A INFÂNCIA DE JESUS
Texto Áureo
Lc. 2.52 – Leitura Bíblica Lc.46-49; 3.21,22
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
www.subsidioebd.blogspot.com
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
Na aula de hoje estudaremos a respeito da infância de Jesus,
reconhecendo, a princípio, que os evangelhos tratam muito pouco a respeito do
assunto. Inicialmente mostraremos que como criança, Jesus cresceu fisicamente,
mentalmente e espiritualmente. Em seguida, nos voltaremos para a juventude de
Jesus, ressaltando sua dedicação com o serviço do Senhor. Ao final,
refletiremos sobre o papel das crianças na igreja, fundamentados nas abordagens
de Jesus, em relação aos pequeninos.
1. O CRESCIMENTO DE JESUS
Existem vários livros apócrifos que tratam a respeito da
infância de Jesus, bem como algumas “biografias”, mas nenhum deles tem
fundamentação evangélica, ou mesmo histórica. O evangelista que aborda de
maneira mais detalhada a infância de Jesus é Lucas. De acordo com esse escritor
sacro, Maria e José voltaram a Nazaré, para a casa onde moravam. Como Jesus era
um nome comum entre os judeus, ele era denominado de Jesus, o nazareno (At.
2.22). Lucas destaca que o menino Jesus cresceu fisicamente, mentalmente e
espiritualmente (Lc. 2.40, 52). Conforme alude Paulo, o Filho de Deus
colocou-se na condição de servo (Fp. 2.1-11), sujeitando-se inteiramente ao
Pai. Com base na palavra grega helikia, em Lc. 2.52, podemos afirmar que Jesus
cresceu em estatura. O corpo, diferentemente do que assumem alguns cristãos,
não é mau, antes é o tabernáculo do Espírito Santo (I Co. 3.16,17). O
crescimento físico de Jesus deve inspirar-nos a cuidar bem do nosso corpo (Ef.
5.28). O texto também declara que Jesus cresceu em sabedoria, isto é, em
conhecimento. Como homem, ele buscou desenvolver a psique, enchendo-se de sabedoria
(Lc. 2.40). Assim como fez Jesus, e também orientou Paulo a Timóteo (II Tm.
3.15), devemos investir no crescimento mental, sobretudo por meio da meditação
na Palavra de Deus, mas também lendo bons livros (II Tm. 4.13). O crescimento
de Jesus envolveu também a dimensão espiritual, na graça de Deus. A palavra
grega é charis, ressaltando o favor divino, a vida piedosa. Cristo sempre
buscou intimidade com o Pai, se Ele assim o fez, não podemos desprezar o
exercício da piedade (I Tm. 4.7).
2. A JUVENTUDE DE JESUS
Lucas registra apenas um episódio na juventude de Jesus,
ressaltando a devoção dos seus pais, Maria e José. Era comum os judeus irem a
Jerusalém todos os anos, a fim de observarem a Pascoa. Em sua narrativa, o
evangelista descreve que Jesus estava com 12 anos, e teria ido a Jerusalém,
para celebrar a páscoa. Na volta, após um dia de viagem, José e Maria
certamente pensaram que Jesus estava em outro grupo, nas caravanas que faziam
aquele percurso. Até que descobriram que tinham perdido o jovem, o que os
deixou aflitos (Lc. 2.48). Quando Maria O encontrou, Ele estava entre os
mestres do templo, discutindo as Escrituras, deixando-os admirados. Sua mãe O
repreendeu por ter causado aquele transtorno, compreensível do ponto de vista
materno. A resposta do jovem, no entanto, demonstra seu compromisso com a
missão espiritual: “Por que me procuráveis? Não sabeis que me cumpria estar na
casa de meu Pai? (Lc. 2.49). Na juventude Jesus teve consciência da sua relação
com o Pai, Ele sabia que estava na terra para cumprir uma missão. O
comprometimento de Jesus com o serviço do Pai serve de inspiração para os
jovens da atualidade. Ele cresceu de maneira equilibrada (Lc. 2.52), sem
extremismos, valorizando as diferentes facetas da humanidade, sem negligenciar
a vontade de Deus (Mt. 6.33).
3. JESUS E AS CRIANÇAS
Durante Seu ministério terreno, Jesus sempre se identificou
com as crianças, esse inclusive é um dos destaques do Evangelho segundo Lucas.
Certa feita, quando quiseram desprezar as crianças que tentavam se aproximar
dEle, citou o Sl. 8.2. Cristo deu liberdade às crianças, possibilitando que
essas se achegassem a Ele (Mt. 19.14). Os cinco pais e dois peixinhos, usados
por Jesus para realizar o milagre da multiplicação, foram trazidos por uma
criança (Jo. 6.9). Muitas coisas Deus pode fazer através das crianças, devemos
seguir o exemplo do Mestre, e dar oportunidades para que os pequeninos
desenvolvam seu potencial. Aqueles que tentaram privar as crianças de se
aproximarem do Senhor foram por Ele repreendidos (Mc. 10.14). Devemos de igual
modo mostrar indignação quando as crianças forem privadas dos seus direitos,
seja no contexto eclesiástico ou na sociedade em geral. O evangelista mostra o
caso de uma criança que estava possessa por um espírito mau, que tentava destruí-la,
mas que fora liberta por Jesus (Mc. 9.22). Tenhamos cuidado das crianças, para
que essas não fiquem à mercê das forças do mal, sob a influência dos programas
televisivos e jogos de vídeo game. O Jesus dos evangelhos, chama as crianças
para junto de Si, Ele as atrai graciosamente (Lc. 18.16). Jesus ressuscitou a
filha de Jairo, demonstrando interesse por ela, ainda que fosse desprezada pela
sociedade (Lc. 8.54).
CONCLUSÃO
Jesus foi criança, e também jovem, e compreende os desafios
inerentes a esse período de amadurecimento. A identificação do Mestre com as
crianças e jovens serve de inspiração para que os cristãos busquem atrair essas
pessoas ao convívio da comunidade cristã. Não podemos esquecer que quando os
discípulos disputavam entre si, a respeito de quem seria o maior, Jesus pôs uma
criança no meio, destacando que quem quisesse ser o maior, que fosse como uma
criança (Mt. 18.1-6).
BIBLIOGRAFIA
MARSSHALL, I. H. Luke: historian and theologian. Downers
Grove: IVP, 1998.
WEIRSBE, W. Be compassionate (Luke 1-13). Colorado Springs:
David Cook, 1988.
Autor.
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
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Twitter: @subsidioEBD
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