quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Lição 4 : AMÓS - A JUSTIÇA SOCIAL COMO PARTE DA ADORAÇÃO







Lição 428 de Outubro de 2012


AMÓS - A JUSTIÇA SOCIAL COMO PARTE DA ADORAÇÃO


TEXTO ÁUREO

"Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo
 nenhum entrareis no Reino dos céus" (Mt 5.20).


VERDADE PRÁTICA


Justiça e retidão são elementos necessários e imprescindíveis
 à verdadeira adoração a Deus.


HINOS SUGERIDOS 124, 131, 143


LEITURA DIÁRIA
Segunda - Pv 14.34
A justiça social exalta as nações
S
Terça - Pv 19.17
Quem ajuda o pobre empresta a Deus
T
Quarta - Is 1.13-15
O sacrifício e o estado espiritual do adorador
Q
Quinta - Rm 15.26,27
A espiritualidade do trabalho social 
Q
Sexta - 2 Co 9.8,9
Deus abençoa quem socorre os pobres
S
Sábado - Tg 1.27
Socorrer os necessitados é parte da adoração
S


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Amós 1.12.6-85.21-23


INTERAÇÃO
O nome Amós quer dizer "fardo" e Tecoa significa "soar o chifre do carneiro". Estas significações denotam a mensagem de destruição ecoada no Reino do Norte. O profeta não exitara em denunciar a corrupção do sistema político, jurídico, social e religioso de Israel. Amós ainda teve de enfrentar uma franca oposição religiosa do sacerdote Amazias. Este era alinhado à política de Jeroboão II. Em Amós aprendemos o quanto pode ser nefasta a mistura da política com a religião. Ali, tínhamos um sacerdote, "representante de Deus" dizendo sim para tudo o que o rei fazia. Mas lá, o profeta "boieiro" dizia não! Era o Soberano dizendo "não" para aquela espúria relação de poder.


OBJETIVOS


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Dissertar a respeito da vida pessoal de Amós e a estrutura do livro.


Saber que a justiça social é um empreendimento bíblico.


Apontar a política e a justiça social como elementos de adoração a Deus.



ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, vivemos num tempo de grandes injustiças sociais e corrupção política. Pessoas sem temor de Deus e amor ao próximo buscam intensamente os seus próprios interesses. Por isso, sugerimos que, ao introduzir os tópicos II e III da lição, pergunte aos alunos o que eles pensam sobre esse quadro de corrupção e injustiça social instalados em nossa sociedade. Em seguida, com o auxílio do esquema abaixo  explique os termos "política" e "justiça social". Diga que, à luz da mensagem de Amós, tais práticas fazem parte da adoração a Deus.


POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL EM AMÓS
POLÍTICA
JUSTIÇA SOCIAL
Queremos dizer sobre política “o conjunto de práticas relativo a uma sociedade”. Pois as relações humanas numa sociedade são estabelecidas de acordo com decisões políticas tomadas por representantes dela (Am 7.10-14).
Queremos dizer sobre política “o conjunto de práJustiça social é o conjunto de ações sociais, destinado a suprimir as injustiças de todos os níveis, reduzindo a desigualdade e a pobreza, erradicando o analfabetismo e o desemprego, etc (Am 8.4-8).


COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
O livro de Amós permanece atual e abrange diversos aspectos da vida social, política e religiosa
 do povo de Deus. O profeta combateu a idolatria, denunciou as injustiças sociais, condenou
 a violência, profetizou o castigo para os pecadores contumazes e também falou sobre 
o futuro glorioso de Israel. Amós é conhecido como o livro da justiça de Deus e mostra aos
 religiosos a necessidade de se incluir na adoração dois elementos importantes e há muito
 esquecidos: justiça e retidão. 

I.O LIVRO DE AMÓS
1. Contexto histórico. Amós era originário de Tecoa, aldeia situada a 17 quilômetros ao
 sul de Jerusalém e exerceu o seu ministério durante os reinados de Uzias, rei de Judá, e de
 Jeroboão II, filho de Joás, rei de Israel (1.17.10). Foi, de acordo com a tradição judaico-cristã,
 contemporâneo de Oseias, Jonas, Isaías e Miqueias, no período assírio.

2. Vida pessoal. Apesar de ser apenas um camponês de Judá, "boieiro e cultivador de
 sicômoros" (7.14) e de não fazer parte da escola dos profetas, foi enviado por Deus
 a profetizar em Betel, centro religioso do Reino do Norte (4.4). Ali, Amós enfrentou 
forte oposição do sacerdote Amazias, alinhado politicamente ao rei Jeroboão II (7.10-16). 

Todo o sistema político, religioso, social e jurídico do Reino de Israel estava contaminado.
 Foi esse o quadro que Amós encontrou nas dez tribos do Norte. O profeta tornou pública
 a indignação de Jeová contra os abusos dos ricos, que esmagavam os pobres. Ele levantou-se
 também contra as injustiças sociais e contra toda a sorte de desonestidade que pervertia
 o direito das viúvas, dos órfãos e dos necessitados (2.6-85.10-128.4-6). No cardápio da
 iniquidade, estavam incluídos ainda o luxo extravagante, a prostituição e a 
idolatria (2.75.126.1-3). 

3. Estrutura e mensagem. O livro se divide em duas partes principais. A primeira 
consiste nos oráculos que vieram pela palavra (1-6) e a segunda, nas visões (7-9).
 O discurso de Amós é um ataque direto às instituições de Israel, confrontando os
 males que assolavam os fundamentos sociais, morais e espirituais da nação. 
O assunto do livro é a justiça de Deus. O discurso fundamenta-se em denúncias e 
ameaças de castigo, terminando com a restauração futura de Israel (9.11-15).
 Ele é citado em o Novo Testamento (Am 5.25,26 cp. At 7.42,439.11,12 cp. At 15.16-18).

SINÓPSE DO TÓPICO (1)
O livro do profeta Amós pode ser dividido em duas partes principais: oráculos
 provenientes pela palavra (1-6) e pelas visões (7-9).


II.POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL
1. Mau governo. Infelizmente, alguns líderes, como Saul e Jeroboão I, filho de Nebate,
 causaram a ruína do povo escolhido (1 Cr 10.13,141 Rs 13.33,34). Amós encontrou
 um desses maus políticos no Reino do Norte (7.10-14). Oseias, seu colega de ministério,
 também denunciou esses males com tenacidade e veemência (Os 5.17.5-7). 

2. A justiça social. É nossa responsabilidade pessoal lutar por uma sociedade mais justa.
 Tal senso de justiça expressa o pensamento da lei e dos profetas e é parte do grande
 mandamento da fé cristã (Mt 22.35-40). Amós foi o único profeta do Reino do Norte
 a bradar energicamente contra as injustiças sociais, ao passo que, em Judá, mensagem 
de igual teor aparece por intermédio de Isaías, Miqueias e Sofonias.

3. O pecado. A expressão: "Por três transgressões de Israel e por quatro, não retirarei o castigo"
 (2.6) refere-se não à numeração matemática, mas é máxima comum na literatura semítica
 (veja fraseologia similar em Jó 5.1933.29Ec 11.2Mq 5.5,6). Nesse texto, significa que
 a medida da iniquidade está cheia e não há como suspender a ira divina.

SINÓPSE DO TÓPICO (2)
O senso de justiça cristã expressa o pensamento da lei e dos profetas que, por sua vez,
 é parte do grande mandamento de Jesus Cristo.

III. INJUSTIÇAS SOCIAIS
1. Decadência social (2.6). Amós condena o preconceito e a indiferença dos mais abastados 
no trato aos carentes do povo, que veem seus direitos serem violados (2.74.15.118.4,6). 
Vender os próprios irmãos pobres por um par de sandálias é algo chocante. Tal ato, que 
atenta contra a dignidade humana, demonstra a situação de desprezo dos poderosos em 
relação aos menos favorecidos. Uma vez que as autoridades e os poderosos aceitavam 
subornos para torcer a justiça contra os pobres, o profeta denuncia esse pecado 
mais de uma vez (8.4-6).

2. Decadência moral. A prostituição cultual era outra prática chocante de Israel e
 mostra a decadência moral e espiritual da nação: "Um homem e seu pai coabitam 
com a mesma jovem e, assim, profanam o meu santo nome" (2.7- ARA). 
O pior é que tal prostituição era financiada com o dinheiro sujo da opressão que
 os maiorais infligiam ao povo (2.7,8).  

3. Decadência religiosa. O profeta denuncia a violação da lei do penhor que ninguém
 mais respeitava (Êx 22.26,27Dt 24.6,17). A acusação não se restringe à crueldade e à
 apropriação indébita, mas também a prática do culto pagão, visto que a expressão
 "qualquer altar" (2.8) não pode ser no templo de Jeová, e sim no de um ídolo.
 Amós encerra a denúncia a essa série de pecados, condenando a idolatria,
 a cobrança indevida de taxas e a malversação dos impostos no culto pagão e 
banquetes em honra aos deuses.

SINÓPSE DO TÓPICO (3)
As injustiças sociais no livro de Amós são representadas pelas
 decadências social, moral e religiosa.
IV. A VERDADEIRA ADORAÇÃO 
1. Adoração sem conversão. A despeito de sua baixa condição moral e espiritual,
 o povo continuava a oferecer o seu culto a Jeová sem refletir e com as mãos sujas 
de injustiças. Comportando-se assim, tanto Israel como Judá, reproduziam o
 pensamento pagão, segundo o qual sacrifícios e libações são suficientes para aplacar
 a ira dos deuses. Entretanto, Deus declara não ter prazer algum nas festas religiosas
 que os israelitas promoviam (5.21Jr 6.20). 

2. O significado dos sacrifícios. Expressar a consagração do ofertante a Deus era uma
 das marcas dos sacrifícios. E Amós menciona dois: "ofertas de manjares" e "ofertas pacíficas"
 (5.22). As ofertas de manjares não eram sacrifícios de animais. Tratava-se de algo diferente,
 que incluía flor de farinha, pães asmos e espigas tostadas, representando a consagração dos
 frutos dos labores humanos a Deus (Lv 2.14-16). Já as ofertas pacíficas eram completamente
 voluntárias e tinham uma marca distintiva, pois o próprio ofertante podia comer parte do
 animal sacrificado (Lv 7.11-21). 

3. Os cânticos. Os cânticos faziam parte das assembleias solenes (5.23). 
No entanto, eles perdem o valor espiritual quando não há arrependimento sincero.
 A verdadeira adoração, porém, não consiste em rituais externos ou em cerimônias formais.
 O genuíno sacrifício para Deus é o espírito quebrantado e o coração contrito (Sl 51.17). 
Há um número muito grande e variado de palavras hebraicas e gregas para descrever a
 adoração e o ato de adorar. Contudo, a ideia principal de todas é de devoção reverente,
 serviço sagrado e honra a Deus, tanto de maneira pública como individual. Em suma,
 Deus exige de seu povo verdadeira adoração.

SINÓPSE DO TÓPICO (4)
A verdadeira adoração não consiste em rituais externos ou em cerimônias litúrgicas,
 mas no espírito quebrantado e num coração contrito

CONCLUSÃO
A adoração ao verdadeiro Deus, nas suas várias formas, requer santidade e coração puro.
 Trata-se de uma comunhão vertical com Deus, e horizontal, com o próximo (Mc 12.28-33).
 Essa mensagem alerta-nos sobre o dever cristão de não nos esquecermos dos pobres e 
necessitados e também sobre a responsabilidade de combatermos as injustiças,
 como fizeram Amós e os demais profetas.


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Bibliológico
"O Quarteto do Período Áureo da Profecia Hebraica
O profeta Amós exerceu o seu ministério 'nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei Israel' (1.1). Isso mostra que ele viveu na mesma época de Oseias e Isaías. Ele era de Tecoa, na Judeia, mas Deus o enviou para profetizar em Samaria, no reino do Norte. Miqueias é também dessa época, mas começou suas atividades um pouco depois dos três primeiros, pois Uzias não é mencionado: 'nos dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá' (1.1).
Os profetas Isaías, Miqueias, Amós e Oseias foram contemporâneos, o ministério de cada um deles começou entre 760 e 735 a.C. [...] Ambos eram do Reino do Sul, capital Jerusalém. Oseias e Amós exerceram seu ministério no reino do Norte, em Samaria" (SOARES, Esequias. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.116).


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
"DEUS E AS NAÇÕES
[...] Amós e Miqueias têm muito mais a dizer sobre a relação das nações com Israel e o seu Deus. Desde o início, ambos os livros deixam claro que a soberania do Senhor não está limitada a Israel, mas se estende a todas as nações. Amós começa com uma série de falas de julgamento contra as nações vizinhas de Israel (Am 1.3-2.3). Miqueias inicia com um retrato vívido da descida teofânica do Senhor para julgar as nações (Mq 1.2-4). Para estes profetas, o Deus de Israel é 'Senhor de toda a terra' (cf. Mq 4.13), que controla a história e o destino das nações (Am 9.7). De acordo com Amós 9.12, as nações 'são chamadas' pelo 'nome' do Senhor. A expressão aponta a propriedade e autoridade do Senhor sobre as nações como deixa claro o uso constante em outros textos bíblicos (cf. 2 Sm 12.28Is 4.1).
A palavra usada nos oráculos de Amós 1 e 2 para caracterizar os pecados das nações diz respeito ao ato de rebelião contra a autoridade soberana. Em outros textos bíblicos, o termo é usado para referir-se a uma nação que se rebela contra a autoridade de outra (cf. 2 Reis 1.12 Reis 3.5,7). Judá (Am 2.4,5) e Israel (Am 2.6-16) quebraram o concerto mosaico. Entretanto, por qual arranjo as nações estrangeiras eram responsáveis diante de Deus? Entre os crimes alistados incluem-se atrocidades em tempo de guerra, tráfico de escravos, quebra de tratados e profanação de túmulos. Todos estes considerados juntos, pelo menos em princípio, são violações do mandato de Deus dado para Noé ser frutífero, multiplicar-se e mostrar respeito pelos membros da raça humana como portadores da imagem divina (cf. Gn 9.1-7). É possível que Amós tivesse visto este mandamento noético no plano de fundo de um tratado entre suserano e vassalo, comparando o mandato às exigências ou estipulações de tratado. De modo semelhante, Isaías interpretou o crime de carnificina cometido pelas nações (Is 26.21) como violação da 'aliança eterna' (Is 24.5; cf. Gn 9.16) que ocasionaria uma maldição na terra inteira (cf. Is 24.6-13). A seca, um tema comum nas bíblicas e antigas listas de maldição mundial (cf. Is 24.4,7-9). No título da sua série de oráculos de julgamento, Amós também disse que o julgamento do Senhor ocasionaria seca (Am 1.2). Pelo visto, a seca compendiava as maldições que vinham sobre as nações por rebelião contra o Suserano" (ZUCK, Roy B. Teologia do Antigo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD. 2009, p.446).


BIBLIOGRAFIA SUGERIDA


 HARRISON, R. K. Tempos do Antigo TestamentoUm Contexto Social, Político e Cultural.
 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

SOARES, Esequias. O Ministério Profético na BíbliaA voz de Deus na Terra. 1.ed. 
Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

ZUCK, Roy B (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD. 2009.       


SAIBA MAIS


Revista Ensinador Cristão

CPAD, nº 52, p.38.


EXERCÍCIOS
1. Qual o discurso do livro de Amós?
R. Um ataque direto às instituições de Israel, confrontando os males que assolavam os fundamentos sociais, morais e espirituais da nação.
2. Qual a nossa responsabilidade pessoal?
R. É nossa responsabilidade pessoal lutar por uma sociedade mais justa.
3. O que significa a expressão "por três transgressões de Israel e por quatro, não retirarei o castigo"?
R. Significa que a medida da iniquidade está cheia e não há como suspender a ira divina.
4Quais as três decadências nos dias de Amós?
R. Social, moral e religiosa
5. Qual o verdadeiro sacrifício para Deus?
R. É o espírito quebrantado e o coração contrito


Em Cristo. 
Fonte Blog do amigo Dc. Hermes Castro



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Pastor Edinaldo Domingos
Assembleia de Deus - Coronel João Pessoa - RN

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