sexta-feira, 6 de julho de 2012

A Oração Modelo


Dc. Hermes Castro
 http://hermescastro.blogspot.com.br/
A mensagem abaixo, extraí do Blog do amigo Dc. Hermes Castro. É uma ótima reflexão.



Queridos leitores,

No plano original de Deus para Sua criação, não existia a morte, as aflições, 
as tentações nem perseguições. O homem teria livre acesso a Deus. 
A Comunhão com o criador atingia seu grau máximo. A intimidade com o 
Pai era tanta que Ele permitiu até que o homem desse nome a toda a criação.
 Diariamente, o Espírito de Deus descia ao encontro do homem e juntos 
passeavam nos Jardins do Éden.

Coloquemo-nos, pela Fé, como expectadores e em um exercício de imaginação,
 vamos tentar visualizar essa cena:
"Muitas árvores (de todos os tipos e tamanhos), o cântico dos pássaros como
 fundo musical àquele passeio, o colorido das flores dando o brilho encantador
 daquele ambiente e seu cheiro dando o aroma natural, muitos animais correndo
 entre aquelas veredas abertas como se fossem estradas preparadas
 exclusivamente para aquele passeio diário. A brisa das cachoeiras a umidificar
 todo aquele jardim e no meio dessa cena, encontrava-se o homem passeando
 juntamente com Deus, o Criador e o Todo Poderoso".

Esse queridos era o plano original de Deus para os homens. No entanto,
 o homem transgride um mandamento de Deus e o pecado entra de forma
 arrasadora na vida humana e degenera a natureza do homem, que ora 
era divina e agora passa à natureza pecaminosa. Nesse contexto a comunhão 
plena do homem com Deus é quebrada, o homem começa a se distanciar do
 seu criador. Entra em ação o plano B de Deus.

Mesmo o homem sendo agora de natureza contrária a Deus, o homem não
 deixa de ser a criação sublime de Deus (e o que é melhor, Ele sabe disso). 
Assim, no novo plano para a Criação, Deus coloca uma oportunidade do homem
 voltar a ter uma comunhão com Ele. Essa ponte entre Deus e o homem é chamada
 de ORAÇÃO e para que essa ponte seja eficiente e segura, o próprio Criador nos
 ensina como fazê-la. Para termos sucesso e alcançar rapidamente essa comunhão
 com o Pai, devemos ter em mente alguns detalhes.

Jesus ensinou aos discípulos uma oração que serviria como exemplo e não
 como reza:

"Portanto, vós orareis assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome;
 venha a nós o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão
 nosso de cada dia nos dá hoje; e perdoa as nossas dívidas, assim como nós 
perdoamos aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos
 do mal. Porque teu é o reino, o poder, e a glória, para sempre, Amém" (Mt.6.9-13).

Disse o Mestre: "Portanto, vós orareis assim..." - Ele estava certo de que os 
discípulos fariam orações. Havia uma expectativa em sua fala. Com isso entendemos
 que a oração é importante e necessária como ato que demonstra nossa
 dependência de Deus. Se o próprio Jesus orava, quanto mais nós devemos fazê-lo.

Ao dizer "vós orareis assim", Jesus ensinou uma oração que ele mesmo não
 faria na íntegra, pois nunca precisaria pedir perdão por suas próprias ofensas.

Ao dizer, "vós orareis assim", Jesus estava estabelecendo um contraste entre a 
oração dos discípulos e a oração dos fariseus mencionada desde o início daquele
 capítulo. A prece dos religiosos estava focalizada na forma e na circunstância,
 enquanto a que o Mestre ensinou se destaca pelo conteúdo.

A primeira palavra da oração invoca Deus como "Pai". Está implícito o vínculo
 entre aquele que ora e o Senhor. Antes da oração, deve existir um relacionamento,
 um compromisso.

Ao dizer, "Pai nosso que estás nos céus...", Jesus estabeleceu a direção da nossa 
oração: ao pai celestial. Não devemos orar a nenhum outro deus, santo, guia,
 espírito ou ídolo. Ele não disse: "Vós orareis à minha mãe, que falará comigo e 
então eu levarei vossos pedidos a Deus". Não! Ele deixou claro que temos acesso
 direto ao Pai através do caminho aberto pelo Filho.

Se alguém deseja falar com um rei ou presidente, poderá encontrar tantos seguranças
 e assessores no caminho, que talvez nem consiga chegar perante a autoridade.
 Entretanto, um filho do rei entra na sala do trono, sem impedimento algum. Assim nós,
 filhos de Deus, podemos falar diretamente com ele, sem intermediários.
 Quando dizemos "Pai nosso", estamos certos de que seremos recebidos com
 amor em sua presença.

"Pai nosso que estás nos céus..." - Embora saibamos que Deus está em todos
 os lugares, é importante sabermos que ele está acima de nós. A frase elimina os
 ídolos, porque deixa claro que Deus não está pregado na parede, nem no oratório, 
andor ou pedestal. Ele não é uma imagem, desenho ou escultura.

A oração cita o céu e a terra (Mt.6.9,10), porque ela é um instrumento de comunicação
 entre ambas as dimensões.

"Pai nosso..." – Esta é uma oração plural. Ela poderia ser assim: "Meu pai, venha a
 mim o teu reino, dá-me o pão, perdoa as minhas dívidas" etc, mas não foi isso que 
Jesus ensinou. Ele não queria estimular uma religião individualista e egoísta.

Jesus disse "vós orareis assim" e colocou os pronomes no plural porque queria que
 os discípulos orassem juntos, embora isso não elimine as orações particulares.
 Deus deseja que vivamos em comunhão, inclusive no culto que prestamos a ele.
 A oração modelo traz em seu âmago a ideia de igreja e um conceito de comunhão 
vertical e horizontal, com Deus e com os irmãos.

"Santificado seja o teu nome". Esta é uma frase de louvor com muita reverência. 
Em nossas orações, devemos também louvar ao Senhor e não simplesmente
 trazermos uma lista de pedidos.

"Venha a nós o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu". 
O reino de Deus era o assunto preferido de Jesus, e não foi diferente na oração 
modelo (Mt.6.10,13). Naquelas poucas frases, o reino foi citado duas vezes.
 O cristão deve viver em função do reino, e isto significa fazer a vontade de Deus.
 Nossas orações não podem ser humanistas, voltadas para o reino do homem, 
colocando nossa própria vontade como prioridade.

O elemento "reino" nos lembra que Deus, além de ser o "pai nosso" é também o "nosso rei".
 A figura do pai nos lembra amor, carinho, proteção, acolhimento, provisão, etc.
 A figura do rei nos lembra aquele que governa, que manda. Nossa concepção da 
divindade deve englobar ambos os aspectos, além de outros que compõem o
 caráter divino.

Quando orarmos, devemos ter a vontade de Deus como foco. Quantas pessoas 
estão lutando com Deus em oração para que a vontade humana seja feita.
 Embora possamos expressar nossa vontade, pode chegar um momento em que
 vamos dizer esta frase de rendição: "seja feita a tua vontade". Foi assim que Jesus
 orou no Getsêmani.

"Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu". Jesus veio conscientizar as
 pessoas sobre a realidade do céu, mas ele não nos ensinou a negligenciar as 
responsabilidades terrenas. Só não podemos permitir que estas nos afastem dos 
propósitos celestiais. Somos seres espirituais, mas temos um corpo físico que 
vive nesta terra. Portanto, o cristão não pode ser alienado em nome da espiritualidade.

"O pão nosso de cada dia nos dá hoje". A oração de Jesus tem ênfase no que é 
espiritual, mas esta frase refere-se ao alimento material. O pedido é caracterizado
 pela simplicidade. Talvez colocaríamos neste ponto a lista completa do supermercado 
para o mês, mas Jesus mencionou apenas o pão para hoje. Não temos nesta oração 
nenhuma ansiedade pelo dia de amanhã. Ao dizer, "nos dá hoje", ficou subentendido 
que, no dia seguinte, nova oração seria feita. Jesus ensinou um tipo de oração
 diária e não esporádica ou eventual.

"Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos os nossos devedores". Jesus
 lembrou aqui o problema do pecado. A oração é pequena e toca apenas em questões
 essenciais. O pecado é uma delas. O pedido de perdão deve constar das nossas orações juntamente com o reconhecimento de nossas falhas. A frase retoma o tema da comunhão, 
lembrando que não podemos estar bem com Deus, se negamos o perdão ao nosso 
semelhante.

"Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal". Neste ponto, o inimigo é 
lembrado, embora não lhe tenha sido dada a honra de ter o nome citado. A nossa
 fraqueza também está implícita na frase. Estamos no meio de uma guerra espiritual 
contra o mal. Está clara a nossa dependência de Deus, mas não estamos dispensados
 da vigilância.

"Porque teu é o reino, o poder e a glória para sempre". Aqui, o plural é deixado de lado. 
Não está escrito "Porque nosso é o reino, o poder e a glória". Tudo isso pertence ao
 Senhor. O cristianismo não deve ser colocado a serviço do reino humano, como se 
Deus fosse servo e nós fôssemos senhores. O poder pertence ao Senhor, ainda que
 possa estar em nossas mãos por alguns instantes.

"Teu é o poder". Se o poder pertence ao Senhor, não podemos pensar que somos donos 
do poder, seja natural ou espiritual. Precisamos estar sempre ligados em Deus, como um
 aparelho que depende de uma fonte de energia para funcionar. Não podemos exercer um
ministério se não estivermos buscando sempre ao Senhor, pois dele vem o poder e a
 capacidade de que necessitamos.

"Teu é o reino o poder e a glória para sempre". Não podemos usurpar a glória de Deus
 nem esperar que os homens nos glorifiquem. Se não formos reconhecidos pelo que 
fazemos no reino de Deus, está ótimo, pois a glória pertence somente ao Senhor.
Neste ponto da oração, Jesus nos ensina a humildade.

A oração modelo foi uma aula para os discípulos. Nela aprendemos diversos
 princípios que devem orientar nosso modo de orar e, sobretudo, de viver.




Em Cristo.






4 Comentários Feitos

  1. Texto maravilhoso nunca tinha visto com esta explicação gostei muito.
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  2. Olá meus queridos irmãos, Graça e Paz.
    É bom encontrarmos textos que fortalece a nossa fé e nos edifica. Parabéns
     pelo trabalho maravilhoso que desenvolve aqui é muito edificante. Os dias
     que vivemos são de tribulação, lutas e resfriamento na fé, e de muitas
     heresias onde muitos se estão alimentando, de alimento não sólido e
     contaminado, por isso adoecem espiritualmente, e poucos se importam
     com isso. Sejam os meus amigos irmãos os vasos de livramento, para mostrar
     o grande amor de Jesus. Trazendo mensagens edificantes aos nossos corações. 
    Fico feliz quando encontro alguém que escreve com amor e dedicação.
     Aprendemos uns com os outros crescemos na graça no amor e no
     conhecimento do nosso Senhor Jesus Cristo. Quero aproveitar a oportunidade
     para partilhar o meu blog : Peregrino E Servo. Vou ficar muito feliz 
    com sua visita e comentários. Deus te abençoe ricamente.
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  1. Uma outra visão sobre a oração modelo e realmente digna. Gostei. Abraços
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  1. Louvado seja Deus que o instrui a conduzir esse lindo texto, mostrando a fundo as verdades da oração de nosso senhor.Tantas pessoas a fazem roboticamente, e desconhecem a profundidade espiritual que ela tem.
    Curti muito...vou lá conhecer o blog.
    Pr , recebeu meu e-mail com seu selo semana passada?Aguardo sua resposta.
    Grande abraço e fica na graça de nosso Deus!
    ResponderExcluir


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2 comentários:

  1. Uma outra visão sobre a oração modelo e realmente digna. Gostei. Abraços

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  2. Louvado seja Deus que o instrui a conduzir esse lindo texto, mostrando a fundo as verdades da oração de nosso senhor.Tantas pessoas a fazem roboticamente, e desconhecem a profundidade espiritual que ela tem.
    Curti muito...vou lá conhecer o blog.
    Pr , recebeu meu e-mail com seu selo semana passada?Aguardo sua resposta.
    Grande abraço e fica na graça de nosso Deus!

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