MELQUISEDEQUE: REI DE JUSTIÇA
Texto Áureo Hb. 7.17 – Leitura Bíblica Gn. 14.18-19; Hb. 7.1-7
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
Na aula de hoje estudaremos o caráter de Melquisedeque,
um homem que fui usado por Deus para abençoar Abraão,
depois de uma das suas mais importantes batalhas. Ainda
que o patriarca tenha sido um exemplo de fé,
passou por tempos de adversidades. Destacaremos,
na segunda parte da aula, a figura de Melquisedeque,
o sacerdote de justiça, e rei de Salém. Ao final,
ressaltaremos que esse sacerdote prefigura Cristo,
aquele que viria a oferecer um sacrifício perfeito, pelos
pecados da humanidade.
1. A BATALHA DE ABRÃAO
Abraão não entrou na batalha por interesse particular,
nem mesmo a fim de obter ganhos materiais (Gn. 14.22,23).
O motivo da sua disputa foi a proteção do seu sobrinho Ló,
que havia sido capturado, depois que este decidiu habitar
em Sodoma (Gn. 13.10-13). Isso mostra que o patriarca não
estava indiferente a realidade social na qual estava inserido.
Ele sabia que as decisões humanas podiam afetar
diretamente a realidade individual. De igual modo,
devemos saber que as decisões políticas trazem implicações
para a sociedade. Precisamos estar atentos ao que está
acontecendo em nosso país, e cuidar para não ser conduzido
pelos engodos da mídia. Abraão entrou em uma aliança com
alguns príncipes da região, a fim de alcançar um propósito
comum. Não estamos impedidos de fazer alianças, contanto
que sejam éticas, e tragam benefícios para a coletividade
(Lc. 10.25-37; Gl. 6.10). Abraão era um homem pacífico,
mesmo assim se preparou para guerra, quando essa se fez
necessária. A maior guerra do cristão é espiritual
(II Co. 10.3-5), precisamos vencer o mundo através
da fé (I Jo. 5.4), e nos revestir de toda armadura
de Deus (Ef. 6.10-18). A principal arma do cristão
é a Palavra de Deus, precisamos buscar a revelação
do Senhor, a fim de destruir os sofismas humanos
(II Tm. 3.16,17). Como soldados de Cristo, não podemos
nos envolver com negócios deste mundo, nosso objetivo
deve ser satisfazer àquele que nos arregimentou (II Tm. 2.4).
Ao retornar da batalha, Abraão encontrou dois reis: Bera,
rei de Sodoma, que ofereceu espólios da guerra, e
Melquisedeque, o rei de Salém, que ofereceu pão e vinho.
O patriarca rejeitou a oferta do primeiro, porque não
queria ser influenciado pelos subornos do mundo.
2. SEU ENCONTRO COM MELQUISEDEQUE
O encontro de Abraão com Mesquisedeque está repleto de
significados, para os quais devemos atentar. O nome
desse sacerdote-rei significa “rei de justiça”, e Salem,
ao que tudo indica, era a antiga Jerusalém, que quer dizer paz.
Em Hb. 7 e no Sl. 110 Melquisedeque prefigura Jesus Cristo,
o Rei e Sacerdote Celestial (Hb. 12.11). O oferecimento de pão
e vinho a Abraão remete à celebração da Ceia do Senhor, em
memória do Seu sacrifício na cruz (Mt. 26.26-30). O rei de Salém
não era um ser angelical, muito menos Cristo encarnado, mas
um homem justo, que desfrutava de intimidade com Deus.
Ele se encontrou com Abraão para fortalecê-lo, depois
de uma batalha. O patriarca, em gratidão aos cuidados
sacerdotais, entregou o dízimo a Melquisedeque (Gn. 14.20).
Essa é a primeira menção a essa contribuição nas Escrituras,
procedimento que se tornou comum entre os judeus (Lv. 27.30-33).
A entrega do dízimo continua sendo uma prática observada
pela igreja cristã. Ninguém deverá ser coagido a fazê-lo,
pois a gratidão deve ser a maior motivação, em reconhecimento
pela providência divina (I Co. 16.1,2). O desprendimento de
bens em prol do rei de Deus é também uma demonstração
de que não estamos debaixo do reino de Mamom (Mt. 6.24).
Essa é uma manifestação de que o dinheiro não é
nosso deus, mas que confiamos no Senhor, e em
sua providência. Através da sua fé Abraão se tornou um
exemplo para todos aqueles que creem. Paulo destaca
que o patriarca creu em Deus, e isso lhe foi imputado por
justiça (Rm. 4.1-8). A fé é o firme fundamenta das coisas
que se esperam, mas que não são vistas (Hb. 11.1),
somos salvos pela graça, por meio da fé, não pelas
obras da Lei (Ef. 2.8,9).
3. UM TIPO DO SACERDÓCIO DE CRISTO
Jesus é Sacerdote Eterno e Perfeito, da linhagem de
Melquisedeque, isso porque os adeptos da religiosidade
judaica eram incapazes de realizar plenamente o sacrifício
(Hb. 7.19). O sangue derramado pelos animais não
tornavam qualquer pessoa perfeita aos olhos de Deus
(Hb. 10.1-3). Uma das restrições desse sacerdócio
era que não poderia ser exercido por alguém da tribo
de Judá (Hb. 7.14). Além disso, o sacerdote aarônico
dependia apenas de um ritual religioso, que cumprisse
os requisitos físicos e cerimoniais (Lv. 21.16-24).
O sistema sacrifical judaico somente se tornou possível
por causa de Cristo, o Sumo Sacerdote da tribo de Judá
(Cl. 2.13,14; Hb. 7.18). Ele é Sacerdote para sempre,
segundo a ordem de Melquisedeque (Hb. 7.21). Através
dEle a questão do pecado foi resolvida definitivamente,
não carecendo mais de derramamento de sague de animais
(Hb. 7.22). Jesus é um Sumo Sacerdote, que diferentemente
dos levíticos, não é imperfeito, e muito menos temporário.
E porque Ele é também imutável (Hb. 7.24) e inculpável
(Hb. 7.26) podemos confiar que ele intercede para sempre
por nós (Hb. 7.25). Por causa dEle os cristãos podem se
achegar a Deus em oração (Hb. 4.14-16). Ele nos oferece
graça e misericórdia, de modo que se viermos a pecar,
temos da parte de Deus, um Advogado (I Jo. 2.1,2).
Quando confessamos nossos pecados Ele é fiel e justo
para nos perdoar, e nos restaurar a comunhão com
o Pai (I Jo. 1.9). Jesus, nosso Sumo Sacerdote, é
perfeito para sempre (Hb. 7.28), e nEle podemos
confiar que nossos pecados são perdoados, e
temos livre acesso ao trono da graça.
CONCLUSÃO
Abraão teve um encontro profundo e pessoal com Deus,
ao ser recebido por Melquisedeque. Esse sacerdote-rei
de justiça prefigura Cristo, Aquele que se manifestou
para trazer reconciliação do homem com Deus. Cada
um de nós precisa ter um encontro com Deus, e se dispor
a adorá-LO em espírito e em verdade (Jo. 4.24,25).
Como Abraão, precisamos reconhecer que Deus é
nossa maior riqueza, e nEle encontramos satisfação
plena para as nossas vidas (Gn. 15.1), e as riquezas
celestiais em Cristo Jesus (Ef. 1.7
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