quarta-feira, 3 de julho de 2013

Subsídio para lição 1 do 3º trimestre da Escola Dominical - CPAD / Paulo e a Igreja de Filipos


Texto Áureo: Fp. 1.9 – Leitura Bíblica: Fp. 1.1-11

Prof. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD

INTRODUÇÃO
Estamos iniciando mais um trimestre na Escola Bíblica Dominical, e desta feita,
 estudaremos a Epístola de Paulo aos Filipenses. Na aula de hoje introduzi-
remos essa que é uma das mais apreciadas cartas do Apóstolo. Inicialmente,
 mostraremos a relação de Paulo com essa igreja, em seguida, seu
 propósito, e, ao final, algumas características da Epístola que revelam
 Cristo como nossa maior Alegria, e exemplo inconfundível de humildade.

1. PAULO E A CIDADE DE FILIPOS
A meta de Paulo era inicialmente adentrar a província romana da Ásia por
 ocasião da sua Segunda Viagem Missionária, mas não obteve êxito. Por isso,
 tomou a direção do norte, para a Antioquia da Pisídia, atravessando a
 cordilheira montanhosa do Sultão Dagh, e prosseguindo para o norte, aonde
 chega aos limites da Bitínia, uma província senatorial a noroeste da Ásia
 (At. 16.6). Mas ao tentar entrar na Bitínia, pela estrada do norte, para a
 Nicomédia, Paulo foi impedido novamente (At. 16.7), voltando-se para
 oeste. Em seguida desceu para a costa de Trôade, onde recebeu uma
 visão, a qual o desafiou: “Passa à Macedônia e ajuda-nos” (At. 16.9).
 Em companhia de Lucas, viajou imediatamente para Samotrácia,
 chegando a Filipos. De acordo com o relato de At. 16.12, essa cidade
 era da Macedônia, “primeira do distrito, e colônia”. A relevância dessa
 cidade remete ao Sec. IV a. C., quando Filipe II, da Macedônia, tomou-a
 dos tracianos. Por isso ela recebeu esse nome, em sua própria
 homenagem. Em 42 a. C., essa cidade foi cenário da batalha entre as
 forças republicanas de Brutos e Cassius e as imperiais de Otávio e Antonio.
 Por volta de 52 d. C., Paulo, acompanhado por Silas e Timóteo, chega
 à cidade de Filipos, durante sua Segunda Viagem Missionária (At. 15.40;
 16.1-3). O grupo apostólico se encontra com Lídia, de Tiatira, uma
 comerciante que negociava púrpura (At. 16.14), que se converte a Cristo,
 levando o primeiro grupo de cristãos de Filipos a congregar-se em sua
 casa (At. 16.15). O contexto religioso daquela cidade era de sincretismo,
 o panteão grego de deuses congregava uma série de divindades,
 tanto de origem grega quanto romana. A deusa Artemis era adorada,
 sob o nome de Bendis, Marte também era adorado, como deus tanto da
 agricultura quanto da guerra. Esse sincretismo religioso pode ser atestado
 em At. 16.16, em que uma jovem escrava era usada por um espírito de
 adivinhação. Paulo e Silas, após expulsarem aquele espírito da jovem,
 são presos por causarem prejuízo, sendo posteriormente libertos, tendo a
 oportunidade de plantar uma igreja naquela cidade (At. 16.16-40). Paulo
 teve a oportunidade de visitar a igreja de Filipos durante sua Terceira Viagem
 Missionária (At. 20.3-6).

2. DATAÇÃO, PROPÓSITO E ESTRUTURA
A Epístola de Paulo aos Filipenses está categorizada entre as Cartas
 da Prisão, as outras seriam Colossenses, Efésios e Filemon. A data
 provável de escrita é entre 60 a 63 d. C., em Roma, local no qual o Apóstolo
 estava em prisão domiciliar (At. 28.30,31). O objetivo do Apóstolo, nessa
 epístola, é agradecer uma oferta generosa que lhe fora enviada pelos
 filipenses, cujo portador foi Epafrodito (Fp. 4.14-19); e também para
 fortalecer a fé deles, mostrando que a verdadeira alegria é Jesus Cristo.
 A expressão-chave da Epístola aos Filipenses se encontra em Fp. 4.4:
 “Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos!”.
 O conceito de alegria, chara em grego, aparece 16 vezes em quatro capítulos.
 É maravilhoso observar que o Apóstolo, mesmo se encontrando em situação
 adversa, em pobreza extrema, não perdeu a alegria, que é um dos
 aspectos do fruto do Espírito (Gl. 5.22). Isso porque, conforme atestaremos
 mais adiante, ele aprendeu a viver contente (Fp. 4.11,12), a encontrar a
 verdadeira alegria ao focar sua atenção no conhecimento de Cristo (Fp. 3.8),
 e a obedecer-LHE incondicionalmente (Fp. 3.12,13). O conteúdo da Epístola
 pode ser assim sumarizado: 1) alegria apesar das vicissitudes da vida (Fp.
 1.4,12; 2.17); 2) humildade e serviço como característica do verdadeiro cristão
 (Fp. 2.1-6); e 3) o valor inestimável de conhecer as profundezas de Cristo,
 a fonte da alegria (Fp. 3.1-21). Essa Epístola é altamente cristocêntrica,
 mostrando a comunhão do Apóstolo com Cristo (Fp. 1.21). Existem várias
 propostas de estrutura, a seguir destacamos uma delas: Introdução (1.1-11) 
– Saudações e Ações de Graça; As circunstâncias em que Paulo se encontrava
 (1.12-26) – O avanço do evangelho por causa da prisão de Paulo; a
 Proclamação de Cristo de todas as maneiras; A disposição de Paulo para
 viver ou morrer; Assuntos de Interesse da Igreja (1.27-4.9) – Exortação
 de Paulo aos Filipenses – perseverança, unidade, humildade, serviço e
 obediência; Os mensageiros de Paulo à Igreja – Timóteo e Epafrodito;
 Advertência de Paulo a respeito de falsos ensinamentos – a falsa e a
 verdadeira circuncisão – a mentalidade terrena diante da espiritual; Conselhos
 finais de Paulo – firmeza, harmonia, alegria, equidade, liberdade da
 ansiedade, controla da mente; Conclusão (4.10-23) – Reconhecimento e
 gratidão pela oferta; saudações e benção final.

3. ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
Paulo, juntamente com Timóteo, servos de Jesus Cristo, dirigem essa Epístola
 aos “santos em Cristo que estão em Filipos”, esse adjetivo “santo” diz
 respeito àqueles que creem em Cristo (Fp. 1.1). Isso porque esses
 filipenses, tal como os coríntios, foram santificados em Cristo Jesus, que
 também os chamou para a santificação (Rm. 1.6,7; I Co. 1.12). A expressão
 “em Cristo” é relevante nas epístolas paulinas, pois revela que a
 salvação vem dessa condição. Por causa dela, podemos desfrutas da “graça
 e paz”, do favor imerecido de Deus (Ef. 1.7), e da paz com Deus,
 podendo, agora, nos aproximar dEle (Rm. 5.1; Cl.1.20). Em Fp. 1.3-7,
 Paulo agradece a Deus e intercede pelos filipenses, reconhecendo que o
 Senhor começou uma boa obra na vida deles, e que a completará. O
 verbo começar, em grego, é enarchomai, que dá ideia de inaugurar. Ele
 levará adiante o que começou, não desistirá, pois o verbo, no original,
 revela intensificação. Isso quer dizer que Deus, em cada detalhe das
 nossas vidas, está trabalhando para construir nosso caráter. Sua meta
 é nos conduzir até aquele dia, no qual Cristo aparecerá, para arrebatar
 a Sua igreja (I Ts. 4.13-17; II Ts. 1.10). Enquanto isso, o Apóstolo revela
 sua preocupação com a expansão do evangelho, do qual os
 filipenses são também participantes, sendo nele também perseverantes.
 Essa é uma verdade que Paulo destacará nessa Epístola, que a fé deve
 nos levar a seguir adiante, apesar das circunstâncias. Essa fé,
 fundamentada no genuíno amor cristão, deve ser abundante. O alicerce
 da fé que gera crescimento é o amor, que deve está atrelado ao
 conhecimento e discernimento, com vistas à sinceridade. Existem
 muitas versões de cristianismos e evangelhos atualmente. Mas essas não
 apresentam “frutos de justiça”, e o pior, não são “para glória e louvor de
 Deus” (Fp. 1.11). A marca da verdadeira fé, e que conduz ao crescimento,
 é o amor, que deve abundar sempre mais. Todas as versões de
 cristianismos devem ser avaliadas com base nesse critério, pois é o amor
 que mostra nossa nova natureza em Cristo (II Co. 5,17), e que somos
 participantes da natureza divina (II Pe. 1.3,4).

CONCLUSÃO
A Epístola de Paulo aos Filipenses, a ser estudada ao longo deste trimestre,
 terá como foco a revelação da pessoa de Cristo. Na medida em que
 temos consciência que estamos nEle, poderemos crescer em amor cada
 vez mais, mostrando que somos participantes do Seu evangelho. Nesses
 dias difíceis, nos quais outros evangelhos têm sido pregados, que sejamos
 despertados por essa mensagem para uma vida de humildade,
 sobretudo de alegria, independentemente das circunstâncias.
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Blog Não é da Conta de Ninguém
Pastor Edinaldo Domingos
                                                      


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