Texto
Áureo II Tm. 4.7 – Leitura Bíblica I Tm. 4.6-17
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
Este é o capítulo final da II
Epístola de Paulo a Timóteo, nele nos deparamos com informações bastante
pessoais a respeito dos últimos dias do Apóstolo na terra. Inicialmente,
conforme veremos na lição, ele mostra confiança em Deus diante da morte. Posteriormente,
lamenta pelo abandono de alguns daqueles que se diziam companheiros de
ministério. Ao final, demonstra sua firmeza em Cristo, que jamais o abandonou,
também expressa suas considerações pelo fieis cooperadores de ministério.
1. O OBREIRO DIANTE DA MORTE
De acordo com a tradição, Paulo foi
decapitado na Via Ápia, após trinta anos de trabalho como apóstolo do Senhor.
Nessa Epístola encontramos aquelas que provavelmente foram as últimas palavras
do Apóstolo: combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé (II Tm.
3.7). Por meio dessa expressão Paulo revela sua convicção no reconhecimento do
Senhor em relação à obra que desenvolveu. É importante que o obreiro cristão
tenha a realidade da morte sempre diante dele. Não pode se esquecer de que um
dia prestará contas de tudo que fez ou deixou de fazer para o Senhor, isso traz
seriedade ao ministério. No caso de Paulo, ele sabia que “a coroa da justiça” o
aguardava, e que a maior recompensa viria de Deus, e não dos homens. Mas antes
ele demonstrou preocupação com a continuidade da obra, como se costuma de
dizer, em “passar o bastão” adiante. Nem todos os obreiros têm esse cuidado,
resultando em dificuldade para a obra do Senhor. Há obreiros tão apegados ao
cargo que não preparam seus sucessores, agarram-se demasiadamente à função, e
às vezes, delegam-na a pessoas que não foram vocacionadas. É bastante comum em
algumas igrejas que a sucessão aconteça sempre no âmbito familiar, sendo essa
inclusive uma condição colocada pelo obreiro para se afastar do pastorado. Mas
O cuidado de Paulo é com a pregação da palavra, para que a sã doutrina seja
propagada, e o evangelho de Jesus Cristo não seja vituperado (II Tm. 4.2). A
igreja cristã não pode abrir mão da pregação, nada substitui a exposição da
Palavra de Deus. A fim de tornar o culto “mais agradável” alguns pastores estão
retirando a pregação dos púlpitos, ou reduzindo-a uns poucos minutos. Nos dias
atuais, os quais as pessoas não resistem à sã doutrina, há líderes que estão
fazendo concessões, e deixando de ensinar a Palavra, substituindo-a por fábulas
meramente humanas, que agradam os ouvintes (II Tm. 4.3,4).
2. O OBREIRO DIANTE DO ABANDONO
Paulo já estava velho, mas não deixou
de pregar o evangelho genuíno, mesmo estando em prisão. De igual modo, aqueles
que professam a fé em Cristo, devem continuar vivendo no “porém”, cumprindo o
ministério com integridade (II Tm. 4.6-8). Timóteo deveria dar continuidade ao
ministério que Paulo havia iniciado, pois o Apóstolo tinha consciência que sua
vida já estava sendo colocada no altar, e sendo oferecida como libação, pois a
hora da sua partida estava se aproximando. Mas ele está consciente do prêmio que
o Senhor lhe dará, não apenas para ele, mas a todos quantos amam a Sua vinda.
Ele sabe que guardou, com toda segurança, como bom despenseiro, o tesouro do
evangelho, que foi confiado aos seus cuidados. Todo obreiro deveria trabalhar
com esse propósito em mente, convicto de que está labutando não apenas para
homens, mas, sobretudo, para Deus. Se assim fizessem, teríamos menos disputas
pastorais, engradeceríamos mais o ministério. Por causa da política
eclesiástica, aqueles que defendem o evangelho, como fez Paulo, acabam sendo
abandonados pelos interesseiros. No final da vida Paulo estava sozinho, Demas,
por amar o presente século, abandonou o Apóstolo. Pela necessidade do
ministério, outros precisaram se deslocar para outras regiões. Mas Paulo não
ficou totalmente só, Lucas, o médico amado, permaneceu com ele, certamente para
auxilia-lo em suas enfermidades. Paulo lembra também de João Marcos, e pede
para que o traga, reconhecendo sua utilidade para o ministério. João Marcos,
que o havia abandonado em uma das viagens missionárias (At. 12.25), demonstrou
ter amadurecido, tornando-se relevante para a obra de Deus (Cl. 4.10; Fm. 24; I
Pe. 5.13). Os obreiros que fracassaram, principalmente os mais jovens, devem
ter outra oportunidade, desde que se arrependam.
3. CRISTO EM DEFESA DO OBREIRO
Apesar do abandono de alguns que
estavam com Paulo, ele não perdeu sua confiança no Senhor, principalmente
porque Ele o assistiu, e o revestiu de forças (II Tm. 4.17). Jesus é o
Confortador dos obreiros fiéis, eles sabem que quando incompreendidos, podem
derramar suas lágrimas aos pés do Salvador. O conforto também pode vir através
de companheiros autênticos, como era o caso de Timóteo, a quem Paulo pede para
que “venha depressa”. É alentador saber que podemos confiar em obreiros
genuínos, pessoas como Timóteo e Epafrodito, que auxiliaram a Paulo em suas
necessidades. O Apóstolo sabia que o inverno se avizinhava (II Tm. 4.21), por
isso pediu a Timóteo que trouxesse sua capa, que havia deixado em Trôade, na
casa de Carpo (II Tm. 4.13). Os estudiosos explicam que essa se tratava de um
vestuário de tecido grosso, em modelo circular com uma abertura para a cabeça.
Há quem especule que Paulo teria sido preso na casa de Carpo, e que na ocasião
da prisão não teve tempo para pegar seus pertences (At. 20). Paulo também
sentiu falta dos seus livros, “especialmente os pergaminhos” (II Tm. 4.13), ao
que tudo indica, a versão do Antigo Testamento em grego. É uma pena que alguns
crentes desprezem a leitura, é triste constatar que alguns obreiros, que
deveriam se dedicar ao estudo, o considerem desnecessário. Não devemos esquecer
a instrução dada a Timóteo, em II Tm. 3.16,17, em relação à autoridade e
proveito das Escrituras. A Palavra de Deus é o fundamento, não apenas para a
pregação, mas para que esse encontre alento nos momentos de adversidade. Diante
do julgamento, Paulo encontrou guarida nos pés do Senhor, e firmeza em Sua
palavra. Principalmente quando Alexandre, o latoeiro, lhe causou muitos males,
e na sua primeira defesa, quando ninguém o assistiu.
CONCLUSÃO
O obreiro cristão sabe que a morte
não é o fim, por isso a enfrentam com coragem, sobretudo resignação. Há líderes
que, influenciados pelo espírito secularista, ficam perplexos somente em pensar
na possibilidade da morte. Evidentemente a grande esperança do cristão é o
arrebatamento, que acontecerá logo após a ressurreição dos mortos em Cristo (I
Ts. 4.13-18). Mas é possível que a morte chegue antes do arrebatamento, por
isso devemos permanecer firmes, e esperançosos em relação ao futuro. Sabemos
que quando esse tabernáculo terreno se desfizer, temos da parte de Deus uma
morada eterna (II Co. 5.1) e que estaremos com Cristo, o que e
consideravelmente melhor (Fp. 1.23).
BIBLIOGRAFIA
PLATT, D., AKIN, D., METIDA, T. Exalting Jesus in 1 & 2
Timothy and Titus. Nashiville: B & H Publishing Group, 2013.
STOTT, J. A mensagem de I
Timóteo e Tito. São Paulo: ABU, 2004.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Pode comentar.... Não é da Conta de ninguém!