quarta-feira, 3 de junho de 2015

(Auxílio do Mestre) Lição 10 CPAD da Escola Dominical - Jesus e o Dinheiro


Lição 10
7 de Junho  de 2015
Jesus e o Dinheiro 

TEXTO ÁUREO
"E, vendo Jesus que ele ficara muito triste, disse: Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os que têm riquezas!" (Lc 18.24)

VERDADE PRÁTICA
As Escrituras não condenam a aquisição honesta de riquezas, e, sim, o amor a elas dispensado. 

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Lc 21.1-4
Riqueza e pobreza no tempo de Jesus Cristo
Terça - Lc 18.29,30
Generosidade e prosperidade segundo a Palavra de Deus
Quarta - Lc 16.13
Os perigos de se ter as riquezas como senhor
Quinta - Lc 12.13-34
A vida do homem não consiste  no seus bens 
Sexta - Lc 7.36-50
Avaliando a verdadeira intenção do coração 
Sábado - Lc 16.9
Não guardar tesouros na terra, mas no céu

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 18.18-24
18 - E perguntou-lhe um certo príncipe, dizendo: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?
19 - Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é Deus.
20 - Sabes os mandamentos: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe.
21 - E disse ele: Todas essas coisas tenho observado desde a minha mocidade.
22 - E, quando Jesus ouviu isso, disse-lhe: Ainda te falta uma coisa: vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me.
23 - Mas, ouvindo ele isso, ficou muito triste, porque era muito rico.
24 - E, vendo Jesus que ele ficara muito triste, disse: Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os que têm riquezas!
OBJETIVO GERAL
Como mordomos que somos, ensinar o uso correto do dinheiro e dos bens confiados por Deus a nós, à luz do ensino de Jesus.

HINOS SUGERIDOS: 5,75,432 da Harpa Cristã

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

Pontuar o dinheiro, os bens e as posses na perspectiva secular e na cristã.
Explicar o dinheiro, os bens e as posses na perspectiva do judaísmo do tempo de Jesus.
Conhecer o que Jesus ensinou sobre o dinheiro, as posses e os bens.
Conscientizar o aluno da importância de entesourar tesouros no céu.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Caro professor, o assunto "dinheiro" não é fácil de ser tratado no meio evangélico. Muitos hoje têm sido levados por caminhos nada bíblicos e evangélicos, quando o assunto é dinheiro. Entretanto, o nosso objeto de estudo é o Evangelho de Lucas. Ou seja, o que nos interessa saber é o que a Palavra de Deus, revelada em Lucas, diz acerca do dinheiro. Qual o estilo de vida que o cristão deve ter à luz desse texto? É o que nos interessa responder nesta lição e também deve ser a pergunta que deve conduzir a aula quando ministrada em sala. Boa aula!

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O cristianismo bíblico e ortodoxo sempre manteve uma posição de cautela e até mesmo reserva com respeito ao uso do dinheiro e aquisição de riquezas. Na verdade, os primeiros líderes cristãos, inspirados nos ensinos de Jesus, passaram a desestimular a aquisição de bens materiais. Entretanto, o secularismo e o materialismo sempre rondaram o arraial cristão e, vez por outra, Mamon tem deixado suas marcas em nosso meio.  Observaremos, nesta lição, que os ensinos de Jesus sobre a aquisição de riquezas se distanciam do judaísmo de seus dias e, também, daquele que é praticado hoje por muitos setores do cristianismo evangélico. Longe de estimular a aquisição de bens, como fazem dezenas de igrejas, Jesus aconselhava se desvencilhar delas.  Aprendamos com o Mestre o uso correto do dinheiro e como ser bons mordomos dos bens que nos foram confiados. [O dinheiro tem se tornado senhor de muitas pessoas. Há muita gente lutando para ter dinheiro e se desgastam tanto nesta busca que já não lhes resta tempo algum para gozar daquilo que conseguiram amealhar. O desejo de ter coisas e acumular riquezas domina a vida do homem moderno. O servo de Deus precisa reconhecer que o dinheiro é uma ferramenta que deve ser empregada em boas obras, e não nosso senhor. Uma das táticas mais eficazes do diabo é apagar o zelo do cristão com preocupações financeiras Mateus 13.22 diz: “E o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera”. Jesus ensinou claramente que nós temos que escolher entre dois senhores (Mateus 6:19-34). Mas, muitas pessoas se tornam escravas do dinheiro por acumular dívidas. Os servos de Deus precisam entender bem alguns princípios que a Bíblia ensina sobre o dinheiro, para não serem enganados e escravizados por mamon. Aprendemos nas Escrituras que nunca devemos pôr nossa confiança nas riquezas (1 Timóteo 6:17-19; Provérbios 11:28; Lucas 12:15-21; 1 Timóteo 6:4-11). O dinheiro não é fonte de alegria ou contentamento (Provérbios 15:16-17; Eclesiastes 5:10-11). Apesar das doutrinas de muitas igrejas hoje que dizem que a prosperidade é evidência da fidelidade, a Bíblia ensina que nem riqueza nem pobreza, por si só, nos faz melhor servos de Deus. É bom ter o suficiente, mas não o excesso (Provérbios 30:7-9).]. Convido você a pensar maduramente sobre a fé cristã. 

I. O DINHEIRO, BENS E POSSES NAS PERSPECTIVAS SECULAR E CRISTÃ
1. Perspectiva secular. Uma das formas mais comuns de se enxergar o dinheiro, bens e posses na cultura secular é vê-los apenas como algo de natureza puramente material. Tanto no mundo antigo quanto no contemporâneo, é possível observar que a realidade material pareceu sempre se sobrepor à espiritual. O material passa a dominar a vida das pessoas e isso inclui dinheiro, bens e posses. No Mundo Ocidental, essa forma de enxergar as coisas transformou-se em uma filosofia de vida que se recusa a enxergar outra coisa além da matéria. Por essa perspectiva, o material é superestimado enquanto o espiritual é ignorado e suplantado. Nesse contexto, quem tem posses é valorizado, e quem não as possui nada vale. O dinheiro, como valor material que garante posses, ganha o status de senhor em vez de servo.  [O dinheiro é o meio usado na troca de bens, na forma de moedas ou notas (cédulas), usado na compra de bens, serviços, força de trabalho, divisas estrangeiras ou nas demais transações financeiras, emitido e controlado pelo governo de cada país, que é o único que tem essa atribuição. É também a unidade contábil. Seu uso pode ser implícito ou explícito, livre ou por coerção. Acredita-se que a origem da palavra remete à moeda portuguesa de mesmo nome (o dinheiro). Na era pré-cristã eram cultuados muitos deuses. Mamon, contudo, não era o nome de uma divindade e sim um termo de origem hebraica que significa dinheiro, ou bens materiais. No Evangelho de Lucas, a palavra é utilizada quando afirma que não é possível servir simultaneamente a Deus e a Mamon (Lucas 16.13). Deuteronômio 8.18 “Antes te lembrarás do Senhor teu Deus, porque ele é o que te dá força para adquirires riquezas; a fim de confirmar o seu pacto, que jurou a teus pais, como hoje se vê.” É possível que o dinheiro nos faça esquecer coisas mais importantes? As riquezas podem -se tornar o centro da nossa vida e tomar o lugar de Deus. A Bíblia diz em Jeremias 9.23-24 “Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em entender, e em me conhecer, que eu sou o Senhor, que faço benevolência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor.” O dinheiro pode dar-nos atitudes erradas sobre as coisas materiais. A Bíblia diz em Lucas 12:15 “E disse ao povo: Acautelai-vos e guardai-vos de toda espécie de cobiça; porque a vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui.”. É interessante esse contraste entre o que a Bíblia diz e o que o mundo pensa. Para o materialismo, o que realmente importa é o ter, o sucesso financeiro é a prioridade da vida. 1 Timóteo 6.9 “Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e na perdição.”]. 
2. Perspectiva cristã. No contexto cristão, o mesmo Deus que fez o espiritual é o mesmo que fez o material. Nos ensinos de Cristo, não há um dualismo entre matéria e espírito! Todavia, as coisas espirituais, por serem de natureza eterna, ganham primazia sobre as materiais, que são apenas temporais (Lc 10.41). Na perspectiva cristã, portanto, as dimensões material e espiritual devem coexistir. Assim como servimos a Deus com o nosso espírito, nossa dimensão espiritual, devemos também servir com o nosso corpo (1 Co 6.19,20; 1 Ts 5.23), nossa dimensão material. Dessa forma, quem se tornou participante dos valores espirituais deve também servir com seus bens materiais (Rm 15.27; Lc 8.3). Aqui, o dinheiro, como valor material, não é visto como senhor, mas apenas como um servo. [O contentamento não depende da quantidade de dinheiro ou posses materiais. A Bíblia diz em Filipenses 4.12-13 “Sei passar falta, e sei também ter abundância; em toda maneira e em todas as coisas estou experimentado, tanto em ter fartura, como em passar fome; tanto em ter abundância, como em padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece.” Onde investimos o nosso dinheiro, aí estará o nosso coração. A Bíblia diz em Mateus 6.21 “Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” Parece que os cristãos estão extremamente confusos se as coisas que pensamos que possuímos, o mundo natural e até nossos corpos são, em sua essência, bons ou não. E sta confusão surgiu, em boa parte, porque o pensamento cristão ocidental foi comprometido pelo conceito não-bíblico da filosofia grega: a separação entre corpo e alma e material e espiritual. Ainda que citemos ‘Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e não nas coisas terrenas’ (Colossenses 3:2), a verdade é que passamos a vida buscando e quase adorando coisas materiais – casas e carros bonitos, boa comida, pessoas de boa aparência, igrejas confortáveis. Os resultados são desastrosos assim para nosso mundo como para nosso relacionamento com Deus. A crença de que coisas materiais não importam nos divorcia dos constantes lembretes bíblicos de que nossas atitudes e práticas com relação a posses, pessoas, outras criaturas e a terra que habitamos estão no coração de nossa relação com Deus.]. 

PONTO CENTRAL
O dinheiro, os bens e as posses, na perspectiva de Jesus, não devem ser o significado último da vida.

SÍNTESE DO TÓPICO I
Na perspectiva secular, o dinheiro é apenas um elemento material; na cristã, as dimensões espiritual e material devem coexistir.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, antes de entrar no tópico da lição, é importante que você contextualize a passagem bíblica de Lucas 18.18-30 para os seus alunos. Por isso, disponibilizamos o comentário do teólogo French L. Arring-ton: "Sem confiança própria de criança, a entrada no Reino de Deus é bloqueada. Um exemplo é o príncipe rico (vv.18-25), que não está disposto a responder a Jesus com humildade e fé. Mateus diz que ele é jovem (Mt 19.20), e Lucas o identifica como príncipe, talvez de uma sinagoga (cf. Lc 8.41). Como os fariseus, ele confia em suas boas ações. Ele também tem riquezas, às quais está apegado.
Este príncipe presume que falta uma obra que ele não está fazendo atualmente para herdar a vida eterna. Ele reconhece Jesus como figura de autoridade e lhe pergunta: 'Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?' O jovem faz esta pergunta à maior autoridade no assunto, mas ele saúda Jesus com um simples 'bom mestre'. Sua compreensão de Jesus é rasa. Ele o considera somente como homem e não tem ideia de que Jesus é o Messias, o Filho de Deus. Sua estima pelo Salvador não é mais alta do que ele teria por um professor distinto. O modo como ele se dirige a Jesus parece ser nada mais que lisonja.
[...] Como discernidor perfeito do coração humano, Ele [Jesus] percebe que o príncipe adora seus bens materiais e o lembra que ele tem de fazer mais uma coisa: 'Vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me'. Jesus pôs o dedo no pecado do coração deste homem - seu amor pelos bens materiais. Suas riquezas terrenas estão entre ele e Deus. Visto que ele não pôs Deus em primeiro lugar no coração, Jesus exige que o homem distribua o dinheiro. [...] 'Não terás outros deuses diante de mim' (Êx 20.3).
Pouco disposto a obedecer a Jesus, o jovem príncipe rico vai embora sem a vida eterna. Enquanto vai, Jesus observa o quanto é difícil os ricos entrarem no Reino de Deus (v.24). Sua tentação é confiar nas coisas terrenas. Eles acham difícil se entregar à misericórdia de Deus e escolher o Reino. Para ilustrar o quanto é difícil, Jesus insiste que não é mais fácil para o rico entrar no Reino de Deus do que para um camelo passar pelo fundo de uma agulha. Esta ilustração vívida ensina o quanto é impossível os ricos, por méritos próprios, entrarem no Reino de Deus. Falando humanamente, é impossível. Qualquer tentativa de libertar alguém de um amor demoníaco pelas coisas terrestres fracassará. 
[...] Jesus lembra à sua audiência que, embora seja impossível para uma pessoa salvar a si mesma, Deus pode. Ele pode fazer o que é impossível para os seres humanos. Ele pode redirecionar o coração do amor por bens terrenos para um amor pelo eterno, e pode operar o milagre da conversão no coração do rico e do pobre. As pessoas não podem mudar o coração; mas quando respondemos a Deus pela fé, o Espírito Santo transforma nosso coração e nos proporciona a salvação" (ARRINGTON, French L. Lucas. In ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.436-37). 

II. DINHEIRO, BENS E POSSES NO JUDAÍSMO DO TEMPO DE JESUS
1. Ricos e pobres. No judaísmo do tempo de Jesus, a sociedade estava dividida em dois grupos: os ricos e os pobres. Na classe mais abastada, estavam os sacerdotes, participantes de uma elite que controlava o sistema de sacrifícios e lucravam com ele, e os herodianos que possuíam grandes propriedades. Um outro grupo era formado por membros da aristocracia judaica que enriqueceu à custa de impostos de suas propriedades e ao seu comércio. O último grupo era formado por judeus comerciantes, que, embora não possuíssem herdades, participavam ativamente da vida econômica da nação. No extremo oposto dessa situação, estavam os pobres! Estes eram "o povo da terra" (Lc 21.1-4). Não possuíam nada e ainda eram oprimidos pelos ricos (Tg 2.6). .[Sempre houve, na história da humanidade, esta divisão de classes. Naqueles dias, ainda mais. Predominava entre os judeus daqueles tempos a ideia de que as riquezas eram um sinal do favor especial de Deus, e que a pobreza era um sinal de falta de fé e do desagrado de Deus. Os fariseus, por exemplo, adotavam essa crença e escarneciam de Jesus por causa da sua pobreza (16.14). Essa ideia falsa é firmemente repelida por Cristo (ver 6.20; 16.13; 18.24,25). A Bíblia identifica a busca insaciável e avarenta pelas riquezas como idolatria, a qual é demoníaca (cf. 1Co 10.19,20; Cl 3.5). Por causa da influência demoníaca associada à riqueza, a ambição por ela e a sua busca frequentemente escravizam as pessoas (cf. Mt 6.24). Agora, note o leitor que, desde as origens da cristandade houve convertidos ricos e que esses ocuparam posição de destaque nas comunidades cristãs, sobretudo, nas comunidades gregas, como consta nas epístolas paulinas. Então fica evidente que o mau não é o dinheiro em si, mas o amor a ele. Lucas escreve seu livro à um destinatário rico! E que coragem desse evangelista! Pouco importa se Teófilo era uma pessoa de posses e estava custeando Lucas durante suas pesquisas e elaboração de seus dois livros, Lucas fala a respeito do amor ao dinheiro! O evangelho de Lucas, completado pelos Atos, é o único evangelho destinado a uma pessoa (ou grupo de pessoas). Os outros são destinados a uma comunidade ou a várias comunidades. Por que esse interesse particular de Lucas, que, de certo modo, cria um privilégio? É difícil imaginar que Lucas tenha escrito essa obra especialmente para um pobre. Trata-se de pessoa importante (ou de grupo de pessoas importantes) — humanamente falando. A obra de Lucas mostra que pessoas importantes humanamente falando, também podem ser importantes eclesialmente falando.]. 
2. Generosidade e prosperidade. Na cultura judaica nos dias de Jesus, a posse de bens materiais não era vista como um mal em si. O expositor bíblico P. H. Davids observa que os exemplos de Abraão, Salomão e Jó serviam de inspiração àqueles que almejavam a prosperidade. A ideia era que os ricos prosperavam porque sobre eles estava o favor de Deus. Dessa forma, a prosperidade passou a ser associada à piedade. Para evitar a avareza e a ganância, a tradição rabínica estimulava os ricos a serem generosos e solidários com os pobres, que era maioria na comunidade.  Evidentemente que essa concepção estimulava apenas as ações exteriores, sem levar em conta as atitudes interiores (Lc 21.4). .[As riquezas são, na perspectiva de Jesus, um obstáculo, tanto à salvação como ao discipulado (Mt 19.24; 13.22). Transmitem um falso senso de segurança (12.15ss.), enganam (Mt 13.22) e exigem total lealdade do coração (Mt 6.21). Quase sempre os ricos vivem como quem não precisa de Deus. Na sua luta para acumular riquezas, os ricos sufocam sua vida espiritual (8.14), caem em tentação e sucumbem aos desejos nocivos (1Tm 6.9), e daí abandonam a fé (1Tm 6.10). Geralmente os ricos exploram os pobres (Tg 2.5,6). O cristão não deve, pois, ter a ambição de ficar rico (1Tm 6.9-11). O amontoar egoísta de bens materiais é uma indicação de que a vida já não é considerada do ponto de vista da eternidade (Cl 3.1). O egoísta e cobiçoso já não centraliza em Deus o seu alvo e a sua realização, mas, sim, em si mesmo e nas suas possessões. O fato de a esposa de Ló pôr todo seu coração numa cidade terrena e seus prazeres, e não na cidade celestial, resultou na sua tragédia (Gn 19.16,26; Lc 17.28-33; Hb 11.8-10). Uma das atividades que Jesus avocou na sua missão dirigida pelo Espírito Santo foi “evangelizar os pobres” (4.18; cf. Is 61.1). Noutras palavras, o evangelho de Cristo pode ser definido como um evangelho dos pobres (Mt 5.3; 11.5; Lc 7.22; Tg 2.5). Os “pobres” (gr. ptochos) são os humildes e aflitos deste mundo, os quais clamam a Deus em grande necessidade, buscando socorro. Ao mesmo tempo, são fiéis a Deus e aguardam a plena redenção do povo de Deus, do pecado, sofrimento, fome e ódio, que prevalecem aqui no mundo. Sua riqueza e sua vida não consistem em coisas deste mundo (ver Sl 22.26; 72.2, 12,13; 147.6; Is 11.4; 29.19; Lc 6.20; Jo 14.3). A libertação do sofrimento, da opressão, da injustiça e da pobreza, com certeza virá aos pobres de Deus (Lc 6.21).]. 
SÍNTESE DO TÓPICO II
No judaísmo do tempo de Jesus havia dois grupos sociais, os ricos e os pobres; a ideia era de que os ricos prosperavam porque tinham o favor de Deus

 Jesus, ao contrário dos rabinos, não associou a piedade com a prosperidade. 

III. DINHEIRO, BENS E POSSES NOS ENSINOS DE JESUS 
1. Jesus alertou sobre os perigos da riqueza. O ensino de Jesus sobre o uso das riquezas foi muito mais radical do que ensinava o judaísmo e a tradição rabínica dos seus dias. Jesus, ao contrário dos rabinos, não associou a piedade com a prosperidade. A riqueza de alguém nada dizia sobre a sua real condição espiritual. Para Jesus, o perigo das riquezas estava no fato de que elas poderiam, até mesmo, se transformar numa personificação do mal e reivindicar o culto para si. Por isso, advertiu: "Não podeis servir a Deus e [as riquezas]" (Lc 16.13). O vocábulo traduzido como "riqueza", nesse texto, corresponde à palavra grega de origem aramaica Mammonas, traduzida na ARC como Mamom. A riqueza pode se transformar em um ídolo, ou deus, para aqueles que a possui.  Nesse aspecto, as riquezas tornam-se um obstáculo no caminho daquele que serve a Deus (Lc 8.14). [Para o cristão, as verdadeiras riquezas consistem na fé e no amor que se expressam na abnegação e em seguir fielmente a Jesus (1Co 13.4-7; Fp 2.3-5). Quanto à atitude correta em relação a bens e o seu usufruto, o crente tem a obrigação de ser fiel (16.11). O cristão não deve apegar-se às riquezas como um tesouro ou garantia pessoal; pelo contrário, deve abrir mão delas, colocando-as nas mãos de Deus para uso no seu reino, promoção da causa de Cristo na terra, salvação dos perdidos e atendimento de necessidades do próximo. Portanto, quem possui riquezas e bens não deve julgar-se rico em si, e sim administrador dos bens de Deus (12.31-48). Os tais devem ser generosos, prontos a ajudar o carente, e serem ricos em boas obras (Ef 4.28; 1Tm 6.17-19). Cada cristão deve examinar seu próprio coração e desejos: sou uma pessoa cobiçosa? Sou egoísta? Aflijo-me para ser rico? Tenho forte desejo de honrarias, prestígio, poder e posição, o que muitas vezes depende da posse de muita riqueza?]. 
2. Jesus ensinou a confiança em Deus. Embora Jesus tenha mostrado que as riquezas podem, até mesmo, se tornar uma personificação do mal, Ele não as demonizou. No entanto, na perspectiva lucana, Jesus desencoraja a aquisição de riquezas (Lc 12.13; 18.22) e estimula a confiança em Deus. E havia uma razão para isso. Logo após mostrar os perigos da avareza a alguém que queria fazer dEle um juiz em uma questão relacionada a uma herança, Jesus revela a seus discípulos que a melhor forma de se proteger desse mal é confiar inteiramente na provisão divina (Lc 12.13-34). As riquezas dão a falsa sensação de segurança e de independência das coisas espirituais. Daí, sua recomendação para não se confiar nelas (Lc 12.33,34). .[ O Salmo 49, salmo da "Loucura das Riquezas", por Harry E. Payne: A beleza intrínseca e a sabedoria dos Salmos são claramente apresentadas neste solene salmo didático.  Seu tema principal é que os ricos ímpios frequentemente vencem na vida, enquanto os pobres e devotos frequentemente sofrem.  E emite uma nítida advertência àqueles que confiam nas riquezas. Os versículos introdutórios (49:1-4) contêm um chamado premente a que todos os povos dêem atenção.  Depois de conseguir sua atenção, o escritor abre seu discurso parabólico com a pergunta: "Por que hei de eu temer" (49:5).  Ele não está escrevendo por causa da inveja daqueles que prosperam, ainda que alguns deles possam ser seus antagonistas ("quando me salteia a iniquidade dos que me perseguem"); nem tem ele tão pouca confiança em Deus que viva em constante terror daqueles que lhe perseguem. Ele não tem motivo para temer, ainda que seus inimigos ­ os ricos e os ambiciosos ­ temam. Por quê? Porque não há felicidade duradoura ou satisfatória para eles. A futilidade de confiar na riqueza terrestre e nas posses materiais é graficamente ressaltada nos versículos 5-12.  Riquezas terrestres não darão satisfação no dia mau.  O salmista apresenta diversas razões convincentes para isto.
1.  As riquezas não salvarão a vida de uma pessoa (49:7).  As posses materiais não nos asseguram de que não morreremos (veja Hebreus 9:27).  Nenhum homem, não importa quão rico seja, pode salvar nem mesmo o parente mais próximo ("o irmão") da morte.
2.  As riquezas não podem ser usadas como um resgate diante de Deus, "nem pagar por ele a Deus o seu resgate". Deus não pode ser subornado (pago de qualquer modo material) para salvar a vida de uma pessoa.
3.  As riquezas não salvarão a alma de uma pessoa (49:8).  Ainda que as palavras "vida" e "alma" sejam usadas de modo intercambiável na Escritura, creio que esta passagem é melhor entendida quando "alma" significa "a vida interior", ou seja, "a alma eterna". Esta só pode ser "redimida" ou "salva" pela graça do Senhor Deus. Que outro "resgate" poderia até mesmo o mais rico, mais sábio, mais cativante dos seres humanos dar por sua própria "vida" ou pela de outro?  (Veja Mateus 16:24-27.)
4.  As riquezas não evitarão que qualquer pessoa morra e deixe suas posses para outros (49:10).  Riqueza, terras, casas e todas as coisas materiais perecerão com o uso ou com as devastações do tempo, ou com a destruição final da terra e de suas obras (2 Pedro 3:10-12).
Todos estes fatos mostram a extrema vaidade da confiança de uma pessoa nas riquezas.  Todas as pessoas morrerão; quando uma pessoa morre, ela deixa todas as posses aqui na terra; e as deixará para outros, frequentemente estranhos, que por sua vez falecerão.  Entretanto, o salmista nos conta o que as pessoas que estão dispostas a serem ricas pensam: (1) Elas pensam "que as suas casas serão perpétuas", e (2) elas darão às suas terras "seu próprio nome". Há algo errado com uma pessoa dar nome a uma fazenda, uma plantação, um negócio ou qualquer outra posse física de acordo com seu próprio nome? O salmista não está condenando a legítima propriedade de terras e posses, mas antes a jactanciosa, auto-suficiente "propriedade". O salmista nos diz que mesmo a memória de um rico é fugaz!  Para uma pessoa depositar sua confiança em tais coisas é pura loucura! "Todavia, o homem não permanece em sua ostentação; é, antes, como os animais, que perecem" (49:12). O rico pode ter parecido possuir tantas vantagens e, através dos olhos humanos, pode ter sido invejado ou admirado.  Que pena que todas as honras e benefícios que ele possuía acabariam em nada. Mas acabaram! E a morte acabou com ele! Nos versículos 13-15, um contraste notável é feito entre a situação difícil do rico mundano e a daquele do homem que confia em Deus. Para o primeiro: "Como ovelhas são postos na sepultura", e "a morte é o seu pastor".  Para o último, contudo, o devoto salmista pode dizer:  "Mas Deus remirá a minha alma do poder da morte, pois ele me tomará para si." Em conclusão, o salmista lembra os fiéis de que são os assuntos extremos da vida que importam, não os prazeres momentâneos e não as fugazes posses terrestres que muitos de nós temos (em certo grau), ao longo do caminho de nossa vida aqui. O versículo 20 é uma repetição, como refrão, do versículo 12. Se um homem está em posição de honra "mas sem entendimento", ele é apenas "como os animais, que perecem". Para dizer isto com nossas próprias palavras, se ele (1) deposita confiança injustificada e imprópria nas posses terrestres; se (2) deixa de reconhecer que a abundância e as riquezas terrestres tem que abandonar um homem no final; e se (3) deixa Deus fora do quadro e não faz dele sua confiança, sua esperança, e seu sempre confiável Pai, então ele (ou ela) está agindo "como os animais que perecem".  Que nenhum de nós cometa tão grave engano!]. 

SÍNTESE DO TÓPICO III
Jesus ensinou sobre o dinheiro e alertou sobre o seu perigo. Por isso, os discípulos deviam colocar a sua confiança em Deus.

IV. DINHEIRO, BENS E POSSES NA MORDOMIA CRISTÃ
1. Avaliando a intenção do coração. Os léxicos definem a avareza como um apego demasiado e sórdido ao dinheiro e mesquinhez. Vimos que, para evitar esse mal, a tradição rabínica estimulava as práticas filantrópicas e  solidárias. O ensino de Jesus sobre o uso das riquezas vai muito além da simples doação de bens e ações filantrópicas. Ele não se limitava a avaliar apenas as ações exteriores, mas, sobretudo, voltava-se para as atitudes interiores. Dessa forma, valorizou as atitudes da mulher pecadora na casa de Simão, o leproso, e de Maria de Betânia, a irmã de Marta e de Lázaro (Lc 7.36-50). Não era, portanto, apenas se desfazer dos bens, mas a atitude e intenção com que isso era feito (Lc 11.41; 21.1-4). Não basta apenas ofertar, ou dar o dízimo, mas a atitude com que se faz essas coisas. Não era apenas doar, mas doar-se. .[ O que é Mordomia? Mordomia é o manejo responsável dos recursos do reino de Deus que foram confiados a uma pessoa ou a um grupo. (Conciso Dicionário de Teologia Cristã – Millard J. Erickson). Mordomia é Administração (Lc 16.2,RC). Mordomo, - Pessoa encarregada da administração de uma casa (oikos); administrador. (Gn 39.4-8,RA; Lc 12.42). (Dicionário da Bíblia de Almeida)-(SBB). - Despenseiro:- 1)- Pessoa encarregada da Despensa, (Cômodo em que se guardam mantimentos) - (Gn 43.16,RA); 2)- O cristão como administrador dos seus Dons (1 Pe 4.10); 3)- O obreiro como responsável por cuidar das coisas de Deus (1 Co 4.1; Tt 1.7). DBA-SBB. - Mordomia é o ofício do Mordomo. - Mordomo, (no grego oikonómos) - Administrador dos bens de uma casa ou de um estabelecimento alheio. (Pequena Enciclopédia Bíblica – O.S. Boyer). O Rev Hernandes Dias Lopes escreve sobre como administrar sabiamente: Alguém já perguntou muito apropriadamente se Paulo tomou um cafezinho entre os capítulos 15 e 16. O capítulo 15 nos leva às alturas excelsas da revelação de Deus, falando-nos sobre a ressurreição de Cristo, a segunda vinda de Cristo, a derrota final dos inimigos de Deus, a transformação dos remidos e a consumação de todas as coisas. O capítulo 16, porém, Paulo começa a falar sobre dinheiro. Ele desce do céu para a terra. Parece um anticlimax. É que nós somos cidadãos de dois mundos. Ao mesmo tempo que temos responsabilidade aqui no mundo, cremos que a nossa Pátria está no céu.
• A responsabilidade social da igreja não pode ser dissaciada da sua teologia do mundo porvir.
• Paulo fala neste capítulo sobre três aspectos da mordomia cristã: dinheiro, oportunidades e pessoas.
I. DINHEIRO – A PREOCUPAÇÃO COM OS POBRES – 16:1-4
1. O compromisso de Paulo com a ação social – v. 1-4
• Paulo não está falando aqui de dízimo nem de contribuição para os cofres da igreja, mas está falando de uma oferta para atender as pessoas pobres da igreja de Jerusalém. Não é uma campanha para aumentar o orçamento da igreja, nem para atender as despesas da igreja, mas um socorro a pessoas necessitadas de Jerusalém. O princípio de Paulo é que os cristãos devem dar para outras pessoas.
2. O problema em Jerusalém – v. 1-4
• A região da Judéia, onde estava Jerusalém tinha sofrido uma grande fome (At 11:27-28), que tinha empobrecido muitas pessoas. Além do mais, com o martírio de Estêvão, começou a perseguição aos cristãos, o que fez com que muitos crentes abandonassem a cidade.
• A igreja de Antioquia já havia enviado uma ajuda financeira para os pobres da igreja de Jerusalém (At 11:29-30).
• Oito anos antes de escrever esta carta Paulo tinha se comprometido com os apóstolos Pedro, Tiago e João, os líderes da igreja de Jerusalém, que faria algo pelos pobres (Gl 2:10). Paulo estava comprometido não apenas a pregar o evangelho, mas também a assistir os pobres. Evangelização e ação social precisam andar juntas.
• Paulo entendia que as igrejas gentílicas deviam abençoar financeiramente a igreja de Jerusalém pelos benefícios espirituais recebidos dela (Rm 15:25-27).
• Paulo escreveu 2 Coríntios, mais ou menos um ano depois de 1 Coríntios. Ele dá testemunho de que este projeto de levantamento de ofertas para a igreja pobre de Jerusalém tinha sido um sucesso (2 Co 8:2-4).
• Dois anos depois quando ele fez um apelo à igreja de Roma, ele inclui Corinto (Acaia) como um bom exemplo (Rm 15:26).
3. Os princípios básicos de dar – v. 1-4
3.1. O cristão deve dar para pessoas que não fazem parte da sua igreja – 16:1 – Seja na visão evangelística, seja na visão da ação social, a motivação básica da contribuição deve ser ajudar outros. A igreja não vive só para si mesma. Egoísmo financeiro é um sinal de mundanismo. Uma igreja missionária é uma igreja viva. Quem são os outros aqui? Os irmãos da igreja de Jerusalém. A Bíblia nos mostra as prioridades da contribuição (Gl 6:10; 1 Tm 5:8). Exemplo: O mar morto.
3.2. Divulgue as necessidades – 16:1 – A primeira orientação é que as necessidades devem ser divulgadas de maneira clara e precisa. Paulo não teve receios em contar para os coríntios que ele precisava de dinheiro, e para quê. Paulo não é apenas direto, mas também autoritário “como ordenei às igrejas da Galácia”. Dar para causas cristãs de valor é uma obrigação cristã como ir à igreja, orar ou ser fiel à esposa. Pastores que ficam sem jeito para pedir dinheiro à igreja para causa justas não estão fundamentados na verdade de que é mais bem-aventurado dar do que receber. Uma igreja que tem recursos financeiros tem também responsabilidade de ajudar os pobres.
3.3. Dar é um ato de adoração – 16:2 – Cada membro da igreja deveria vir ao culto no domingo preparado para contribuir para atender à necessidade dos santos pobres. É triste quando os crentes ofertam apenas como dever e não como um sacrifício agradável a Deus (Fp 4:18). Dar é um ato de adoração ao Salvador ressurreto.
3.4. Incentive a contribuição sistemática – 16:2 – Paulo propôs planos funcionais para que a igreja de Corinto pudesse ser mais efetiva na contribuição. “por à parte em casa” significa separar regularmente o dinheiro para a oferta. Se não formos sistemáticos na contribuição nunca vamos contribuir. Se esperarmos sobrar nunca vamos contribuir. Se fôssemos tão sistemáticos na contribuição, como somos nos nossos INVESTIMENTOS a obra de Deus prosperaria muito mais.
3.5. A contribuição deve ser proporcional – 16:2 – “conforme a sua prosperidade” mostra que ninguém está isento de contribuir. A contribuição deve ser justa. Quem gahnha mais deve dar mais. Um cristão de coração aberto não pode manter a mão fechada. A contribuição é uma graça e não um peso. Se nós apreciamos a graça de Deus a nós, teremos alegria em expressar a graça através da oferta aos outros.
3.6. A contribuição deve ser pessoal e individual – 16:2 – “cada um de vós” – Paulo esperava que cada membro da igreja participasse da oferta, os ricos bem como os pobres. Todos os crentes devem participar dessa graça de dar aos pobres.
3.7. O dinheiro deve ser lidado com honestidade – 16:3-4 – Paulo tinha um comitê financeiro para ajudá-lo (16:3-4; 2 Co 8:16-24). Muitos obreiros perdem o seu testemunho pela maneira pouco transparente como lidam com o dinheiro. Paulo recomenda as igreja escolher pessoas específicas para lidar com o dinheiro das ofertas.]. 
2. Entesourando no céu. Mordomo é alguém que administra os bens de outra pessoa. Os bens não lhe pertencem, mas ele pode usufruir deles enquanto os administra para seu legítimo dono. Jesus contou a parábola do administrador, ou mordomo infiel, para mostrar esse fato (Lc 16.1-13). O entendimento entre os intérpretes da Bíblia é que essa parábola tem um fim escatológico. Assim como os filhos deste mundo são perspicazes e astutos no que diz respeito ao uso de suas riquezas, assim também os filhos do Reino devem ser sábios na aplicação de seus bens. O ensino da parábola é que o melhor investimento é usar os recursos materiais adquiridos na propagação do Reino de Deus e, dessa forma, ganhar amigos para a vida eterna (Lc 16.9). .[Em Mateus 6:19-20 o Senhor diz: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde os ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu...”. Olha só que ensino surpreendente esse! O Senhor está dizendo que eu ou você podemos passar nossa vida trabalhando para conseguir uma das duas coisas: Um tesouro que vale muito, ou, um tesouro que não vale nada! Entretanto eu me pergunto: Como é que alguém poderia entre duas escolhas ficar com a pior? O que levaria um homem ou uma mulher sadios da mente fazer a pior escolha e dedicar sua vida inteira para consegui-la? Gastar o melhor dos seus dias em busca do pior para a sua existência? Francamente – a não ser que a pessoa tenha algum problema mental – isso parece uma coisa impossível de acontecer, pois qualquer pessoa quer o melhor para si. Mas então, qual é a razão desse ensino do Senhor? Acho que o Senhor está nos advertindo contra um poderoso inimigo: o engano. O que acontece se uma pessoa pensar que escolheu o melhor enquanto na verdade escolheu o pior? Pense em quantas pessoas já compraram um apartamento – na planta – e concluíram que estavam fazendo o negócio da sua vida. Trabalharam duramente para pagar as prestações. Economizaram. Sonharam. Pense na decepção e amargura delas quando lá na frente descobrem que tudo é uma farsa. A construtora é uma arapuca. O apartamento nunca existiu. Tanto trabalho. Tanto esforço... por uma farsa! Vidas verdadeiramente empenhadas por uma mentira. Pensando que trabalhavam por uma coisa boa, trabalhavam duro por um grande mal. Que poder incrível tem esse tal de engano!!! Usar o melhor de nós para tirar o melhor para ele! Talvez essa seja a armadilha contra a qual o Senhor quer nos advertir aqui nesse ensino. Será que sinceridade, esforço e dedicação formam um trio imbatível que nos garanta a salvação? E se, por falta de conhecimento, formos enganados? E se, enquanto acreditamos que estamos trabalhando para nossa salvação, estamos – na verdade – trabalhando para nossa perdição eterna?! Terrível!!! Sinceros, mas enganados! Fervorosos, mas enganados! Dedicados, mas enganados! Como ter certeza? Qual a fonte segura? A igreja que frequento? Pregadores que ouço? Artigos como esse? Jesus dá a resposta: “Jesus, porém, lhes respondeu: Errais, não conhecendo as Escrituras ...” (Mateus 22:29). Essa é a resposta. O conhecimento das Escrituras pode nos livrar dos enganos. É por acreditar nos sentimentos e não na verdade que somos enganados. Jacó trabalhou sete anos para ter Raquel como esposa, mas sem saber trabalhava esforçadamente a cada dia para se casar com Lia. Pensando que trabalhava para ter Raquel, sem saber trabalhava para ter Lia. Quantas pessoas fervorosas podem estar nessa situação hoje? Pensando que trabalham para a salvação (tesouros no céu), sem saber trabalham para a perdição (tesouros na terra). Dedicadas. Empenhadas. Amorosas. Evangelizadores. Tantas coisas, que não dá para acreditar que não terão o seu lugar na eternidade ao lado do Senhor. Mas, e se o maldito engano as tiver sob seu controle? E se elas estiverem na mesma situação do pobre Jacó: trabalhando por Lia enquanto pensava que era por Raquel? Em Mateus 7:21, Jesus diz muito sobre esse tipo de engano: “Nem todo que me diz Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus; mas aquele que faz a vontade do meu Pai que está nos céus”. Olha só? Não é a mesma situação? Aquelas pessoas fizeram muita coisa em nome do Senhor – é só continuar lendo Mateus que a gente vê. Mas desgraçadamente foi tudo um grande engano. Apanhadas em uma poderosa armadilha ficaram cegas. E, cegas, rumaram para longe do Senhor enquanto pensavam que estavam indo ao seu encontro. Qual é o verdadeiro tesouro então? Como achar um caminho certo e seguro para ele? Paulo responde: “A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo” (Efésios 3:8). Eis aí o mapa do verdadeiro tesouro: o evangelho da salvação. Confie sua vida a ele e seja rico em bençãos celestiais! “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Efésios 1:3).– por Pedro de Jesus Barruzi, http://www.estudosdabiblia.net/2005120.htm]. 

SÍNTESE DO TÓPICO IV
Jesus ensinou a respeito do uso correto do dinheiro, mostrando o cuidado que devemos ter com a avareza.

CONCLUSÃO
 Não há valor moral no dinheiro em si. Ter dinheiro pode ser uma coisa boa ou ruim. Isso vai depender do conjunto de valores daquele que o utiliza. Certamente, usar o dinheiro para ajudar uma obra filantrópica, ou investir na obra missionária, é uma coisa útil e louvável. Todavia, usar esse dinheiro, como advertiu Jesus, simplesmente com a atitude de querer mais posses, mais prestígio, mais autossatisfação, acaba se tornando uma coisa ruim. Leiamos com cuidado o terceiro Evangelho e descubramos o exercício da verdadeira mordomia cristã. .[O fato de ser rico não desqualifica ninguém ao reino de Deus, mas o apego, a confiança, o amor, o serviço prestado à riqueza. A riqueza não é um mau, mas o apego a ela! Estudamos anteriormente acerca das mulheres que mantinham o ministério de Jesus, mesmo Mestre precisou ser financiado para que pudesse exercer Seu ministério! O texto Áureo não fecha a porta da salvação aos ricos, mas àqueles que aplicam seu coração nestas coisas. Sobre isso, ensina Jesus: “Prestem atenção! Tenham cuidado com todo tipo de avareza porque a verdadeira vida de uma pessoa não depende das coisas que ela tem, mesmo que sejam muitas. Então Jesus contou a seguinte parábola: - As terras de um homem rico deram uma grande colheita. Então ele começou a pensar: "Eu não tenho lugar para guardar toda esta colheita. O que é que vou fazer? Ah! Já sei! - disse para si mesmo. - Vou derrubar os meus depósitos de cereais e construir outros maiores ainda. Neles guardarei todas as minhas colheitas junto com tudo o que tenho. Então direi a mim mesmo: 'Homem feliz! Você tem tudo de bom que precisa para muitos anos. Agora descanse, coma, beba e alegre-se.' " Mas Deus lhe disse: "Seu tolo! Esta noite você vai morrer; aí quem ficará com tudo o que você guardou?" Jesus concluiu: - Isso é o que acontece com aqueles que juntam riquezas para si mesmos, mas para Deus não são ricos”.]. NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Maio de 2015


PARA REFLETIR
Sobre os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:

Como é visto o dinheiro na cultura secular?
Uma das formas mais comuns de enxergar o dinheiro, bens e posses na cultura secular é vê-los apenas como algo de natureza puramente material. 
Como era a situação dos pobres nos dias de Jesus?
Os pobres eram "o povo da terra" (Lc 21.1-4). Não possuíam nada e ainda eram oprimidos pelos ricos (Tg 2.6).
Como o judaísmo via as riquezas?
A posse de bens materiais não era vista como um mal em si.
Como Jesus avaliava aqueles que possuíam riquezas? 
Ele avaliava não apenas as ações exteriores, mas sobretudo as atitudes interiores.
O que você pensa a respeito do ter dinheiro?  É algo ruim ou bom?
Resposta livre. A ideia é que o aluno responda sob a perspectiva bíblica ensinada na lição

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 62, p. 41. 
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição.  São artigos que buscam expandir certos assuntos.

SUGESTÃO DE LEITURA
O que Todo Professor de Escola Dominical Deve Saber
Esta obra é um excelente instrumento de referência para ajudar o crente a crescer em Cristo, enquanto estuda o Evangelho e transforma-se em um ensinador da Palavra de Deus. 
Dicionário Bíblico Wycliffe
A obra proporciona uma vasta rede de informações sobre nomes e lugares mencionados na Bíblia bem como aspectos doutrinários, históricos e pontos importantes do cenário bíblico.
Dicionário Vine

A publicação deste volume proporciona maior facilidade ao estudo dos significados de palavras do Novo e Antigo Testamento àqueles que procuram se aprofundar no conhecimento da Palavra de Deus

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