MULHERES QUE AJUDARAM
JESUS
Texto
Áureo Lc. 14.27 – Leitura Bíblica Lc.14.25-35
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
O evangelho segundo Lucas destaca a
atuação de pessoas marginalizadas, dentre elas as crianças, as mulheres e os
pobres. Na aula de hoje estudaremos a respeito do papel das mulheres no
ministério de Jesus, notadamente na narrativa lucana. Ao final, avaliaremos, a
partir de uma perspectiva neotestamentária, a atuação do ministério feminino na
igreja de Jesus Cristo. Destacaremos que o evangelho é inclusivo, não fazendo
diferença entre judeu ou gentio, macho ou fêmea, pois todos são um em Cristo
(Gl. 3.28).
1. AS MULHERES NO MINISTÉRIO DE JESUS
No contexto da sociedade
judaico-romana, no qual as mulheres eram colocadas em segundo plano, o
cristianismo privilegiou a atuação feminina. Enquanto que os gregos desprezavam
as mulheres, inclusive alguns dos mais conceituados filósofos, Jesus dignificou
a posição social das mulheres, ressaltando o papel delas na vida pública. Ao
contrário dos que era defendido em Sua época, Jesus reafirmou que homem e
mulher foram feitos uma só carne (Gn. 2.24; Mt. 19.3-9). Jesus se opôs à
coisificação da mulher, transformando-a em mero objeto de desejo (Mt. 5.28),
como ainda acontece na sociedade contemporânea. A preocupação de Jesus com as
mulheres é digna de destaque ao longo dos evangelhos. Ele curou a sogra de
Pedro, possibilitando o retorno dela ao serviço (Mc. 1.30-31; Mt. 8.14,15; Lc.
4.38,39). Jesus mostrou interesse pela viúva de Naim, confortando-a em um
momento de aflição (Lc. 7.11-15). O Senhor também curou uma mulher curvada por
dezoito anos, defendendo-a das acusações dos religiosos (Lc. 13.10-17). Jesus
curou uma mulher acometida de um fluxo de sangue, que sofria há vários anos
(Mc. 5.22-29). Ele permitiu que uma mulher considerada pecadora ungisse seus
pés (Lc. .36-50). Mesmo as prostitutas não foram desprezadas por Jesus, essas
têm maior disposição para o arrependimento do que os religiosos (Mt. 21.31). O
interesse inclusivista de Jesus atraiu mulheres que eram conhecidas como
adúlteras na sociedade, orientando-as para que abandonassem os seus pecados
(Jo. 4.4-42; Jo. 8.1-11).
2. AS MULHERES NO EVANGELHO DE LUCAS
Como apontamos anteriormente, algumas
mulheres tiveram proeminência no ministério de Jesus, e essas são destacadas
por Lucas no evangelho que traz o seu nome. Isabel, a mãe de João Batista, é
destacada como uma mulher piedosa (Lc. 1.5-7). Maria, a mãe de Jesus, recebeu a
visitação de um ajo, informando-lhe que ela seria a mãe do Salvador (Lc.
1.26-38; Lc. 2.5-7), e essa acompanhou o ministério do Seu filho até o fim (Lc.
8.19). Ana, a profetisa do templo, abençoou Jesus quando criança (Lc. 2.36-38).
Maria e Marta, irmãs de Lázaro, serviam ao Senhor em Betânia (Jo. 11.5; Lc.
10.38). As mulheres acompanharam o ministério de Jesus, algumas delas
contribuíam financeiramente para esse, dentre elas Maria Madalena, Joana e
Susana (Lc. 8.1-3). Conforme destacamos anteriormente, Jesus curou várias
mulheres: a sogra de Pedro (Lc. 4.38-39), uma menina de doze anos (Lc.
8.41-56), uma mulher com uma enfermidade por doze anos (Lc. 8.43-48), e uma
mulher curvada por dezoito anos (Lc. 13.10-17). O exemplo de algumas mulheres é
destacado no evangelho lucano: uma mulher pecadora que unge o Mestre e é
perdoada (Lc. 7.37-50), a mulher da parábola da dracma perdida (Lc. 15.8-10),
uma viúva que busca um juiz para obter justiça (Lc. 18.1-5) e uma viúva pobre
que entrega duas moedas no templo (Lc. 21.1-4). As mulheres foram as primeiras
a testemunharem a ressurreição de Jesus. Na verdade, elas O acompanharam
durante a crucificação (Lc. 23.27,49), prepararam especiarias para ungir Seu
corpo (Lc. 23.55,56), encontraram Jesus no túmulo vazio (Lc. 24.1-3), e a elas
os anjos anunciaram que Jesus havia ressuscitado (Lc. 24.4-8).
3. A ATUAÇÃO DAS MULHERES NA IGREJA
Ao contrário do que defendem alguns
críticos do Novo Testamento, Paulo foi favorável ao ministério feminino na
igreja. Em I Co. 11 o apóstolo instruiu sobre como as mulheres deveriam orar e
profetizar na igreja, respaldando esse ministério. Várias mulheres auxiliaram
Paulo em seu ministério missionário (Rm.16.1). A utilização isolada da passagem
bíblica de I Tm. 2.12-14 não pode ser usada para limitar a atuação da mulher na
igreja, apenas para restringi-la. O texto diz que a mulher não deve ter
“domínio sobre o homem”. O argumento bíblico é o de que a supremacia e a
liderança do homem não é uma questão cultural, pois se baseia no princípio da
criação, pois Deus criou primeiro o homem, em seguida, a mulher (I Co. 11.9; I
Tm. 2.13). A Bíblia não orienta a escolha de mulheres para a posição do
pastorado na Igreja, esse ministérioparece estar restrito aos
homens (I Tm.3.2). No entanto, as mulheres não devem se sentir menosprezadas
por isso. Deus, em Jesus Cristo, subverteu muitos padrões em Sua época em
relação à mulher. Elas eram desprezadas naquela cultura, mas não por Ele,
que as tornou, juntamente com os homens, “um em Cristo” (Gl.3.28). O Espírito
Santo concedeu a elas os dons espirituais (I Co.12), mediante o qual elas podem
tomar parte na edificação do corpo de Cristo. Elas podem profetizar
(At.2.17-18; 21.9), bem como ensinar na igreja, como fazia Priscila, cujo
ministério é destacado no Novo Testamento (At.18.26; Tt.2.4).
CONCLUSÃO
A sociedade dos tempos de Jesus
menosprezava as mulheres, mas o Senhor se opôs a esse preconceito, e atraiu
várias mulheres para apoiar Seu ministério. O Evangelho segundo Lucas reforça a
inclusão da mulher na dimensão evangélica, elas acompanhavam e sustentavam o
ministério do Mestre. A maneira digna com a qual Jesus, inclusive o apóstolo
Paulo, tratou as mulheres, deve servir de estímulo para que nós, os cristãos do
tempo presente, façamos o mesmo, pois todos somos um em Cristo.
BIBLIOGRAFIA
GREEN, J. The
theology of the gospel of Luke. Cambridge: CUP, 1995.
Extraído do Blog do:
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
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