (Mat. 24.29.Ageu 2.6).  Através da Bíblia vemos que muitas vezes os céus são mencionados como palco de tremendos acontecimentos.

AS DUAS TESTEMUNHAS DE APOCALIPSES 11

Durante os tremendos dias da Grande Tribulação, haverá duas testemunhas especiais da verdade divina (Apoc. 11.1-12). Esses dois homens, divinamente protegidos, serão intocáveis até que cumpram sua missão (Apoc. 11.7). Ambos serão mortos pela besta (Apoc. 11.7).

A Bíblia diz que depois de mortos, seus corpos serão expostos como troféus, porem ao terceiro dia e meio, Deus lhes devolve o espírito de vida e com voz audível, lhes convida a subir aos céus (Apoc. 11.11,12). 

AS RESSURREIÇÕES 

As Escrituras ensinam claramente  que todos serão ressuscitados em seu devido tempo e no seu devido lugar, e que a existência humana continua para sempre independente da condição espiritual do ser humano. A única coisa que muda é o destino final, pois existe dois  lugares totalmente opostos entre sí.

No Velho Testamento
Um dos ensinamentos mais importantes do Velho Testamento era a ressurreição dos mortos, conforme entendemos por Hebreus 6.2. No Velho Testamento, encontramos a promessa da ressurreição (Jó 19.25-27; Is 26.19; Dn 12.2,3). Há uma promessa de Cristo, o Messias, de que este iria ressuscitar da morte (Sl 16.9-11 cf. At 2.30,31; Sl 118.22-24)

No Velho Testamento
Encontramos exemplos de ressurreição: ο Elias ressuscitou a filha da viúva de Sarepta (1Rs 17.17-22); Eliseu ressuscitou o filho da Sunamita (2Rs 4.18-37);  Um homem que fora lançado apressadamente no sepulcro de Eliseu ressuscitou (2Rs 13.20,21). A ressurreição também é exemplificada pela descrição do vale dos ossos secos (Ez 37.1-17). Aqui é apenas uma analogia para ressurreição, pois o texto se refere ao ressurgimento da nação de Israel, a sua restauração

Os Patriarcas criam na ressurreição dentre os mortos. Jó, que viveu aproximadamente 2000 anos antes de Cristo, já cria na ressurreição. “Eu sei que meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida esta minha pelo, então fora de minha carne verei a Deus; ve-lo-ei ao meu lado, e os meus olhos o contemplarão, ...” (Jó 19.25-27). Esse fato é confirmado pelos profetas (Isaías 26.19; Oseas 13.14; Ezequiel 37.12-14).

Na ressurreição recebemos um novo corpo, eterno e glorificado (2Co 5.1). Este corpo“glorificado” ou ressurrecto somente será dado ao crente quando ocorrer o arrebatamento daIgreja (1Co 15.52; 1Ts 4.16). A universalidade da ressurreição é visto em 1 Coríntios

O corpo mortal está relacionado com o corpo da ressurreição (1Co 15.37,38); é ditoque este corpo será incorruptível, glorioso, poderoso e espiritual (1Co 15.32-33,49). Oscorpos dos crentes vivos serão instantaneamente transformados (1Co 15.50-53; Fp 3.20,21). O apóstolo Paulo nos ensina que esta mudança dos vivos e a ressurreição dos mortos em Cristo, chamam-se de “redenção do nosso corpo” (Rm 8.23; Ef 1.13,14).

A Bíblia nos diz que existe duas ressurreições: a dos justos e a dos injustos, ou seja, a dos santos e a dos ímpios. Havendo um intervalo de mil anos entre elas (Ap. 20.5).

A expressão “ ressurreição dentre  os mortos ” que encontramos em Lucas 20.35 e em Filipenses 3.11, implica numa ressurreição em que só os justos participarão.

PRIMEIRA RESSURREIÇÃO.

A Primeira ressurreição é a ressurreição para a vida eterna com Deus, totalmente diferente da Segunda ressurreição que será a ressurreição depois do Milênio reservado para aqueles que sofrerão o Juízo divino e serão condenados à segunda morte ou separação eterna de Deus.  " 

Daniel 12:2: - E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno."

Na primeira ressurreição vamos encontrar três grupos de ressuscitados. Em I Coríntios 15.23 lemos “ cada um porém na sua ordem...” A palavra “ordem”, vem a significar “vez” ou “grupo”. Pois ainda que todos serão ressuscitados, nem todos serão salvos; cada um terá seu respectivo lugar. Por isso é que existem duas ressurreições  para destacar a diferença entre ambos.

A seqüência ou ordem, ou vez da primeira ressurreição pode ser dividido da seguinte maneira:

PRIMEIRO GRUPO = Cristo ( as primícias). “ ...Cristo as primícias...” (I cor. 15.23a). “Ele é a cabeça do corpo, da igreja. É o principio, o primogênito dentro os mortos, para que em tudo tenha a preeminência”  (Col. 1.18)

SEGUNDO GRUPO = Os fiéis que vão ressuscitar no arrebatamento ou rapto da igreja ( I Tes. 4.16;  I Cor. 15.52;  I Cor. 15.23).

NOTA MUITO IMPORTANTE: Antes de comentar sobre o terceiro grupo da primeira ressurreição, quero dizer que depois da morte e ressurreição de Cristo, aconteceu uma ressurreição que foi como uma ‘prenda’, segundo lemos em Mateus 27.52,53.

Sobre essa ressurreição, há muitas controvérsias . Cremos que eram santos do Antigo Testamento. Os sepulcros foram abertos no momento que o Redentor expirou na cruz, provavelmente pelo terremoto, no momento da morte de Jesus. Quando Jesus ressuscitou, o Espírito de vida entrou neles, e juntos saíram como troféu de sua vitória sobre a sepultura e “apareceram a muitos”, Isso para  que houvesse a evidencia inegável da ressurreição deles, e por meio desta, evidenciar a do  Senhor Jesus.

O significado desta ressurreição, pode achar-se no cumprimento do que era tipificado numa oferta levítica. A terceira das festa de Jeová (Lev. 23.9-14) onde os israelitas deviam levar um punhado de grãos para oferecê-los diante de Jeová em sacrifício, em reconhecimento das esperanças na colheita vindoura. Os israelitas deviam levar um punhado de grão não trilhado para apresentá-lo diante do Senhor. Com isso, Cristo demonstrou que em sua ressurreição não estava só, mas que era o precursor da “ grande colheita vindoura”, da qual estes santos era uma pequena amostra.

Muitos teólogos interpretam as referencias do texto mencionado como uma restauração à vida, como ocorreu no caso de Lázaro. Entretanto cremos que o fato de haver ocorrido no mesmo momento da ressurreição de Cristo indicaria que eles foram como Senhor. Não existe nenhuma menção sobre estes ressuscitados depois deste texto. Em qualquer dos casos, é outra ressurreição histórica que confirma o conceito de que todas as ressurreições não podem reunir-se em um único e grande acontecimento futuro.

TERCEIRO GRUPO = Os fiéis martirizados durante a Grande Tribulação. Existe muita polêmica sobre este fato. A discussão gira em volta de que se haverá ou não salvação durante o período da Grande Tribulação. Entretanto em Apocalipses 7.10-14, vemos que há fundamento quando se fala de salvos durante o período da Grande Tribulação.

A Bíblia faz uma menção especial sobre aqueles que morreram como mártires da tribulação, dizendo que serão ressuscitados em conexão com a Segunda vinda de Cristo para estabelecer o seu reino. Em Apocalipses 20.4, João escreve que viu “ as almas daqueles que foram decapitados por causa do testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, os quais não haviam adorado a besta nem a sua imagem, e que não receberam a marca em sua testa nem em suas mãos. E viveram e reinaram com Cristo  por mil anos”.  Esta afirmação é bem explícita no sentido de que os mártires da tribulação serão ressuscitados quando Cristo venha a estabelecer o seu reino. Apocalipses 20.5 declara: “Mas os outros mortos não reviveram até que os mil anos se completassem. Esta é a primeira ressurreição”. Então surge a pergunta:  “Como esta é a primeira ressurreição se já houve outras ressurreições antes dela?  Não nos esqueçamos que neste período já houve a ressurreição de Cristo, e a da Igreja. 

Lewis Sperry Chafer, em seu livro Major Bible Themes, diz que a resposta é que, a expressão “primeira ressurreição”, se refere a todas as ressurreições dos justos mesmo quando se encontrem amplamente separadas pelo tempo. Todas elas são primeira, ou seja, precede a ressurreição dos ímpios. Assim que, a expressão ‘ primeira ressurreição ‘ se aplica a todas as ressurreições dos santos, sem consideração de quando ocorra, incluindo a  ressurreição de Cristo.

A SEGUNDA RESSURREIÇÃO

Depois do Milênio ocorrerá a “Segunda ressurreição”, ou seja, a ressurreição de todos os ímpios mortos desde o tempo de Adão até o fim do Milênio ( Apoc. 20.5).

Os mortos de todos os tempos estarão ressuscitados, isso quer dizer , literalmente (Mateus 10.28). aqui não tem grandes nem pequenos. Há imperadores e reis, políticos e poderosos, magnatas das finanças os grandes indústrias, artistas e grandes sábios. Também há homens simples, sem nenhuma posição social ou ambição, pobres, analfabetos, mendigos. Porém, nenhum deles, durante toda sua vida na terra, deu atenção à Palavra de Deus, nunca se importaram com o sacrifício de nosso Senhor Jesus Cristo, e por isso virão a juízo.

CONCLUSÃO.
Terminamos aqui o nosso estudo do extraordinário livro do profeta Daniel, um livro essencialmente profético, esperamos termos lançado uma luz de esclarecimento para aqueles, principalmente alunos e irmãos que estão se iniciando no estudo da Bíblia a Palavra do Senhor, durante os estudos procuramos por várias correntes de pensamentos nos comentários, não alterando o sentido original do livro, deixando assim que o leitor cristão tenha sua própria visão desse extraordinário livro, desejamos a todos bons estudos e lembramos que muitas das profecias estão acontecendo ou irão acontecer, e que o Senhor 

Deus abençoe a todos nós.

Prof. Pr. Adaylton de Almeida Conceição (Th.B.Th..Th.D.)


Prof. Adaylton de Almeida Conceiçãoé Ministro do Evangelho, tendo exercido seu ministério no Amazonas e por mais de vinte anos trabalhou como Missionário na Argentina e Uruguai. É Escritor, Bacharel, Mestre e Doutor em Teologia, Pós graduado em Ciências Políticas, Psicanalista e Jornalista Profissional. É o Diretor da Faculdade Teológica Manancial.







BIBLIOGRAFIA
CONCEIÇÃO, Adaylton de Almeida - Introdução à Escatologia - E. Manancial
CONCEIÇÃO, Adaylton de Almeida - Introducción a las Dispensaciones - STEM - Buenos Aires-Argentina - 1997.
Edy Brilhador - A redenção de Jerusalém e a regeneração do homem
Graciela Érika Rodrigues - DANIEL CAPITULO 12

Extraído do Blog Point Rhema do amigo Pr. Carlos Roberto


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