Texto Áureo At. 20.26 – Leitura Bíblica
I Tm. 5.17-6.9-10
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
Após instruir Timóteo em relação aos
falsos mestres, Paulo dá alguns conselhos sobre o ministério cristão. Na aula
de hoje meditaremos a respeito dos conselhos dados pelo Apóstolo com vistas à
melhoria dos relacionamentos no contexto eclesiástico. Conforme veremos, isso
envolve, entre outros assuntos, a relação entre patrão e empregado, bem como o
cuidado financeiro do rebanho com o seu pastor, ainda que esse não deva
depositar sua confiança nas riquezas.
1. O MINISTÉRIO CRISTÃO
A igreja deve permanecer atenta
quanto ao sustento dos seus presbíteros, para tanto é preciso reconhecer que
digno é o obreiro do seu salário. Os obreiros que tinham dedicação em tempo
integral deveriam ser remunerados, aqueles que administravam bem, e se
dedicavam à Palavra e à doutrina, seriam dignos de duplicados honorários (I Tm.
5.17). Os presbíteros devem ser aptos a ensinar, na verdade essa é uma das
qualificações exigidas para esse ministério (I Tm. 3.2). Depreendemos que os
presbíteros eram eminentemente supervisores da obra, mas alguns também se
dedicavam ao ensino. É importante que tenhamos ministros que se esmeram no
magistério eclesiástico (Rm. 12.7). Uma igreja que não valoriza os seus mestres
está fadada a trilhar o caminho das falsas doutrinas. Essa valorização tem a ver
com remuneração, especialmente àqueles que dependem totalmente do ministério,
pois não se deve privar o sustento ao boi que debulha (I Tm. 5.18). Os
presbíteros também devem ter tratamento diferenciados, inicialmente que tenham
vidas dedicadas a Deus, vigiem e orem para não caírem em pecado (Mt. 26.41). No
caso de qualquer acusação contra eles, deve-se ter cuidado para não julgar
antecipadamente, testemunhas confiáveis devem ser ouvidas (I Tm. 5.19). Se o
pecado for comprovado, esse deve ser repreendido publicamente, a fim de que
sirva de instrução para os demais, para que não venham a cometer o mesmo erro
(I Tm. 5.20). Toda cautela é necessária, evitando, assim, que o obreiro seja
injustamente acusado, e que não haja parcialidade (I Tm. 5.21). A imposição de
mãos, em I Tm. 5.22, não se refere à consagração, mas a disciplina dos
presbíteros. Com essa orientação o Apóstolo demonstra sensatez diante da
necessidade da disciplina, ao mesmo tempo em que favorece a possibilidade de
restauração do obreiro. Em seguida recomenda a Timóteo quanto à ingestão de um
pouco de vinho, por razões medicinais, considerando que essa era uma prática
comum na antiguidade (I Tm. 5.23). Na medicina antiga o vinho era prescrito, a
fim de evitar problemas gástricos. Ninguém deve assumir esse recomendação como
doutrinária, trata-se de uma orientação específica para Timóteo.
2. A RELAÇÃO PATRÕES E EMPREGADOS
Relacionamentos saudáveis são
extremamente importantes para o bem estar da igreja. Por isso Paulo dá alguns
conselhos sobre o trato entre patrões e empregados. A fé cristã sempre
valorizou o trabalho, reconhecendo que esse é uma benção de Deus, uma
possibilidade para glorificá-LO. O Deus que também trabalha espera que os seus
servos façam tudo para glória dEle, não apenas para agradar a homens. Qualquer
tipo de trabalho, contanto que seja lícito, é uma oportunidade para revelar
nosso compromisso com Deus (Cl. 3.22,23). Por isso os servos devem estimar seus
senhores, evitando que o nome de Deus, seja blasfemado (I Tm. 6.1). Como o
cristão não trabalha apenas para homens, deve ser um empregado dedicado, não
roubando do seu empregador, nem agindo com falta de responsabilidade. Os
patrões, por sua vez, devem respeitar os direitos trabalhistas, há patrões que
tratam muito mal seus empregados. Deus julgará a injustiça daqueles que
administram gananciosamente seus recursos, privando os servos do pagamento
necessário (Tg. 5.4). Existem leis trabalhistas que regem as relações patrão e
empregado, e essas devem ser respeitadas pelos cristãos, para que sirvam de
exemplo para a sociedade. Por outro lado, os empregados cristãos devem fazer
todo o possível para não levar seus patrões também cristãos aos tribunais
humanos. Paulo aconselha os crentes de Corinto, e isso se aplica também a nós,
que resolvamos esse tipo de demanda internamente, sem apelas aos tribunais
públicos (I Co. 6.6).
3. ALGUNS CONSELHOS
Na parte final da Epístola Paulo dá
conselhos aos crentes a respeito de assuntos diversos. Inicialmente chama a
atenção quanto àqueles que não respeitam a sã doutrina, que se distanciam da
Palavra de Deus. Não podemos deixar de lembrar que a Bíblia foi inspirada pelo
Espírito Santo (II Tm. 2.16,17; II Pe. 1.21). As igrejas genuinamente
evangélicas se submetem ao testemunho fiel e verdadeiro das Escrituras, os
ensinamentos são avaliados à luz desse crivo, os doutrinadores são julgados a
partir daquilo que está escrito. É importante considerar esse conselho porque
existem muitos mestres que estão se infiltrando nas igrejas apenas para auferir
lucros dos fiéis. O obreiro de Deus, mesmo sendo sustentado pela igreja, não
pode ser ganancioso, muito menos colocar o coração nas riquezas. A maior
riqueza de um obreiro é a piedade (gr. eusebeia), uma vida dedicada a Deus,
através de momentos de oração e meditação na Palavra. Existem muitos pastores
que, por causa do desejo de ficarem ricos, estão se afastando da fé. Paulo
adverte quanto ao amor ao dinheiro, ressaltando que o amor a esse é a raiz de
toda espécie de males (I Tm. 6.9,10). Essa mensagem confronta diretamente a
famigerada teologia da ganância, que está se infiltrando em muitas igrejas
evangélicas. A espiritualidade do obreiro não deve ser identificada pelo total
de bens que conseguiu acumular. De nada adianta ser rico na terra, ajuntar
tesouros nos bancos, e não ser rico para Deus (Lc. 12.21). Há lideranças nas
igrejas que se tornaram escravas do dinheiro, são obreiros fraudulentos que não
conseguem ver outra coisa, a não ser a lã das ovelhas. Até mesmo os ricos da
igreja devem ser ensinados a não colocar sua fé nos bens materiais que possuem,
mas em Deus que abundantemente nos dá todas as coisas (I Tm. 6.17). Os bens não
podem ser usados apenas para satisfação pessoal, devem servir também para fazer
o bem ao próximo, é assim que se enriquece em boas obras (I Tm. 6.18).
CONCLUSÃO
O tesouro do cristão não está na
terra, pois ele não coloca a sua fé no que tem, mas em quem Deus é (Mt.
6.19-24). Mamom é o deus deste século, e tem seu altar estabelecido no meio dos
homens. O crente aprendeu a viver contente em todas as circunstâncias, e sabe
tanto ter abundância quanto passar por privação (Fp. 4.13). A piedade,
demonstrada através do contentamento, é grande fonte de lucro para o cristão (I
Tm. 6.6). Os obreiros desta geração não podem esquecer essa importante verdade
bíblica, que está sendo deturpada por uma teologia equivocada, que busca apenas
as riquezas terrenas, e que nada tem a ver com as Escrituras.
BIBLIOGRAFIA
LIMA, E. R. As ordenanças de
Cristo nas cartas pastorais. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.
Extraído do Blog do pastor:
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
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