Texto Áureo Cl. 3.20 – Leitura Bíblica Ex. 20.12; Ef. 6.1-3; Mc. 7.10-13
Autor:
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
www.subsidioebd.blogspot.com
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
Um dos sinais dos últimos dias da igreja na terra é a
desobediência aos pais, uma demonstração de apostasia (II Tm. 3.9). Essa é uma
realidade evidente, o espírito de rebeldia está se difundindo cada vez mais na
sociedade. Conforme estudaremos na lição de hoje, a orientação de Deus, em
resposta a essa constatação, é a obediência aos pais, dando-lhes a honra
devida. Na primeira parte da aula faremos uma apresentação contextualizada do
mandamento. Na segunda, ressaltaremos as promessas de Deus no prolongamento dos
dias vidas àqueles que obedecem ao mandamento do Senhor.
1. HONRAR PAI E MÃE
O verbo honrar, em hebraico, é kaved, e se encontra no modo
imperativo, cujo significado é “levar em consideração”. Essa palavra hebraica,
literalmente, significa “pesado” ou “que pesa”, com o sentido de “demonstrar
peso”. Esse termo é usado inclusive para ressaltar a glória de Deus, dando o
devido “peso” à Sua condição. Esse mandamento é de capital importância, haja
vista esse ser o primeiro mandamento da segunda tábua da torah (Ex. 31.18). Em
se tratando dos mandamentos sociais, a honra aos pais tem proeminência. Isso
também mostra o valor dado por Deus à família, o relacionamento saudável entre
seus membros é fundamental. Agostinho de Hipona perguntou certa feita: “Se alguém
não honrar os pais, haverá alguém que ele poupará?” Ao que tudo indica, parece
que não, tendo em vista que a forma como nos relacionamos com os outros se
sustenta na maneira como tratamos os membros da família. No Antigo Testamento a
honra aos pais é posta na mais elevada posição, por isso, está escrito que
“Quando um homem amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe, certamente morrerá:
amaldiçoou a seu pai ou a sua mãe; o seu sangue é sobre ele” (Lv. 20.9). A
penalidade para a desonra aos pais era a morte, o filho rebelde deveria ser
levado aos anciãos da cidade, ser apedrejado (Dt. 21.18-21). O livro de
Provérbios, carregado de sabedoria judaica, apresenta orientações práticas a
fim de que os filhos atentem para esse importante mandamento (Pv. 1.8; 3.1,2;
6.20; 23.22).
2. UM MANDAMENTO COM
PROMESSA
Estamos inseridos em uma sociedade contestadora, nossos
filhos estão sendo ensinados pela mídia, e até mesmo nas escolas, a não
obedecerem aos seus pais. Em oposição a essa filosofia pós-moderna, a Palavra
de Deus nos instrui à obediência, a considerar aquilo que os pais dizem. Muitos
filhos estão pagando alto preço por causa da desatenção que deram às palavras
dos seus pais. Se muitos que se encontram nos presídios atualmente tivessem
ouvindo os conselhos paternos, certamente não estariam atrás das grades. A
obediência a esse mandamento está atrelada a uma promessa, a de uma vida longa
(Ex. 20.12). O apóstolo Paulo lembra que esse é o primeiro mandamento com
promessa (Ef. 6.2) e reforça que “isto é agradável ao Senhor” (Cl. 3.20). Essa
mensagem deve ser reafirmada nos dias atuais, os filhos precisam saber que
poderão colher frutos amargos se decidirem contrariar a orientação de seus
pais. Há aqueles que consideram seus pais ultrapassados, e querem ter um estilo
de vida diferenciado, comprometendo a integridade da vida na desobediência. Os
pais, principalmente aqueles que se fundamentam na Palavra de Deus, têm
condições de nortear as decisões dos filhos. A experiência também não pode ser
descartada, é preciso ouvir os mais velhos, coadunando-se às instruções do
Senhor (Lv. 19.32). Os pais também não podem fugir da responsabilidade de dar
as instruções necessárias aos seus filhos (Pv. 22.6). Existem pais que estão
relaxando no ensinamento da Palavra aos seus filhos, deixando de cria-los “na
doutrina e admoestação do Senhor” (Ef. 3.21; 6.4).
3. A APLICABILIDADE DO MANDAMENTO
É responsabilidade dos pais a instrução dos filhos no
caminho do Senhor, especialmente dos obreiros (I Tm. 3.5; Tt. 1.6).
Evidentemente esse texto se aplica aos filhos em idade de sujeição, existem
aqueles que ao cresceram se distanciam dos conselhos dos pais, e se afastam do
evangelho de Cristo. Esses são os filhos pródigos, que devem ser tratados com
amor, e pelos quais os pais devem orar, na expectativa de que retornem à casa
do Pai (Lc. 15.19). O tempo, e as adversidades, poderão atuar na vida deles, e
como aconteceu com o filho perdido, poderão reencontrar o caminho de volta, e
saber que não existe lugar melhor que nos braços do Pai. Aos filhos que estão
na igreja, a admoestação bíblica é a de que honrem seus pais, a menos que esses
se interponham ao discipulado de Cristo (Mt. 10.37). Jesus é o maior exemplo de
filho que soube honrar seus pais, o evangelista narra que desceu Ele com seus
pais para Nazaré, e em conformidade com o costume judaico, era-lhes sujeito
(Lc. 2.41-50). Até mesmo nos momentos finais de vida na terra, Jesus se lembrou
da sua mãe, entregando-a aos cuidados de João, o discípulo amado (Jo.
19.26,27). Essa é um modelo que deve ser seguido pelos filhos crentes, para que
não se deixem levar pelo utilitarismo da sociedade contemporânea. Nossos pais,
ainda que não consigam produzir como antes, e demandem cuidados por causa da
idade avançada, devem ser honrados pelo desprendimento que tiveram a fim de nos
provê o necessário para a existência.
CONCLUSÃO
O princípio da honra aos pais permanece como mandamento do
Senhor aos filhos cristãos. A promessa de vida longa é reafirmada no Novo
Testamento. Aqueles que quiserem longevidade, deverão ouvir os conselhos dos
seus pais, ainda que parecem ser ultrapassados. O reflexo de uma sociedade
decadente é percebido na medida em que essa se distancia dos marcos antigos
(Pv. 22.28). Atitudes simples podem fazer muita diferença, pedir a benção aos
pais era um costume normal antigamente, mas que, infelizmente, está
desaparecendo dos lares.
BIBLIOGRAFIA
HOBBERT, J. C. The ten commandments: a preaching commentary.
Nashville: Abingdon Press, 2002.
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