NÃO DARÁS FALSO
TESTEMUNHO
Texto Áureo Ex. 23.1 –
Leitura Bíblica Ex. 20.16; Dt. 19.15-20
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
O nono mandamento tem a ver com a verdade, trata-se de um alerta
necessário nos dias atuais, em que a mentira tenta prevalecer. No início da
aula abordaremos a temática bíblica do falso testemunho. Em seguida, nos
voltaremos para os males da mentira, e suas trágicas consequências. Ao final,
mostraremos a importância de falar a verdade, sobretudo relativizando a Palavra
de Deus, mesmo que no contexto social a mentira seja assumida como verdade.
1. O FALSO TESTEMUNHO
Esse é um mandamento que tem relação direta com o contexto jurídico. A
testemunha mentirosa era abominação aos olhos de Deus. A palavra hebraica para
esse mandamento é shaqar, usada especificamente para o falso testemunho em
situações de juízo. Havia outra palavra hebraica, kachash, essa mais ampla, que
se referia a qualquer tipo de mentira. Assim, esse mandamento poderia muito bem
ser traduzido como: “não mentirás em juízo”. O objetivo desse mandamento era
evitar abusos na condenação, e evitar que a pessoa fosse punida inocentemente.
Por isso, o próprio Deus destacou que ninguém poderia ser condenado a menos que
mais de uma testemunha atestasse o pecado (Dt. 19.15). Essa recomendação se
aplicava principalmente nos casos de penas capitais, nos quais ninguém poderia
ser condenado com base em apenas uma testemunha (Nm. 35.30; Dt. 17.6). Na
execução da pena, aquele que acusasse o transgressor, deveria ser o primeiro a
apedrejá-lo (Dt. 17.7). Esse procedimento responsabilizaria a testemunha, na
medida em que possibilitaria sua execução, caso a pessoa fosse morta
indevidamente (Dt. 19.18,19). Ao longo da Bíblia, a verdade tem proeminência
sobre a mentira, por isso o salmista afirma que aqueles que falam a verdade, e
não difamam com a língua, habitarão no tabernáculo do Senhor (Sl. 15.1,-3). A
mensagem dos profetas também é contundente contra o falso testemunho, por isso
cada um deveria falar a verdade (Zc. 8.16). Dentre os profetas, Oséias critica
os israelitas, acusando-os de mentirem irresponsavelmente (Os. 4.2).
2. OS MALES DA MENTIRA
A mensagem de Tiago é confrontadora em relação ao perigo da mentira,
considerando que esse é um dos males provocados pela língua (Tg. 3.6). Alguns
crentes não calculam os males que essa pode causar, seus estragos podem ser irreparáveis.
Por isso também Paulo, em suas epístolas, admoesta as igrejas para fugirem da
mentira (II Co. 12.20; Ef. 4.31). O livro de Provérbios traz sérias
advertências em relação ao uso indiscriminado das palavras (Pv. 22.1). A
fofoca, ao que tudo indica, é um dos males que não está apenas na televisão.
Muitos cristãos estão usando a língua para difamarem os irmãos, em alguns casos
sem lhes dar o direito à defesa. Mas é preciso ter cuidado também com aqueles
que se aproximam com palavras lisonjeiras, pois na verdade estão querendo
conduzir as pessoas à cova (Pv. 18.18). Jesus foi categórico quanto aos males
da língua, por isso orienta que melhor que falar de alguém, é preferível ir até
ele e discutir o assunto (Mt. 18.15). O Senhor também destacou que Satanás é
mentiroso, na verdade é o pai da mentira (Jo. 8.44). Esse é o motivo pelo qual
Deus odeia tanto o engano, e o abomina entre os fiéis (Pv. 6.16-19). Ananias e
Safira pagaram o preço pela mentira, a hipocrisia deles, manifestada pela
mentira, os levou à morte (At. 5.1-4). De igual modo muitos estão indo à ruina
por causa das suas mentiras. Elas são tão maléficas que aqueles que a proferem
ficarão de fora da cidade celestial (Ap. 21.8).
3. A VERDADE PREVALECE
Os cristãos devem ser reconhecidos por falarem a verdade, para tanto
não podem pactuar com o falso testemunho (Mt. 5.37). Jesus ressaltou que
aqueles que são dEle tem uma relação íntima com a verdade (Jo. 18.37), isso
porque Ele mesmo é a Verdade (Jo. 14.6). Como seguidores da Verdade encarnada,
devemos mostrar identificação com Ele, seguindo Seu exemplo (I Pe. 1.15,16).
Por isso Paulo, em sua Epístola aos Efésios, conclama os crentes a abandonarem
a mentira, e a falarem a verdade entre eles (Ef. 4.25). Mas a verdade não
precisa ser falada de modo grosseiro, não podemos esquecer que podemos falar a
verdade em amor (Ef. 4.15). Por viverem na verdade, os cristãos devem ser
modelos de confiança, e ter cuidado para não relativizar os absolutos de Deus,
conforme faz essa sociedade caída. Há muitos que estão pactuando uma ética
diferenciada daquela exarada nas Escrituras. O Senhor adverte àqueles que
querem transformar a mentira em verdade (Is. 5.20 ). Os fariseus do tempo de
Jesus mentiam com suas vidas, exigiam das pessoas o que eles mesmos não
praticavam (Mt. 23.27.28). A mentira pode ser demonstrada não apenas por meio
das palavras, mas também através das vidas daqueles que desobedecem à palavra
de Deus. Há crentes com uma vida dupla, eles agem diferentemente, dentro e fora
da igreja. Exige-se dos cristãos coerência, se falam a verdade, devem também
viver na Verdade.
CONCLUSÃO
A mentira campeia na sociedade, e não poucas vezes, por se repetir
tanto, acaba sendo absolvida como verdade. Mas os crentes têm um critério para
diferenciar a verdade da mentira, a Palavra de Deus. Com base nesta, devemos nos
posicionamos em conformidade com Cristo, falando sempre a verdade em amor. O
testemunho do cristão é sincero em seus relacionamentos, porque Ele se encontra
debaixo do senhorio de Cristo, a Verdade que liberta (Jo. 8.32).
BIBLIOGRAFIA
GIRAO, W. B. How to live the way God wants. Mandluyiong:
OMF Literature: 2010.
RYKEN, P. G. Os dez
mandamentos para os dias de hoje. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.
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