Lição 7
18 de Novembro de 2012
TEXTO ÁUREO
"[...] Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em
holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o
obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de
carneiros" (1 Sm 15.22).
VERDADE PRÁTICA
A mensagem de Miqueias leva-nos a pensar seriamente acerca
do tipo de cristianismo que estamos vivendo.
HINOS SUGERIDOS 285, 398, 422
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Dt 10.12,13
A rejeição do sacrifício formal
S
Terça - Is 1.15-17
Ritos sem piedade nada valem
T
Quarta - Mt 12.7
A piedade é maior que sacrifícios
Q
Quinta - Mt 21.28-31
Prática e teoria da obediência
Q
Sexta - Mt 23.23
O dízimo não substitui a piedade
S
Sábado - Lc 18.10-14
A lição do fariseu e do publicano
S
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Miqueias 1.1-5; 6.6-8
INTERAÇÃO
Professor, para aguçar a curiosidade de seus alunos,
questione-os sobre o significado da palavra "rito". Explique que rito
é "o conjunto de cerimônias e prática litúrgicas que cumpre a função de
simbolizar o fenômeno da fé". Enfatize que no tempo do profeta Miqueias o
povo realizava muito bem todo o ritual levítico. Porém, o Senhor não se
agradava de suas reuniões solenes e sacrifícios, pois os rituais se tornaram
algo mecânico, sem vida, uma simples obrigação religiosa. Cumpriam a liturgia,
mas não amavam verdadeiramente a Deus nem ao próximo. Que nunca venhamos a nos
esquecer que Deus não está preocupado com nossas cerimônias religiosas, mas o
que Ele espera é que seu povo o "adore em espírito e em verdade", que
o ame acima de todas as coisas e ao próximo, pois toda a lei se resume nessa
verdade (Mc 12.29-31).
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Explicar a estrutura da mensagem de Miqueias.
Definir a obediência bíblica
Conscientizar-se de que o ritual religioso não proporciona
relacionamento íntimo com Deus e nem salvação.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Para introduzir a lição, reproduza de acordo com suas
possibilidades, o quadro abaixo. É importante que os alunos tenham uma visão
geral da estrutura do livro. Explique que a estrutura utilizada pelo profeta
Miqueias é bem simples de entender, pois a sua divisão está baseada numa dupla
sequência de ameaças e promessas. Ao
lermos Miqueias deparamo-nos com o juízo de Deus; a mensagem de esperança;
juízos e misericórdia do Eterno.
ESBOÇO DO LIVRO DE MIQUEIAS
CAPÍTULOS 1 — 3
UMA SÉRIE DE JUÍZO CONTRA ISRAEL E JUDÁ:
Uma série de juízo contra Israel e Judá:
Introdução (1.1).
Destruição de Samaria (1.2-7).
Destruição de Judá (1.8-16).
Pecados específicos do povo (2.1-11): cobiça e orgulho
(2.1-5); falsos profetas (2.6-11).
Vislumbre de um livramento (2.12,13).
CAPÍTULOS 4 — 5
MENSAGEM DE ESPERANÇA:
Mensagem de esperança:
Promessa do reino vindouro (4.1-5).
A derrota dos inimigos de Israel (4.6-13).
O Rei virá de Belém (5.1-8).
O novo reino (5.9-15).
CAPÍTULOS 6 — 7
JUÍZO DE DEUS CONTRA ISRAEL E SUA MISERICÓRDIA FINAL:
Deus contra o seu povo (6.1-8).
Culpa de Israel e o castigo divino (6.9-16).
O lamento do profeta (7.1-6).
A esperança do profeta (7.7).
Israel será restabelecido (7.8-13).
Bênçãos finais de Deus para seu povo (7.14-20).
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O problema do povo a quem Miqueias dirigiu a sua mensagem
não era falta de liturgia, mas de uma correta motivação para se adorar ao
Senhor. Embora cometesse toda a sorte de injustiças sociais, a geração
contemporânea do profeta Miqueias oferecia sacrifícios a Deus, praticando todos
os rituais levíticos, mas não sabia o verdadeiro significado do amor a Deus e
ao próximo.
I. O LIVRO DE MIQUEIAS
1. Contexto histórico. Miqueias era de Moresete-Gate
(1.1,14; Jr 26.18), cidade localizada a 32 quilômetros a sudeste de Jerusalém. Miqueias,
assim como os demais profetas de Judá, não cita reis do Reino do Norte na
introdução de seus oráculos. Seu ministério, porém, aconteceu no período dos
reinados "de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá" (1.1). Essas datas
estão entre 750 e 686 a.C., mas a soma desses anos deve ser reduzida
significativamente por causa das corregências.
O profeta Jeremias afirma que a mensagem de Miqueias foi
entregue no reinado de Ezequias (26.18). Considerando os últimos anos de Acaz e
os primeiros de Ezequias, Miqueias deve ter profetizado entre 735 a.C. e 710
a.C.
2. Estrutura e mensagem. Trata-se de uma coleção de breves
oráculos agrupados em sete capítulos divididos em três partes principais (1,2;
3-5; 6,7). Cada uma das partes marca o imperativo: "Ouvi" (1.2; 3.1;
6.1), que é fraseologia similar a de Isaías (4.1-5; Is 2.2-4).
O assunto do livro é a ira divina em relação aos pecados de
Samaria e de Jerusalém. Miqueias dirigiu seu discurso contra a idolatria,
censurou com veemência a opressão aos pobres e denunciou o colapso da justiça
nacional (1.5;2.1,2; 3.9-11). Além disso, anunciou, de antemão, o local do
nascimento do Messias, em Belém (5.2 cp. Mt 2.1,4-6). O profeta chegou a ser
citado pelo Senhor Jesus (7.6 cp. Mt 10.35,36).
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
O livro de Miqueias tem como assunto principal a ira divina
sobre os pecados de Samaria e Judá.
II. A OBEDIÊNCIA A DEUS
1. O conceito bíblico de obediência. O verbo hebraico shemá:
"ouvir, escutar, prestar atenção, obedecer", não significa apenas
receber uma comunicação ou informação. O seu real sentido é mais forte e
imperioso: obedecer é acatar ordens de autoridade religiosa, civil ou familiar.
O referido verbo é empregado no Antigo Testamento para "obedecer" em
1 Samuel 15.22 e Jeremias 42.6. É usado, também, em seis das nove vezes em que
shemá aparece em Miqueias (1.2; 3.1,9; 6.1,2,9).
A mesma ideia é vista nos ensinos de Jesus (Mt 11.15;
13.43). Por conseguinte, a obediência deve ser precedida pela compreensão e
pelo amoroso acatamento da mensagem divina (Mt 7.24,26). Nesse sentido, ela
pode ser definida como a prova suprema da fé e do nosso amor a Deus.
2. A desobediência das nações. O Senhor não é uma divindade
tribal, que habita em quatro paredes. Ele é o Deus de toda a terra e o Soberano
de todo o Universo. Justamente por isso, Ele apresenta-se como juiz e testemunha
não apenas contra seu povo, Israel e Judá (1.2,5), mas também contra todas as
nações da terra (1.2).
3. A ira de Deus sobre o pecado (1.3-5). O profeta descreve
de forma pitoresca a reação divina contra o seu povo. Numa linguagem
antropomórfica, o Senhor desce de seu santo templo, o céu, para julgar Samaria,
capital de Israel e, da mesma forma, Jerusalém, capital de Judá, cujo pecado
influencia todo o país. O quadro da sua majestosa e terrível presença lembra a
ação dos terremotos e dos vulcões (Jz 5.4; Sl 18.7-10; Is 64.1-3; Hc 3.6,7).
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
A obediência deve ser precedida de compreensão e amoroso
acatamento da mensagem divina.
III. O RITUAL RELIGIOSO
1. O rito levítico. Basicamente, o rito é um conjunto de
cerimônias e práticas litúrgicas que cumpre a função de simbolizar o fenômeno
da fé. O termo vem do latim ritus, que significa "cerimônia religiosa,
uso, costume, hábito, forma, processo, modo". O Antigo Testamento usa a
palavra para os sacrifícios (Lv 9.16; Ed 6.9) e para as festividades religiosas
(Ne 8.18), tais como a Páscoa (Nm 9.14; 2 Cr 35.13) e a Festa dos Tabernáculos
(Ed 3.4). A própria circuncisão é também um ritual (At 15.1). Contudo, em se
tratando do Cristianismo, a liturgia é simples, contendo apenas dois rituais: o
batismo e a ceia do Senhor (Mt 3.15; 26.26-30). Esses cerimonialismos, contudo,
não substituem o relacionamento sincero com Deus, nem proporcionam salvação (1
Sm 15.22; Sl 40.6-8; 51.16,17; 1 Co 1.14-17;11.28,29).
2. O diálogo de Deus com o povo (6.6). O Senhor, através do
profeta, convida o seu povo para uma controvérsia. O que Deus fez de mal para
Israel rejeitá-lo? (6.1-3). Em seguida, o Eterno traz à memória da nação os
seus benefícios desde o princípio, quando remiu a Israel do Egito e protegeu
seu povo no deserto contra os inimigos (6.4,5). Em uma pergunta retórica, o
próprio Deus antecipa a resposta da nação. A lei estabelecia sacrifícios de
animais como provisão pelo pecado (Lv 9.3) e o azeite para certas ofertas de
libação (Lv 1.3,4; 2.1,15; 7.12). O problema de Judá não era a falta de rituais
e sacrifícios, mas de uma verdadeira conversão a Deus.
3. Sacrifício humano (6.7). Oferecer o primogênito pela
transgressão e o fruto do ventre pelo pecado era sinal de completo desatino do
povo. A lei de Moisés condena tal prática sob pena de morte (Lv 18.21; 20.2-5)
e em todo o Israel era repulsa nacional (2 Rs 3.27). Esse tipo de sacrifício só
foi praticado por aqueles que, em todo Israel e Judá, apostataram-se da fé (2
Rs 16.3; 21.6; Jr 19.5; 32.35). Todos estavam dispostos a oferecer até mesmo o
que Deus nunca exigiu deles, menos o essencial: sincero arrependimento e
mudança de vida
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
O ritual religioso não substitui o relacionamento intenso
com Deus e, muito menos, proporciona salvação.
IV. O GRANDE MANDAMENTO
1. A vontade de Deus. O estilo de vida que agrada a Deus foi
comunicado ao povo desde Moisés. Portanto, toda a nação tinha o dever de
conhecê-lo (Dt 10.12,13). Daí o porquê da indagação do profeta (6.8). Mas
ninguém estava interessado nisso. O povo preferia tirar proveito da prática das
injustiças sociais, esperando que o mero ritual do sacrifício fosse suficiente
para autojusticar-se diante de Deus. Estavam enganados, pois Deus não se
deleita em sacrifícios nem em rituais exteriores (Sl 51.17,18).
2. O sumário de toda a lei (6.8b). Os três preceitos -
praticar a justiça, amar a beneficência e andar humildemente com Deus - são
considerados pela tradição judaica, desde o século 1 a.C., o resumo dos 613
preceitos depreendidos da lei de Moisés. Essa é vista por muitos como a maior
declaração do Antigo Testamento. Os dois primeiros preceitos falam do
compromisso horizontal com o nosso próximo; e o terceiro, de compromisso
vertical com Deus. Isso vale para todos os seres humanos e é paralelo ao ensino
de Jesus: amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos
(Mt 22.37-40).
SINÓPSE DO TÓPICO (4)
O grande mandamento é este: amar a Deus acima de todas as
coisas e ao próximo como a si mesmo.
CONCLUSÃO
A lição para todos nós é esta: O que importa para Deus não é
o que fazemos na Igreja, mas a nossa vivência com a família, o que fazemos no
trabalho e como relacionamo-nos com a sociedade. Sem o verdadeiro
arrependimento e um profundo compromisso com Deus, todas as práticas religiosas
não passam de rituais vazios e completamente desprovidos de valor espiritual
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
"Os profetas Isaías, Miqueias, Amós e Oseias foram
contemporâneos, o ministério de cada um deles começou entre 760 e 735 a.C. Eles
viveram no período do esplendor profético dos hebreus. Isaías era profeta da
corte e conselheiro da casa real, ao passo que Miqueias era profeta do campo.
Ambos eram do Reino do Sul, capital Jerusalém. Oseias e Amós exerceram seu
ministério no reino do Norte, em Samaria.
O título de cada livro profético nem sempre quer dizer ser
ele o seu redator ou mesmo o orador que pronunciou tais oráculos. A profecia
escatológica sobre Sião, em Isaías 2.3, reaparece em Miqueias. Ambos foram
contemporâneos e profetizaram em Judá, sendo que Isaías era profeta da corte,
na capital, e seu companheiro do campo, mas é difícil saber a fonte literária
original" (SOARES, Esequias. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de
Deus na Terra. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 116).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOII
Subsídio Teológico
"[...] Miqueias previu uma segunda vinda de Davi (cf.
Jr 30.9; Ez 34.23,24; 37.24,25). Ao que parece, este é o significado da famosa
profecia registrada em Miqueias 5.2: 'E tu, Belém Efrata, posto que pequena
entre milhares de Judá, de ti me sairá o que será Senhor em Israel, e cujas
origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade'. A associação
do futuro rei com Belém e a referência às suas origens estarem nos tempos
antigos dão a entender que a reaparição do próprio Davi está em vista. Claro
que esta é uma predição messiânica. Outros profetas (por exemplo, Isaías em Is
9.6,7; 11.1,10) e a revelação bíblica subsequente deixam claro que estas
referências a Davi se cumpriram no Messias que, como o Filho de Davi, reinará
no espírito e poder do seu ilustre antepassado.
Em Miqueias 5.2, a atenção é dada à insignificância relativa
de Belém entre os clãs de Judá. Ironicamente, o rei escolhido do Senhor
surgiria desta pequena cidade. Este padrão de Deus elevar o pequeno e
insignificante ocorre em outros textos do Antigo Testamento (Gn 25.23; 48.14;
Jz 6.15; 1 Sm 9.21).
Este rei, que surge de tais origens humildes, protegerá o
povo como um pastor (o mesmo foi dito acerca de Davi; 2 Sm 5.2; Sl 78.71,72).
Reinando pelo poder do Senhor, a sua fama alcançará proporções universais (Mq
5.4). Ele e o vice-regente evitarão que o mais poderoso dos inimigos de Israel
(simbolizado aqui pela Assíria, o inimigo tradicional de Israel) invada a terra
(Mq 5.5,6).
Junto com a restauração do rei davídico, Miqueias também
profetizou uma reversão na sorte de Jerusalém. Miqueias advertiu que esta
cidade, escolhida por Davi como capital e local do templo do Senhor, seria
sujeita ao sítio (Mq 5.1) e reduzida a entulhos (Mq 3.12). Ele personificou a
cidade em sua humilhação como uma mulher em trabalho de parto, estorcendo-se em
agonia para dar à luz (Mq 4.9,10). Da perspectiva do exílio, Jerusalém
personificada reconhece a justiça do castigo de Deus e prevê o dia da
justificação e restauração (Mq 7.8-12). Utilizando a imagem de Miqueias 4.9,10,
o profeta comparou a volta do povo exilado em Sião a dar à luz (Mq 5.3). No
futuro, o Senhor livraria Jerusalém dos que a atacavam (Mq 4.11-13)"
(ZUCK, Roy B (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD.
2009, p.444).
VOCABULÁRIO
Pitoresca: Divertido, recreativo.
Antropomórfica: Conceito que visualiza Deus como possuindo
forma humana.
Controvérsia: Disputa, polêmica.
Retórica: Pergunta que não exige resposta.
Libação: Líquido ou mistura de líquidos derramados sobre a
oferta como parte do sacrifício.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK, Roy B (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1.ed. Rio
de Janeiro: CPAD. 2009.
SOARES, Esequias. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de
Deus na Terra. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 52, p.39.
EXERCÍCIOS
1. Qual o assunto do livro de Miqueias?
R. O assunto do livro é a ira divina em relação aos pecados
de Samaria e de Jerusalém.
2. Qual a definição de obediência?
R. É acatar ordens de
autoridade religiosa, civil ou familiar.
3. Qual o significado da palavra "rito" e quais
são os dois rituais do cristianismo?
R .Cerimônia religiosa, uso, costume, hábito, forma,
processo, modo. E os dois rituais do cristianismo são o batismo e a ceia do
Senhor.
4. Desde quando o estilo de vida que agrada a Deus foi
comunicado ao povo?
R. Desde Moisés
5. . Qual é a maior declaração do Antigo Testamento?
R. Os três preceitos
- praticar a justiça, amar a beneficência e andar humildemente com Deus.
Fonte Blog do Dc. Hermes de Castro
Blog Não é da Conta de Ninguém
Pastor Assembleia de Deus
Assembleia de Deus em Coronel João Pessoa - RN
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