A CORRUPÇÃO DOS
ÚLTIMOS DIAS
Texto
Áureo II Pe.. 2.12 – Leitura Bíblica I Tm. 3.1-16
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
Nesta seção da II Epístola a Timóteo,
Paulo alerta a igreja em relação à corrupção dos últimos dias dentro e fora da
igreja. Na aula de hoje veremos que esses, de acordo com o Apóstolo, serão
tempos trabalhosos. Por isso, precisamos ter referenciais que apontem para
Paulo, principalmente Cristo, nosso modelo por excelência. Ao final da lição
nos voltaremos para a utilidade das Escrituras, enquanto norma de fé e prática,
com vistas à salvação, maturidade espiritual e apologética.
1. OS TEMPOS TRABALHOSOS
Paulo alerta o jovem Timóteo em
relação aos tempos difíceis que sobreviriam sobre a igreja nos últimos dias (II
Tm. 3.1). Esse período se refere ao tempo que antecede ao arrebatamento da
igreja, a respeito do qual Paulo discorreu em I Ts. 4.13-17. O adjetivo grego
chalepos, traduzido por difícil, significa que serão tempos “difíceis de
suportar”, isto é, não será fácil enfrenta-los. De certo modo, nos tempos de
Paulo, e certamente nos dias atuais, experimentamos essa condição. As pessoas
se caracterizam pelo comportamento egoísta, marcado pelos interesses próprios,
e desrespeito a lei de Deus (Rm. 8.7). Em seguida Paulo descreve o
comportamento mau dos homens dos últimos dias: amantes de si mesmos e inimigos
de Deus. A palavra amor aparece quatro nas dezenove expressões descritas pelo
Apóstolo. É uma demonstração que o amor das pessoas, nesses dias difíceis,
estará direcionado para elas mesmas. Isso será percebido pelas atitudes de
avareza, jactância, arrogância e blasfêmia (II Tm. 3.2). Além disso, elas serão
desafeiçoadas, implacáveis, caluniadoras, sem domínio de si, cruéis, inimigas
do bem, traidoras, atrevidas, enfatuadas, antes amigas dos prazeres do que de
Deus (II Tm. 3.3,4). Esse é um mostruário da situação na qual estamos vivendo,
as pessoas são extremamente hedonistas, a busca pelo prazer tornou-se a
condição primordial da existência. Isso as coloca em uma posição degradante, na
medida em que, por não amarem a Deus, também não amam ao próximo, contrariando
o mandamento do Senhor (Mc. 12.28-34). O descaso em relação ao outros nos
preocupa, estamos assistindo, nesses últimos dias, uma coisificação da pessoa
humana. Existem até aqueles que aparentam piedade, mas não passam de sepulcros
caiados, estão cheios de hipocrisia e vaidade (Mt. 23.25).
2. PAULO, UM OBREIRO EXEMPLAR
Os falsos mestres que estavam
na igreja de Éfeso eram tão perigosos, de modo que a aproximação deles se
constituía em situação de risco, o melhor seria manter distância (II Tm. 3.5,6;
I Co. 5.9-12). Isso porque eles eram proselitistas, não se conformavam em
seguir o engano sozinhos, queriam conduzir outros após eles (II Tm. 3.6-9).
Como Janes e Jambres, os mágicos da corte de Faraó, que se opuseram a Moisés,
se utilizam de sofismas para levar ao erro (Ex. 7.11). Paulo orienta Timóteo a
seguir outro caminho, recorre à expressão: “tu, porém” (II Tm. 3.10). Os
obreiros verdadeiros vivem no “porém” de Deus, isto é, não se deixam levar
pelas correntezas do engano. Eles seguem os exemplos que são dignos de serem
imitados, e Paulo certamente é um desses, no procedimento, propósito, fé,
longanimidade, amor, perseverança, perseguições e sofrimentos. Paulo expressou
seu exemplo de vida aos Filipenses: “Irmãos, sede imitadores meus e observai os
que andam segundo o modelo que tendes em nós” (Fp. 3.17). Não que Paulo
estivesse se gloriando, seu objetivo era fazer distinção entre sua motivação, e
a dos falsos mestres que se infiltraram em Éfeso. Os cristãos são chamados para
serem diferentes no mundo, eles estão em uma fôrma diferente, são guiados pela
vontade de Deus (Rm. 12.1,2). Paulo repete o “porém”, a fim de que Timóteo, e
nós também, permaneçamos naquilo que aprendemos, e fomos inteirados, sabendo de
quem aprendemos. Os obreiros, e a igreja em geral, não devem fazer concessões
da Palavra de Deus, substituindo-a por pensamentos humanos. É preciso ter
cuidado quando se busca uma formação acadêmica, as tendências universitárias
seguem o materialismo. A psicologia moderna desconsidera os postulados
bíblicos, quer explicar os comportamentos humanos a partir de uma matriz
meramente cultural. Muitos pastores, influenciados por essas filosofias, estão
desconsiderando os ensinamentos da Palavra de Deus. Nenhum conhecimento humano
pode substituir a mensagem contundente das Sagradas Escrituras. Devemos
permanecer naquilo que ouvimos de Cristo, desde o princípio (II Jo. 9 I Jo.
2.24).
3. A UTILIDADE DA PALAVRA DE DEUS
Os falsos mestres de Éfeso se
envolviam em questões loucas, tratavam de assuntos dos quais não tinham
fundamento. Isso ainda acontece atualmente, há supostos mestres nas igrejas que
querem levantam temas sem qualquer respaldo bíblico. Alguns debates
assemelham-se às controvérsias da igreja medieval, nas quais os estudiosos
queriam calcular quantos anjos cabiam na cabeça de um alfinete. Ao invés de nos
envolvermos com essas questiúnculas, que a ninguém edificam, e servem apenas
para insuflar o ego, devemos nos dedicar ao estudo da Bíblia. As
Escrituras são inspiradas por Deus, no grego o termo é theopneustos, cujo
significado é o de “soprada por Deus, através do Seu Espírito”. Isso mostra que
a Bíblia não é apenas livros de homens, é a Palavra revelada de Deus (II Tm.
3.16; II Pe. 1.21). Essa inspiração foi plenária, diz respeito a sua
totalidade; e verbal, abrange as palavras registradas pelos escritores. Isso,
por outro lado, não fundamenta a defesa de uma teoria do ditado verbal, além
disso, Deus respeitou os estilos de cada escritor. A inspiração das Escrituras
tem o propósito de edificar a igreja, o objetivo delas é o ensino no contexto
eclesiástico, para que o homem e a mulher de Deus estejam aptos a fazer a obra
de Deus com Sua aprovação. Inicialmente elas nos tornam sábios para a salvação,
e esse é o principal propósito das Escrituras, conduzir as pessoas ao
conhecimento da verdade em Cristo, o Salvador. Depois disso, promover a
maturidade espiritual, na medida em que o estudo dedicado se realiza. E quando
necessário, a Palavra de Deus tem função apologética, ela se opõe ao erro, e
mostra o caminho correto, a sã doutrina (II Tm. 3.17). Não devemos nos
distanciar da utilidade das Escrituras, o termo grego é ophelimos, e diz
respeito a algo que realmente é vantajoso. Isso quer dizer que as discussões
dos falsos mestres, além de serem improdutivas, eram extremamente
desvantajosas.
CONCLUSÃO
Estamos vivenciando os tempos
difíceis a respeito dos quais tratou Paulo em sua II Epístola a Timóteo. Nós,
os cristãos deste século, devemos viver no “porém” de Deus, em conformidade com
Sua Palavra, não segundo o curso deste mundo (Rm. 12.1,2). Para isso, devemos
permanecer naquilo que aprendemos, e fomos inteirados através do ensino e
exemplo de homens e mulheres de Deus. A Escritura deve continuar sendo nossa
regra de fé e prática, não podemos fazer concessões em relação à norma que vem
de Deus, reconhecendo que essa é útil para a salvação, maturidade e
apologética.
BIBLIOGRAFIA
HENDRIKSEN, W. 1 e 2 Timóteo
e Tito. São Paulo: Cultura Cristã,
2011.
WEIRSBE, W. W. Be faithful: 1 & 2 Timothy, Titus and
Philemon. Colorado Springs: David C. Cook, 2009.
Fonte:
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
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