A FAMÍLIA, CRIAÇÃO DE DEUS
Texto Áureo: Gn. 2.18 – Leitura Bíblica: Gn. 2.18-24
Pb. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
Neste trimestre estudaremos a respeito da família, com ênfase nos desafios
dessa no século XXI. Na aula de hoje atentaremos para a família como criação
de Deus, não como mero produto cultural, conforme apontam algumas filosofias
modernas. A princípio, mostraremos que Deus, e não o homem, é a base
da família, em seguida, que a família se sustenta na relação, pois o próprio
Deus é relacional. Por fim, ressaltaremos alguns fundamentos bíblicos para a
família cristã.
1. DEUS, A BASE DA FAMÍLIA
A sociedade ocidental, e mais especificamente os cristãos, estão diante
do desafio de apresentarem uma definição do que seja família e casamento.
Isso porque o padrão de família normal, em conformidade com a Bíblia,
está sendo cada vez mais questionada. A visão judaico-cristã de família,
exarada nas Escrituras, está sendo substituída por valores pautados nos direitos
humanos. A família cristã, no entanto, parte do pressuposto que a família é
uma instituição divina, por conseguinte, Ele, e não os homens, devem
determinar a partir de quais princípios a família deve ser estabelecida.
A ideologia libertária, que predomina na sociedade, e respaldada pela mídia,
propõe um conceito de família que supervaloriza a liberdade humana em
detrimento da vontade de Deus. Não existe outro modelo bíblico, e mais
especificamente cristão, para a família e o casamento, diferente daquele revelado
por Deus. A partir de Gn. 1-3, compreendemos que: 1) o homem e a mulher
foram criados à imagem de Deus para governar a terra para Deus;
2) o homem foi criado primeiro e incumbido da responsabilidade final pelo
relacionamento conjugal,
relacionamento conjugal,
enquanto a mulher é colocada junto ao homem para ser sua ajudadora;
e 3) a queda da humanidade no pecado implicou em consequências negativas
tanto para o homem quanto para a mulher. Ao longo do tempo, a família se
constituiu, dentro dos parâmetros bíblicos, a partir de um paradigma patriarcal,
ou seja, o pai, no Antigo Pacto, era o senhor da família, de cunho heterossexual,
isto é, macho e fêmea, e monogâmico, um homem para uma mulher, e vice-versa.
2. FAMÍLIA, PRINCÍPIO RELACIONAL PARA O CRESCIMENTO
O Deus da Bíblia é trinitário, portanto, relacional: Pai, Filho e Espírito Santo,
no Gênesis, Ele é revelado como o Elohim. Essa premissa fundamenta o
relacionamento conjugal, para a mutualidade (Gn. 1.26,27). Esse
relacionamento tem a ver com distinção e unidade, isto é, pessoas diferentes
estão envolvidas em uma unidade. Assim como o Deus estabeleceu uma
aliança com Seu povo, o casamento, e a própria família, é uma aliança entre
pessoas, com vistas ao crescimento. Mas não existe crescimento sem
envolvimento das partes envolvidas, essa é uma premissa. Não existe
possibilidade de construção da família, a menos que todos se sintam
participantes e responsáveis por ela. O crescimento familiar pode ser
interrompido caso um dos componentes da aliança deixe de contribuir.
Os pontos fundamentais para o crescimento é o ciclo de amor, graça,
empoderamento e intimidade. Isso porque o casamento, como todo
relacionamento, é dinâmico, e envolve mudanças. Se o casamento e a família
não estiverem preparadas para enfrentar os ciclos de mudanças, correm
o risco de se desintegrarem. Quando as mudanças chegarem, caso não sejam
bem resolvidas, tudo resultará em um mero contrato, ao invés de aliança
(pacto), estará fundamentado na lei (legalismo) e não na graça (favor imerecido),
será mantido pelo poder possessivo e não pelo empoderamento, e pela distância
ao invés da proximidade. Não podemos esquecer que o Deus da Bíblia deseja
se relacionar com a humanidade e espera que as pessoas também se
relacionem. Estamos cientes dos desafios porque temos a convicção
de que somos pessoas caídas, por isso falhamos, não apenas no
relacionamento com Deus, mas também com outras pessoas. Mas temos
Cristo como modelo de relacionamento, e o Espírito Santo que nos guia
a fim de que possamos crescer em graça nos relacionamentos, inclusive os
familiares.
3. FUNDAMENTOS PARA A FAMÍLIA CRISTÃ
A aliança que fundamenta a família é o amor, a convicção de amar e ser
amado, cuja expressão maior é o próprio amor de Deus (Jo. 3.16). A primeira
aliança de Deus com a humanidade se encontra em Gn. 6.18, na qual Deus faz
um pacto com Noé, e por extensão, a toda sua família. Em seguida, Deus faz
um pacto com Abrão, e nele, todas as famílias da terra recebam a promessa de
bênçãos (Gn. 17.1-2). A aliança de Deus com o Seu povo é o fundamento do
casamento e da família cristã, que está sustentado no amor, tendo em vista
que o próprio Deus é amor (I Jo. 4.10-16). Por isso a vida familiar deve se
pautar pela mutualidade, disposição entre os cônjuges, e também dos filhos,
para o amor-agape, que envolve sacrifício (I Co. 13). Outro fundamento para
a família cristã é a graça, para perdoar e ser perdoado, esse princípio se encontra
já no Antigo Pacto (Ex. 22.25-27), por isso se espera que o ambiente familiar
seja pautado na graça, não em mero legalismo. O amor de Deus, manifestado
em Sua graça maravilhosa, é a base para o amor e o perdão no casamento
(Rm. 10.4). O autoritarismo, ou melhor, o poder possessivo, não é o
sustentáculo da família cristã. O contexto familiar precisa ser um ambiente de
empoderamento. As pessoas que fazem parte dessa aliança tem como
propósito servirem e serem servidas. Não há como uma família subsistir,
a não ser que essa seja um espaço de vida abundante (Jo. 10.10).
Não podemos esquecer que o Verbo, Jesus, se fez carne, e habitou
entre nós, por conseguinte, a família deve ser encarnacional, com espírito de
serviço, de diaconia (Jo. 1.1,14). O fruto do Espírito, listado por Paulo
em Gl. 5.22,23 deve ser o alimento principal da família cristã, é a partir dele que
o crescimento se concretiza (I Co. 8.1). A proximidade, em amor, é o padrão
para a família cristã, desde os tempos antigos (Gn. 2.25), é ela que afasta o
medo (I Jo. 4.18,19).
medo (I Jo. 4.18,19).
CONCLUSÃO
A família, ao invés de ser tomada como uma construção humana, produto da
cultura, é uma criação divina. Como tal deve ser respeitada, e se pautar em
conformidade com os padrões bíblicos em suas relações pessoais.
O compromisso deve está sustentado em uma aliança de amor
(incondicional e sacrificial); mantida em uma atmosfera de graça
(favor imerecido), que considere a aceitação e o perdão, menos
controladora e mais empoderadora, e com proximidade, com vistas ao
cuidado para o crescimento (maturidade).
Fonte Pb. José Roberto A. Barbosa
Fonte Pb. José Roberto A. Barbosa
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