Texto Áureo: Rm.
14.17 Leitura Bíblica: Rm. 14.1-7
Prof. Ev. José
Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
Hoje, como nos tempos em que Paulo escreveu sua Carta aos Romanos, existem crentes fracos na fé, que têm consciência limitada em relação à sua liberdade cristã. Diante disso, e a partir das instruções que nos dá o Apóstolo, precisamos de discernimento espiritual para sermos tolerantes para com eles a fim de que não venham a ser destruídos, mas edificados em amor. Ao mesmo tempo em que devemos ser instrumentos de Deus para a maturidade dos crentes mais débeis na fé.
Hoje, como nos tempos em que Paulo escreveu sua Carta aos Romanos, existem crentes fracos na fé, que têm consciência limitada em relação à sua liberdade cristã. Diante disso, e a partir das instruções que nos dá o Apóstolo, precisamos de discernimento espiritual para sermos tolerantes para com eles a fim de que não venham a ser destruídos, mas edificados em amor. Ao mesmo tempo em que devemos ser instrumentos de Deus para a maturidade dos crentes mais débeis na fé.
I – TIPOS DE CRISTÃOS
Os fracos na fé
em Roma, pelo que podemos depreender contexto, eram os cristãos judeus, cuja
fraqueza cultural (não moral), os deixava duvidosos quanto ao que fazer ou
deixar de fazer em suas consciências, e por conseguinte, em suas práticas. Pelo
que depreendemos do contexto, eles permaneciam comprometidos com as regras
judaicas, especialmente, no que tange às dietas e a guarda de dias religiosos
(Rm. 14.14.20). Paulo, ao longo de sua exposição, se põe ao lado dos fortes na
fé, ele, inclusive, se apresenta como um dos fortes (Rm. 15.1). Contudo, por
causa do amor, e talvez, considerando a decisão do Concílio de Jerusalém (At.
15.19), ensina aos fortes a serem tolerantes para os cristãos mais fracos. A
recomendação de Paulo é que coisas como seguir uma determinada dieta e a
escolha de dias religiosos, contanto que não comprometam a doutrina da salvação
pela graça, por meio da fé em Cristo (Ef. 2.8,9; Gl. 1.8,9), devem ser postos
como assuntos secundários e não devem ser motivo para alguém vir a julgar seu
irmão (Rm. 14.3,4). Não recebemos do Senhor a incumbência para ser juízes dos
nossos irmãos, tal somente pertence ao Supremo Juiz, por isso, Paulo cita Is.
45.23. Não sirvamos, portanto, de pedra de tropeço para os nossos irmãos, antes
os encaminhemos, em amor, à maturidade.
II – VIVENDO A VERDADEIRA LIBERDADE EM CRISTO
Conforme
apontamos anteriormente, Paulo se coloca a favor dos fortes, e ele mesmo se
considera um dos tais. Mas, conforme escreve aos Coríntios (I Co. 6.12), embora
tudo nos seja lícito, nem tudo nos convém, a fim de que os mais fracos não sejam
escandalizados (literalmente, não venham a tropeçar). Nesse sentido, podemos
dizer que nossa liberdade em Cristo é redimensionada pelo amor aos nossos
irmãos fracos, já que, para eles, se agirem contra suas consciências, estarão
pecando. Isso não quer dizer que nossa consciência seja infalível, ela pode,
inclusive ser cauterizada (I Tm. 4.2), mas nós, os mais fortes, não podemos
deixar de respeitar as consciências fracas dos irmãos que pecam contra seus
princípios se agirem contra eles (Rm. 14.23). Por causa desses irmãos mais
fracos, Lutero, lembrava que "o cristão é o mais livre senhor de todos,
não sujeito a ninguém, e ao mesmo tempo, o cristão é o mais dócil servo de
todos, sujeito a todos". Evidentemente, isso não quer dizer que devemos
aceitar evangelhos contrários àquele revelado nas Escrituras (Gl. 1.7-9). A
tolerância se dá no contexto daquilo que é secundário à doutrina cristã. A esse
respeito, é válido destacar a célebre declaração de Agostinho: “nas coisas
essenciais, unidade; nas não essenciais, liberdade; em tudo, a caridade”.
III – DEVEMOS NOS ACEITAR MUTUAMENTE
Com vistas à
unidade do corpo de Cristo, precisamos cultivar o amor cristão (Rm. 12.10) a
fim de que possamos desenvolver o mesmo sentimento de Cristo (Rm. 12.16). Para
isso, aqueles que são mais fortes na fé não podem ser orgulhosos, mas
condescendentes com os mais francos. Para esse fim, faz-se necessário que
suportemos, que, em grego, dá ideia também de “sustentar” e “transportar” (Rm.
15.1). Isso remete ao que está escrito em Gl. 6.2: “Levai as cargas uns dos
outros, e assim cumprireis a lei de Cristo”. Visando a harmonia da igreja, pode
haver casos em que tenhamos não só que tolerar, mas também, sofrer, enfrentando
pacientemente as privações. Seguindo o exemplo do que nos ensinou o Mestre em
Mt. 5.40,41, mesmo libertos em Cristo, precisamos, em alguns casos, caminhar a
“segunda milha”. Assim, por causa do amor a Cristo e aos nossos irmãos, nos, os
mais fortes, nos tornamos servos dos mais fracos, a fim de conduzi-los ao
Senhor (I Co. 8.9; 9.22). Como o Filho do Homem, não estamos aqui para sermos
servidos, mas para servir (Mc. 10.45), e seguindo Seu exemplo, devemos nos
compadecer das fraquezas dos outros (Hb. 4.15).
CONCLUSÃO
Os cristãos fortes, em relação aos fracos, precisam, inicialmente, suportar suas fraquezas, e, diante delas, não podemos ser egocêntricos, antes devemos buscar agradar o próximo, para o bem dele a fim de edificá-lo (Rm. 14.15). Para isso, não devemos colocar tropeços em sua vida (Rm. 14.13,20,21), nem destruí-lo (Rm. 14.20) ou prejudica-lo (Rm. 14.15). Como o objetivo é a edificação, isso inclui, também, o ensino amoroso a fim de que a fé do fraco seja fortalecida, bem como sua consciência. E, assim, o fraco também passará a ser forte, como certamente fez Paulo quando a Carta aos Romanos foi lida entre os irmãos.
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