Texto Áureo Tt.
2.11 – Leitura Bíblica Tt. 2.14-3.6
Prof. Ev. José
Roberto A. Barbosa
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INTRODUÇÃO
Nesta última aula do trimestre,
estudaremos a respeito da manifestação da graça e da salvação de Deus.
Inicialmente, trataremos sobre a manifestação da graça, e seu caráter
pedagógico para o cristão. Em seguida, abordaremos o relacionamento do cristão
com as autoridades, ressaltando a submissão, sobretudo à Palavra de Deus. E ao
final, concluiremos mostrando, a partir das orientações de Paulo, como deveria
ser o relacionamento de Tito com as pessoas, incluindo as autoridades civis.
1. A MANIFESTAÇÃO E PEDAGOGIA DA
GRAÇA
A graça salvadora de Deus se
manifestou a todos os homens (Tt. 2.11), através de Jesus Cristo. Essa é uma
graça revelada (gr. epifania), nenhum de nós poderia conhecer o favor imerecido
de Deus, a menos que Ele mesmo a tivesse manifestado. Por isso a celebração
natalina é uma oportunidade para reconhecer e agradecer a Deus por sua graça. A
graça (gr. charis) tem procedência divina, os seres humanos estão acostumados a
religiosidade, que exige sempre algo em troca, mas em Cristo identificamos o
amor generoso de Deus. Os pecadores não merecem a graça de Deus, são dignos de
condenação. Mas Deus manifestou não apenas graça, também misericórdia,
pois não recebemos aquilo que merecemos. A graça de Deus em Cristo foi
manifestada a todos os homens, isto é, a pessoas de toda tribo, língua, povo e
nação (Ap. 5.9). Todos são carentes da graça de Deus, independentemente da
condição socioeconômica, da faixa etária ou do sexo. A salvação de Deus é para
todos, pois todos pecaram, e ficaram distanciados da glória de Deus (Rm. 3.23).
Por isso Deus enviou Seu Filho Unigênito ao mundo, para que todo aquele que
nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo. 3.16). Ele é o dom gratuito
de Deus (Rm. 6.23), a prova do amor de Deus para conosco (Rm. 5.8). Mas essa
não é uma graça barata, que nada exige daqueles que receberam. É preciso
lembrar que não somos salvos pelas obras (Ef. 2.8,9), mas para as boas obras
(Ef. 2.10). Por isso a graça de Deus tem um caráter pedagógico, ela nos ensina
a renegar a doutrina da impiedade, da prática do pecado. Ela também nos ensina
a renegar a ética relativista, que acata todos os posicionamentos como verdade.
Ela nos ensina a praticar o bem, a nos preocuparmos com o próximo. Ela nos
ensina a viver no presente século de forma sensata, a partir de uma conduta
moderada (gr. sophronos) para a glória de Deus (Tt. 2.12).
2. O RELACIONAMENTO DOS CRISTÃOS COM
AS AUTORIDADES
O relacionamento entre as pessoas da
igreja é um dos temas centrais da Epístola de Paulo a Tito. No início do Cap. 3
o Apóstolo orienta o jovem pastor quanto ao tratamento a ser dado às
autoridades civis. Isso mostra que a vida cristã deve ser isolada das responsabilidades
sociais, os cristãos não pertencem ao sistema mundano, que se distancia dos
valores divinos, por outro lado, está inserido na realidade social. Por isso
devem estar sujeitos às autoridades que governam, sendo obedientes, e prontos
para toda boa obra (Tt. 3.1; Rm. 13.1). A submissão do cristão às autoridades
não pode ser irrestrita, principalmente quando os princípios humanos
contrariarem a Palavra de Deus (At. 5.29). Não podemos apoiar um Estado
absolutista e opressor, que promove o mal e coíbe o bem, se for o caso, os
cristãos têm o direito de desobedecer. O objetivo do Estado não é favorecer os
mais ricos, em detrimento dos mais pobres, antes é promover o bem e coibir o
mal (Rm. 13.4). Devemos orar pelas autoridades constituídas (I Tm. 2.1,2), mas
isso não quer dizer que iremos apoia-las. Devemos votar com cautela, avaliando
o passado, sobretudo o compromisso do candidato. A obediência do cristão ao
Estado também tem a ver com a Constituição. Evidentemente essa não é superior a
Palavra de Deus, mas até mesmo as autoridades devem se reger por aquela. É
nesse contexto que o cristão deve cooperar com a sociedade, buscando o bem de
todos, sem favorecer injustamente uma minoria.
3. A CAPACIDADE RELACIONAL DOS
CRISTÃOS
O cristão deve saber se relacionar
bem com todas as pessoas, não apenas com as autoridades constituídas (Tt. 3.2).
Isso começa pelo cuidado com a língua, para não difamar as pessoas, não
denegrindo as imagens dos outros, sem conhecimento de causa. Os cristãos
precisam ser bons construtores de pontes, ao invés de edificador de muros. Há
cristãos que se isolam das outras pessoas, são incapazes de desenvolver um
relacionamento produtivo. Como Saul, existem pessoas que são tóxicas, não
conseguimos permanecer muito tempo perto delas. Os crentes devem demonstrar
mansidão (gr. prauteta). O comportamento apropriado do cristão está fundamenta
em uma doutrina correta. Existe uma relação entre a ortodoxia e a ortopraxia,
isso quer dizer que somente poderá haver um comportamento correto, fundamentado
em uma doutrina correta (Tt. 3.3-8). Precisamos investir no ensinamento bíblico
em nossas igrejas, caso contrário, os crentes serão conduzidos por doutrinas
errôneas. Devemos recordar que antes de conhecermos a Jesus como Salvador,
éramos néscios, desobedientes, desgarrados, voltados às paixões mundanas, na
malícia e inveja. Mas fomos alcançados pela graça maravilhosa de Deus, a
salvação em Cristo chegou até nós. Por esse motivo, devemos viver em novidade
de vida, não mais entregues aos desejos pecaminosos. Experimentamos a
regeneração (gr. paliggenesia), o nascimento do alto (Jo. 3.3), por isso somos
novas criaturas (I Co. 5.17). Isso nos coloca em uma nova dimensão espiritual,
e nos dá a possibilidade de nos relacionar produtivamente com as pessoas:
evitando discussões e repreendendo os facciosos, (Tt. 3.9-15)
CONCLUSÃO
Ao final do estudo dessas Epístolas Pastorais, compreendemos o
significado real do ministério cristão. A exposição aclarada dessas verdades
serviu de despertamento para que a igreja continue valorizando os obreiros
dedicados, sobretudo aqueles devotados a Palavra de Deus. Ao mesmo tempo, devem
manter distância dos falsos mestres, daqueles que se infiltram nas igrejas, tão
somente para tirar proveito do rebanho. E não esqueçamos que, fomos alcançados
pela graça maravilhosa, que se manifestou em Jesus Cristo, sendo esse o mote da
nossa pregação, e um estimulo para viver em santidade.
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