sábado, 14 de dezembro de 2013

Subsídio Escola Dominical -



Texto Áureo: Ec. 9.2 - Leitura Bíblica: Ec. 9.1-6
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
Os livros sapienciais da Bíblia visualizam a prosperidade de modo diferenciado do que costuma ser propagado em muitas igrejas, principalmente entre aquelas pseudopentecostais. Na lição de hoje, mais especificamente com base em Eclesiastes, mostraremos que a prosperidade financeira, ao contrário do que defendem alguns pregadores televisivos, não é garantia da verdadeira espiritualidade, e que os ímpios também prosperam, na maioria das vezes para a perdição das suas almas.
1. A PROSPERIDADE DOS ÍMPIOS É ILUSORIA
A lógica consumista está moldando as atitudes do homem moderno de tal maneira que o ser humano acaba sendo reduzido à quantidade de quinquilharias que consegue acumular. Ao invés de investirem no Reino de Deus, e mais especificamente, nos outros, os adeptos de algumas igrejas, que absorveram o espírito deste século, transformaram o acúmulo de bens em um fim em si mesmo. Em alguns casos, como vemos nos dias atuais, sacramentalizam a riqueza e transformam a ostentação em benção divina. Essa é uma teologia da ganância que motiva os fieis de suas igrejas não a buscarem a vontade soberana de Deus, mas tão somente a acumularem riquezas, nas quais depositam sua confiança. O Salmo 73, de Asafe, nos possibilita um vislumbre da ilusória prosperidade dos ímpios. Se não tivermos cuidado, e olharmos para as riquezas dos ímpios, poderemos nos distanciar dos caminhos do Senhor (Sl. 73.21,22). A prosperidade dos ímpios é ilusória porque não passa de um simulacro (Sl. 73.20), isto é, de uma miragem. Isso porque o mundo passa, bem como a sua concupiscência (I Jo. 2.17). O homem secularizado vive no engano do ter, por isso tem dificuldade de se aproximar do Criador (Mt. 19.22-24). Os ímpios têm tudo o que querem, menos a Deus, eles transformam a riqueza em um ídolo, que é pecado (Ex. 34.15,16; I Cr. 5.25). Precisamos ter cuidado para não nos deixar levar pela tendência desse século, e duvidarmos de Deus como fez o autor do Salmo 73. Não podemos ter inveja dos perversos, muito menos dos seus atos de desobediência (Sl. 37.1; Pv. 3.31; 23.17; 24.1,19).
2. A ILUSÃO DA PROSPERIDADE EM ECLESIASTES
Os ímpios fiam sua esperança nas riquezas, mas não percebem que elas são temporárias. A morte chegará, e quando essa bater à porta, os bens acumulados para nada servirão. Morre tanto o justo quanto o injusto, o santo quanto o ímpio (Ec. 9.1,2). No final, ainda que muitos fujam dessa realidade, as pessoas terão que se deparar com a última inimiga (I Co. 15.26). Somente aqueles que estão em Cristo têm a bendita esperança, a certeza de que estarão com Cristo, seja por meio da morte, ou quando a trombeta soar, por ocasião do arrebatamento (Rm. 6.23; Jo. 11.25,26; I Ts. 4.13-18; I Co. 15.51-58). A morte alcança a todo ser humano, indistintamente, mas não tem todos estão cientes dessa realidade. A cultura da longevidade está fazendo com que as pessoas vivam como se não tivessem que morrer. Pior ainda, como se não tivesse a quem prestar contas no futuro. O crente tem sempre a morte diante de si (Ec. 9.5) porque se conduz a partir de uma viva esperança, fundamentada nAquele que conquistou a morte (I Pe. 1.3-5; II Tm. 1.10). Por esse motivo, nós, os cristãos, podemos desfrutar das condições que a vida permite, aproveitá-la, mas sem perder a eternidade de vista. Ao invés de se entregar à tristeza, devemos usufruir de refeições prazerosas (Ec. 9.7), das comemorações alegres em família (Ec. 9. 8), de um casamento fiel e amoroso (Ec. 9.9) e do trabalho árduo (Ec. 9.10). Não é proibido ter alegria, contanto que o fundamento desta seja o Senhor (Fp. 4.4). Tudo que o Senhor permitir, para nossa satisfação, devemos tirar proveito, cônscios que um dia nossas obras serão julgadas, e por cada uma delas receberemos a devida recompensa (I Co. 3.10; Cl. 3.23-25). Não podemos viver também demasiadamente preocupados, tentando controlar todas as situações, pois a vida é imprevisível. Nem mesmo nossas aptidões garantem prosperidade, pois a injustiça prevalece em alguns contextos (Ec. 9.11,12). Algumas pessoas estudam, se dedicam ao seu ofício, mas nem sempre colhem os frutos do seu esforço, por causa da injustiça dos homens. O autor do Eclesiastes nos instiga a aproveitar as oportunidades, reconhecendo que essas também não garantem a prosperidade (Ec. 9.13-18).
3. A PROSPERIDADE VERDADEIRAMENTE CRISTÃ
Uma leitura cuidadosa dos evangelhos e das epístolas do Novo Testamento nos mostrará que essa lógica nada tem de bíblica. A economia de Deus está distante daquilo que nos é apresentado pelos teólogos da ganância nos canais de televisão. O apóstolo Paulo afirma que quem deseja obter riqueza cai em “muitos desejos descontrolados e nocivos” (I Tm. 6.9,10). Conforme destacou o Senhor Jesus, ser rico pode se tornar um empecilho para segui-LO, tendo em vista que é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha que um rico entrar no Reino de Deus (Mt. 19.24,25). Enquanto muitos, nestes tempos, buscam confiança nas riquezas, e tantos outros, fazem tudo para tê-las, utilizando até de meios escusos, Jesus chama a atenção para o “engano das riquezas” (Mt. 13.22). Aqueles que somente querem a prosperidade financeira deveriam ler mais os evangelhos, pois Jesus é categórico ao reprovar o acúmulo de tesouros na terra (Mt. 6.19-21). O interesse do Senhor é que acumulemos tesouros no céu (Mt. 6.10), e que coloquemos em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça (Mt. 6.33). A riqueza é perigosa porque o seu poder está relacionado a uma divindade, Mamom, que é rival de Deus (Mt. 16.33), aqueles que adoram a esse deus são chamados por Jesus de insensatos (Lc. 12.16-21). As palavras de Paulo, ao jovem pastor Timóteo, servem de alerta a todos os cristãos, em especial à liderança: “os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição” (I Tm. 6.9), por isso, o líder da igreja não deve ser “apegado ao dinheiro” (I Tm. 3.3) e os diáconos não podem ser amigos de “lucros desonestos” (I Tm. 3.8).
CONCLUSÃO
Quando o ser humano se distancia de Deus cria para si mesmo um ídolo, é isso que temos testemunhado na sociedade. Ao invés de dobrarem diante do Criador, as pessoas se voltam tão somente para as riquezas, e nelas colocam sua confiança. O autor do Eclesiastes, assim como os demais escritores bíblicos, lembram que as riquezas são efêmeras, e não são dignas de culto. Aprendamos, pois a confiar no Senhor, pois dEle procedem as insondáveis riquezas celestiais em Cristo Jesus, que nos impulsiona para um viver ético, que não coisifica as pessoas, antes nos coloca em condição de responsabilidade perante elas (Ef. 1.3-7; 3.8).
BIBLIOGRAFIA
MELO, J. L. de. Eclesiastes: versículo por versículo. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.
WEIRSBE, W. W. Ecclesiastes: be satisfied. Colorado Springs: David Cook, 2010.
Publicado no blog Subsídio EBD 

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