sexta-feira, 15 de junho de 2012

Eleições da CGADB






Li no Blog Point Rhema do Amigo Pr. Carlos Roberto a postagem sobre as Eleições da CGADB.  Por compreender a importância do tema reproduzo na íntegra o texto e ao mesmo tempo indico-o a todos companheiros de ministério.


                                                                         
                                                              Pastor Edinaldo Domingos
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ASSEMBLEIA DE DEUS - Um grito pelo discernimento


Assembleia de Deus


Caro leitor:

O texto abaixo de minha lavra não é novo, mas foi escrito no mês de Maio/2007, em véspera de uma eleição da CGADB - Nessa época este blog ainda não existia, por esse motivo, bem como a pedido de alguns leitores que tiveram acesso a fotocópias impressas à época, publico aqui para registro e conhecimento daqueles que quiserem.

Observação: Se alguém tiver uma cópia impressa, verifique que a publicação aqui é totalmente original, sem qualquer alteração, muito embora já tenham se passado 5 anos.

Do ponto de vista do meu pensamento, nada mudou, até porque a situação prevista no artigo em tela só se agravou. Se tivesse que escrever o artigo agora, não mudaria uma vírgula sequer. Por esse motivo o grito pelo discernimento continua!
Oremos pela Assembleia de Deus no Brasil.

Pr. Carlos Roberto

ASSEMBLÉIA DE DEUS 
UM GRITO PELO DISCERNIMENTO

Estamos às vésperas de mais uma Assembléia Geral Ordinária da nossa CGADB – Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Ainda que em nossa denominação, esta honrada instituição na condição de órgão máximo da Igreja congregue apenas os Ministros do Evangelho, não podemos esquecer que é o único e mais legítimo órgão de representatividade das Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus no Brasil.

Em momentos como esses, os olhares estão voltados para nossa ética, posições e postura. Se não bastassem os milhares da própria Igreja, entre eles, simpatizantes, novos convertidos, congregados, membros em geral, Diáconos e Presbíteros, o próprio mundo está de olho em nossas atitudes, pois hoje, através dos diversos meios de comunicação, como rádio, televisão e  Internet, tudo está exposto, não há o que se esconder.

Pela misericórdia de Deus sou nascido em um lar de assembleianos, não digo isto com orgulho, pois estou simplesmente onde fui plantado pelo Senhor, por isso já há quase duas décadas servindo ao Senhor no exercício do Ministério da Palavra, sempre como pastor auxiliar seja na Igreja ou na Convenção, sinto-me completamente à vontade para tratar deste assunto.

Confesso que nunca vi tão grande e desenfreada  corrida pela participação em uma Assembléia Geral da CGADB, como no caso da 38ª que acontecerá nos próximos dias 16 a 21 de Abril, no majestoso Palácio das Convenções do Anhembi na Capital de São Paulo.

Oxalá todo esse interesse, fosse motivado pela confraternização, pelos debates dos mais diversos temas como, por exemplo: evangelização, avivamento espiritual, manutenção da nossa base doutrinária e outros de tão grande relevância para o Reino de Deus, principalmente no que concerne à nossa responsabilidade eclesiástica, dentro dos portais das Assembléias de Deus.

Infelizmente tudo o que ouço, só diz respeito exclusivamente às questões eleitorais, como se tal assunto fosse a coisa mais importante do evento, aliás, ouve-se muito falar, inclusive, de caravanas que farão as inscrições no limite do tempo permitido, apenas para participarem da Eleição e voltarem às suas bases.

Amados, por mais que queira ou me esforce, não consigo ver isto com naturalidade. Muito pior do que a banalidade do mero interesse eleitoreiro, que pudesse até ser visto como coisa da natureza humana, lamentavelmente, há indícios de vícios escusos da política secular utilizados agora também no meio da Igreja.

Isso é no mínimo indecoroso, para um povo que foi chamado para ser "sal da terra" e "luz do mundo", escolhido para ser "povo santo, zeloso e de boas obras", pior ainda quando isso acontece entre aqueles que se acham em condições de liderar esse povo. Ouço rumores de candidato pagando ônibus, hotéis, financiando anuidades atrasadas de filiados e tantas outras coisas. Ouço falar de eleitores que literalmente estão pedindo dinheiro a quem pretenda ser candidato. 

Que vergonha para o povo de Deus! De onde está vindo este dinheiro?

Parece coisa do famigerado esquema PC Farias, dos Mensalinhos, Mensalões e Sanguessugas de Brasília, das CPI’s que acabaram em pizzas, dos caixas dois das campanhas, ou melhor, recursos não contabilizados, ou como queiram chamar. 

Para mim, de qualquer maneira, isto não passa de compra da consciência alheia. Algo está errado, algo não está dando certo. É hora de reflexão profunda.  

Será que alguém que tem certeza da perfeita vontade de Deus para sua vida precisa usar de artifícios mundanos, valores incontabilizáveis e escusos, até porque não há legalidade alguma para este tipo de atitude, para que se chegue a qualquer lugar no Reino de Deus?

Digo escuso, porque assim como o vento, sabe-se que existe, sentimos o seu efeito, mas ninguém sabe de onde vem nem como vem.

Que vergonha o que estão fazendo!

Os mais antigos sabem perfeitamente, que essas coisas eram decididas na base da oração e do jejum, digo oração mesmo, não só pose para foto, e ainda que houvesse qualquer discordância, o que julgo perfeitamente saudável e salutar,  os líderes chegavam a um acordo, sem ferir ou escandalizar a base, formada por liderados, em sua maioria gente simples e crédula.

Digo isto sem generalizar, mas que exemplo os que assim agem deixarão para seus filhos e para a nova geração de obreiros que vem ocupar nosso espaço? 

Infelizmente, assim como a base eleitoral brasileira está totalmente contaminada e corrompida, já sentimos os reflexos na base cristã que está literalmente misturando as coisas. Estão confundindo eleição na Igreja com eleição da política secular. Por temor à Palavra de Deus, nem lá fora os cristãos deveriam agir assim.

Por favor, meditemos! 

Será que estão pelo menos lembrando que existe um Deus que é o dono desta Igreja, e que verdadeiramente tem o controle de tudo em suas santas e poderosas mãos?

A coisa chegou a tal ponto, pasmem, que estão usando o meio mais caro de comunicação, no caso a televisão, para em rede nacional, ao invés de se pregar o evangelho, lavar roupa suja e expor nossas entranhas e divergências internas tanto aos crentes como aos ímpios.

Entendo muito bem que enquanto estivermos na terra, divergências como essas existem de fato e são naturais, porém para tanto, o fórum competente é o intramuros da denominação, e não no acaso da irresponsabilidade do quem quiser que entenda, e quem não entender que fique por entender.

O pior de tudo é que, atitudes como a que me referi, estão desmantelando irresponsavelmente nossa cultura denominacional e também bíblica, de coerência e obediência, construída com suor, oração e ensino da Palavra de Deus pelos nossos patriarcas ao longo de quase um século.

A genuína Igreja Evangélica Assembléia de Deus, as vésperas de completar 100 anos de existência no Brasil, sempre esteve baseada em uma Cultura Bíblica Pentecostal, tendo como seus principais pontos de convergência: a simplicidade, a obediência ao Senhor Jesus Cristo, às nossas doutrinas e aos nossos líderes. Foi assim que chegamos aonde chegamos, e exatamente por isto, até aqui nos ajudou o Senhor.

Na Bíblia de Estudos Pentecostal, editada primeiramente nos Estados Unidos e depois pela CPAD – Casa Publicadora das Assembléias de Deus, existem notas que são exclusivas da edição brasileira, conforme desejo do autor, o Missionário americano Pastor Donald C. Stamps. Esse material de estudo foi quase todo escrito no Brasil e para os cristãos brasileiros. Donald Stamps morou aqui praticamente 10 anos, especificamente em Campinas – SP. Conforme informações daqueles que o conheceram, sua apreciação pelo nosso estilo de ser devia-se basicamente a essa simplicidade, e em alguns momentos até certa ingenuidade no bom sentido falando.

Essas notas exclusivas para a comunidade brasileira, principalmente a Assembleiana da qual participava, foram motivadas pelo seu forte desejo de que mantivéssemos essas características de simplicidade e obediência de há muito perdidas pelas igrejas de outros países. No caso da versão original em inglês, as referidas notas nem se fizeram constar, como se pensasse o autor: ”aqui nem adianta mais falar disso”.       

A Bíblia Sagrada diz:

1. "Vós, servos, obedecei a vosso senhor segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso coração, como a Cristo," Efésios 6:5.

2. "Vós, servos, obedecei em tudo a vosso senhor segundo a carne, não servindo só na aparência, como para agradar aos homens, mas em simplicidade de coração, temendo a Deus." Colossenses 3:22.

3. "Vós, servos, sujeitai-vos com todo o temor ao senhor, não somente ao bom e humano, mas também ao mau; porque é coisa agradável que alguém, por causa da consciência para com Deus, sofra agravos, padecendo injustamente. Porque que glória será essa, se, pecando, sois esbofeteados e sofreis? Mas, se fazendo o bem, sois afligidos e o sofreis, isso é agradável a Deus." 1 Pedro 2:18-20.

4. "Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossa alma,  como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil." Hebreus 13:17 

5. "Porém Samuel disse: Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros." -1º Samuel 15:22


O conselho de um renomado Comunicador Evangélico, também pastor, ministrado recentemente aos pastores auxiliares em Rede Nacional de Televisão, de que não dêem ouvidos, nem obedeçam a seus Pastores Presidentes, nem aos Presidentes de suas Convenções Regionais com relação a Eleição da CGADB, abre um precedente que  oficializa a baderna institucional.

Não prego, nem estou fazendo apologia do desrespeito ao direito da consciência e    do livre pensamento, até porque voto é coisa individual e secreta, no entanto, entendo que tal conselho, aparentemente bem intencionado e encomendado, está incentivando os pastores de forma descarada, à semeadura irresponsável de uma falta total de compromisso com seus Ministérios e Convenções Estaduais.

Não presido Igreja, Ministério ou Convenção, no entanto, vejo com muita cautela e desconfiança uma orientação dessa natureza, pois quantos irmãos da Igreja do Senhor assistiram essa fala? Será que todos tiveram discernimento suficiente para ponderar o que esse Pastor Comunicador quis dizer, ou ficaram contaminadas com o vírus de uma certa desobediência em nome da “democracia”?

Pela abrangência da comunicação, o assunto agora já é de caráter irreversível. Agora, meus temores vão além das questões exclusivas da Liderança Denominacional, pois um vírus encubado, a qualquer tempo se manifesta, e no caso deste, especificamente a desobediência, infelizmente o fruto aguardado só poderá ser de REBELIÃO.    

Perguntaria eu a quem assim procede, bem como aos seus respectivos simpatizantes e CORRELIGIONÁRIOS DE CHAPA:

Os irmãos estão dando essa mesma orientação aos seus liderados, nas Igrejas, Ministérios e Convenções que dirigem, bem como aos funcionários das Empresas Comerciais Religiosas e Instituições Paraclesiásticas que presidem?

Ou será que lá atuam como generais, coronéis, ditadores ou mesmo como conquistadores maquiavélicos que pagam ou fazem qualquer coisa para escravizarem a consciência dos liderados? É apenas uma pergunta, cada um responda para si mesmo. Sinceramente não me interesso pela vida alheia.

Há um ditado popular que diz:

"Pimenta nos olhos dos outros é refresco!".

A Bíblia Sagrada diz:

"E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira fazei-lhes vós também". Lucas 6:31

Não podemos esquecer que a ética é uma realidade, e existe em diversos aspectos:

1. A ética humana,
2. A ética cristã e,
3. A ética corporativista.


Já pensou se a moda pega? Não se obedece mais ninguém, cada um faz  do seu jeito e está tudo certo? Isto é a verdadeira semeadura da confusão. Hoje começa pelos Ministérios e Convenções, amanhã os frutos irreversíveis surgirão no meio da Igreja.

A Bíblia diz:

"Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará". Gálatas 6:7.

Não vejo necessidade e nem obrigatoriedade alguma, para que as coisas sejam tratadas na base da ditadura, com o que certamente também não concordo. Entendo, no entanto, que as conversações, diálogos e consultas, sempre conduziram o povo de Deus ao consenso, e isto, espiritualmente é muito importante, senão vejamos o que diz a Bíblia:

"Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa e que não haja entre vós dissensões; antes, sejais unidos, em um mesmo sentido e em um mesmo parecer". 1º Coríntios 1:10. 

Pergunto eu:

1. Qual a motivação para tanta ansiedade, a ponto de ouvirmos conselhos dessa natureza, com conotação de verdadeira insanidade espiritual, os quais poderão como erva daninha trazer prejuízos danosos à Seara que não é nossa, mas do Mestre amado?

2. Até que ponto compensa toda essa mobilização, e a troco do que?

3. Será que o Espírito Santo não dirige mais a Igreja?

4. Ou não queremos ouvi-lo, com medo de que nos diga o que não queremos?

É HORA DE APELARMOS PELO DISCERNIMENTO ESPIRITUAL

É necessário que a Igreja tenha discernimento para separar o joio do trigo.

Discursos bonitos, às vezes arrogantes e impetuosos, às vezes mansos e agradáveis, não retratam necessariamente as reais intenções de seus oradores. São preparados marqueteiramente, justamente para influenciar os incautos e neófitos. É preciso atentar para as atitudes de seus autores e quais as reações provocadas naqueles que lhes ouvem, para que então, possamos discernir espiritualmente onde pretendem chegar. 

Vejamos o que diz a Bíblia Sagrada:

A sabedoria que vem do alto

"Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre, pelo seu bom trato, as suas obras em mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amarga inveja e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas, é terrena, animal e diabólica. Porque, onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra perversa. Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia. Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz". – Tiago 3:13-20 .

Tenho a nítida impressão de que nessas ocasiões, normalmente há um ajuntamento de pessoas descontentes, magoadas, feridas e até já amarguradas, as quais encontram nos embates eleitorais, o ambiente propício para extravasarem seus sentimentos, colocando para fora seus desencantamentos, descontentamentos, decepções e frustrações, tudo em nome da democracia. Vale lembrar, no entanto que, ainda que tenhamos que utilizar processos eleitorais humanos, a Igreja não é regida por um sistema Democrático, mas, Teocrático.

Ainda cremos na direção de Deus para sua Igreja, porém, pasmem irmãos, há quem faça proveito eleitoral da cegueira espiritual e da miséria alheia, porque mágoas, feridas interiores não curadas e amargura, são miséria na vida de qualquer pessoa, imaginem então na vida de um pastor?

Quem se aproveita desses, são exatamente os líderes que cuidam de si próprios. Para os tais, quando encontram alguém assim, é um prato cheio. É a fome com a vontade de comer. 

No anseio de atingirem seus objetivos, não agem com um mínimo de ética. Entram sorrateiramente em qualquer lugar, até sem serem convidados. Usam da educação daqueles que, bem intencionados procuram receber bem a todos, infiltram seus sentimentos facciosos na casa alheia, implantando a dissensão, seja em convenções, ministérios e se vacilar até em famílias.

Não consigo ver Deus nessas atitudes, e para mim, só isto basta para discernir o que devo fazer.     

Vejamos o que diz a Bíblia:

"E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles. Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e, com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração dos símplices. Quanto à vossa obediência, é ela conhecida de todos. Comprazo-me, pois, em vós; e quero que sejais sábios no bem, mas símplices no mal. E o Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo dos vossos pés. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco. Amém"! Romanos 16:17-20. (o grifo é meu).

Por questão de ética e temor ao Senhor que não vê as coisas como eu vejo, mas é longânimo e age com  sua grande e infinita misericórdia, não quero aqui mencionar, muito menos entrar no mérito do juízo ou condenação descrita pelos apóstolos Pedro e Judas, mas, à guisa de precaução, sempre é bom lembrar que todo cuidado é necessário, para que não caiamos na tentação de   sermos induzidos como néscios por aqueles que no afã da defesa dos seus próprios pensamentos ou interesses, nos façam sermos achados pelo Senhor, em situação de insubordinação sem causa, apenas pela indução de terceiros.


Vejamos o que diz a Bíblia:

"E, contudo, também estes, semelhantemente adormecidos, contaminam a sua carne, e rejeitam a dominação, e vituperam as autoridades. Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda. Estes, porém, dizem mal do que não sabem; e, naquilo que naturalmente conhecem, como animais irracionais, se corrompem. Ai deles! Porque entraram pelo caminho de Caim, e foram levados pelo engano do prêmio de Balaão, e pereceram na contradição de Corá. Estes são manchas nem vossas festas de caridade, banqueteando-se convosco e apascentando-se a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas". Judas: 8-12. (o grifo é meu).

Rejeitar a dominação e vituperar as autoridades é o que acontece normalmente em momentos de eleição, principalmente quando a autoridade ainda ocupante do cargo está equiparada à condição de candidato com os demais postulantes, ou tem seu candidato escolhido. É como se tudo fosse permitido: insinuações maldosas de todos os lados, títulos depreciativos, alfinetadas diretas sem citação dos nomes, como, por exemplo: dizer que a Assembléia de Deus não tem "Papa", ora quem não sabe disso? Só contaram para ele!

O que precisamos entender é que não estamos tratando de política secular, mas das coisas espirituais, e há sim neste caso, o desrespeito à autoridade espiritual. Não podemos confundir as coisas. No intuito de se atingir o homem natural, findamos por atingir também a investidura espiritual que lhe está conferida.

A maneira permitida por Deus  através da qual lhe foi conferida essa investidura de caráter espiritual, só a Ele, na condição de Gestor inconteste de todas as coisas, cabe julgar, e usar dos meios existentes para tirá-lo no momento certo. De nossa parte, neste caso em particular, a ferramenta é o voto, mas Deus tem outras várias maneiras de fazer cumprir o seu querer.  

Acredito que toda mudança em seu devido tempo seja salutar, principalmente na vontade de Deus.

Entendo, no entanto, que essa insistência eleitoreira sobre a tese do "continuísmo" parece-me coisa ultrapassada, incoerente e hipócrita em nosso meio.

Não vejo qualquer vontade política para mudança nos estatutos das Igrejas, para que haja o tão requerido revezamento no cargo de pastor presidente. Nem mesmo por parte daqueles que arrogantemente defendem isso nas Convenções. 

Particularmente não defendo esta idéia, mas, se aqueles que tão insistentemente a defendem fossem coerentes consigo mesmo, deveriam então convocar suas comunidades locais, procederem as mudanças necessárias nos estatutos das igrejas que presidem e  aceitarem democraticamente o revezamento na liderança.

Também aqueles que dirigem instituições paraclesiásticas e empresas religiosas mantidas com recursos de contribuições dos servos de Deus, às vezes até mesmo com dízimos desviados das igrejas por irmãos descontentes com a administração de seus pastores, poderiam muito bem convidar outro servo de Deus, talvez um companheiro fiel e sincero, para se revezar na presidência e não ficar somente na mesma mão. Afinal de contas, não é tudo Obra de Deus? 

Nesta hora a máscara cai, defendem que empresa é empresa, instituição é instituição, Igreja é Igreja e Convenção é Convenção.

Propositalmente se esquecem que, a Igreja não existe por causa da Convenção, mas a Convenção é que só existe por causa da Igreja.

Porque então sugerem a obrigatoriedade de uma fórmula diferente somente para Convenção, se esta é um produto da própria igreja?

No poder público, as estatais e empresas de economia mista, seguem o mesmo padrão do governo.

A incoerência está impregnada em todos os lugares.

No mundo, quando estou no governo, minhas ordens são democráticas, quando o concorrente governa, as ordens dele são ditatoriais.

Na Igreja, quando eu estou na frente do trabalho, não saio porque Deus está abençoando e aprovando, quando é o outro, não sai porque se apoderou da Igreja e não quer largar o poder.

Pura hipocrisia!

Precisamos de discernimento para detectar o ranço do farisaísmo, tão combatido por nosso Mestre e Senhor Jesus Cristo, e que infelizmente ainda persiste em nosso meio. Jesus foi mais benevolente com a mulher prostituta arrependida, do que com os fariseus, aos quais chamou de sepulcros caiados. Que o Senhor nos cubra com o seu sangue precioso e tenha misericórdia de nós.  

Amados companheiros, assim como aqueles que receberam o dom da liderança e o chamado de Deus pacientemente esperam no Senhor, submetendo-se aos seus líderes nas Igrejas onde cooperam, que esses também esperem no Senhor, quanto suas aspirações nas Convenções, ou por acaso o Deus das Convenções é outro? 

Assim fazendo, dariam um grande exemplo aos seus liderados e obreiros mais jovens, não promovendo confusões e discórdias.

Semeariam bem, e teriam mais paz em suas vidas e Ministérios. 

Porém como não agem assim, a cada dia surgem mais e mais denominações chamadas “evangélicas”, bem como Convenções e mais Convenções. Se vacilarmos, com as facilidades legais que o Brasil permite, dentro de pouco tempo se Deus não tiver misericórdia de nós, vamos ter uma convenção para cada congregação.

Todo mundo quer ser pastor presidente. Vemos pastores novatos que ainda não tiraram as fraldas ministeriais, dizerem sem o menor constrangimento: "Prefiro ser cabeça de sardinha a ser cauda de baleia". Por causa disso, surgem mais e mais ministérios "nanicos", só para massagear o ego de alguém.

Toda essa confusão é causada pela famigerada "Síndrome de Lúcifer". Todo mundo quer mandar, ninguém quer se submeter ou esperar no tempo de Deus. Façam o que eu mando na Igreja, mas não façam o que eu faço na Convenção.     

A palavra pode ser dura, mas quem se dá ao direito de falar o que quer, adquire a obrigatoriedade de ouvir até o que não quer.

Assim como educadamente ouço o que qualquer um fala, peço vênia, para que reflitam agora no que digo eu, não o Senhor. Falo respeitosamente, mas da minha própria mente e lavra. Deus nunca precisará revelar o que está patente à vista de todos.

É uma questão de coerência.

Não represento neste momento a idéia de qualquer instituição a que esteja filiado, mas  a minha própria, e pela misericórdia e graça de Deus, sinto-me com autoridade espiritual para tanto, pois na condição de servo de Jesus, estou em plena comunhão com Deus, sua Igreja e às instituições convencionais da denominação a que pertenço. Tenho lutado para permanecer na vocação para a qual fui chamado, é certo que às duras provas, mas foi assim que aprendi, principalmente pelo exemplo deixado pelos nossos pais na fé.

Quem não sabe obedecer e esperar nas promessas do Senhor, não serve para comandar os que Nele esperam e confiam, salvo melhor juízo, esta é a minha modesta, porém, sincera opinião.

Fraternalmente em Cristo,

Clamando por discernimento e coerência,


Pastor Carlos Roberto Silva
E-mail: carsavis@superig.com.br
        







2 comentários feitos


  1. Pr. Carlos Roberto Disse:


    Caro amigo e pastor Edinaldo Domingos,

    A Paz do Senhor!

    Grato por reverberar o artigo em seu conceituado blog.

    Oremos pela nossa Assembleia de Deus!

    Seu conservo em Cristo,
    Pr. Carlos Roberto

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 Pastor Paulo Souza - RS Disse

AFUNDARAM O NOME DA NOSSA DENOMINAÇÃO NUM PROFUNDO MAR DE LAMA Tem se tornado rotineiro, e para uns até normal, corriqueiro, as deprimentes cenas que tem marcado as cansativas e inúteis reuniões da CGADB em nosso país - AGOs e AGEs. Se observarmos, nada de produtivo tem sido colocado em pauta, além de discursões de cunho pessoal, acusações, manobras de interesses escusos, e tudo o que move a podre política do mundo, inserida literalmente em nosso meio, ou seja, o que deveria ser santo, misturado ao profano. Como é do conhecimento público, (vide os vídeos abaixo), a atual gestão tem sido marcada por graves acusações, as mais diversas, que vão desde a emissão de cheques sem fundos, a manipulação de resultados fraudulentos em eleições que se sucedem descarada e vergonhosamente. Triste ver líderes estaduais, pastores presidentes de convenções estaduais sendo coniventes com isto, FAZENDO VISTA GROSSA, defendendo seus interesses - só pode ser. 


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Um comentário:

  1. Caro amigo e pastor Ednaldo Domingos,

    A Paz do Senhor!

    Grato por reverberar o artigo em seu conceituado blog.

    Oremos pela nossa Assembleia de Deus!

    Seu conservo em Cristo,
    Pr. Carlos Roberto

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